quinta-feira, 9 de setembro de 2010

População de Rio Bonito apreensiva e amedrontada com a dengue

Por Flávio Azevedo
Lixo jogado na rua
Além das queixas relacionadas a setores como Segurança Pública, Transporte, Ordenamento do Trânsito, Educação, Cultura etc., o riobonitense anda preocupado com um inimigo comum: a dengue, que nas últimas semanas tem vitimado centenas de pessoas em Rio Bonito e região. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Maria Juraci Dutra, o município está isolado por cidades como Araruama, Casimiro de Abreu, Tanguá e Cachoeiras de Macacu, que estão liderando os índices de casos da doença no interior do Estado.

A costureira Edna Barcelos, de 46 anos, moradora do Centro, comentou que a dengue preocupa mais do que a violência. “Se você proteger a sua casa, colocar grades, cadeados e alarmes, o bandido não entra. Mas esses apetrechos não impedem o mosquito da dengue de entrar na casa da gente. E, pior, geralmente, quem tem o quintal limpo, pode ser picado por um mosquito que nasce no quintal do vizinho!”.

Apesar disso, a nossa reportagem encontrou no Centro da cidade e em bairros periféricos, lugares que merecem ser fiscalizados. Na Avenida Lacerda, encontramos restos de sofá em dois pontos. Ainda na Avenida Lacerda, mas também na Cidade Nova, no Rio do Ouro, na Serra do Sambê e Praça Cruzeiro, muitas propriedades estão sob o mato, muitas delas também estão cheias de com lixo, entulho e resto de obra.

De acordo com o coordenador do Programa Municipal de Combate a Dengue (PMCD), Vanderlan de Moura, nesses casos a população pode ligar para o Disque Dengue (21) 3634 – 4234, onde o cidadão pode informar lugares que precisam ser visitados pelos guardas de endemia.

Participação popular

Carros velhos abandonados no Centro da cidade
A secretária municipal de Saúde, Maria Juraci Dutra, comentou que o Levantamento de Índice Rápido de Infestação (Lira) do ano passado apontou que o maior número de casos de dengue de 2009 foram motivados pelos vasos de planta das casas. “Já o Lira de 2010 aponta o lixo urbano como responsáveis pela proliferação dos mosquitos”. Outro problema são as casas fechadas, que correspondem a 1/4 dos lugares onde os guardas de endemia são impedidos de entrar. “Os funcionário do PMCD não podem entrar nas propriedades sem autorização. Isso pode ser considerado invasão de domicílio, mesmo que seja um terreno aberto e sem muros”, esclareceu a secretária.

Nas últimas semanas, a quantidade de pessoas infectadas pela dengue foi tão grande, que a direção do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), de Rio Bonito criou um posto de hidratação no ambulatório Romário Muniz. O presidente da instituição, Luis Gustavo Martins, esclareceu que “é mentira o comentário maldoso que criaram dizendo que os moradores de Tanguá não estavam sendo atendidos no hospital”.

A nossa colunista, Melissa Moraes, confirmou que o HRDV, no último domingo (16) estava lotado. “Existiam crianças e adultos, com sintomas da dengue em todos os setores do hospital. Não havia mais lugar para acomodar os pacientes, e para complicar a situação, ainda chegaram pessoas que se feriram num acidente!”.
Apelo

A secretaria de Saúde apela para que ao perceberem os sintomas da dengue, a população busque socorro nos postos de saúde e não a emergência do HRDV, porque além do hospital está lotado, a rede pública está preparada para receber os pacientes. “Caso haja alguma complicação, o paciente será encaminhado ao hospital”.

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