Por Flávio Azevedo
O desespero toma conta dos familiares e amigos das vítimas |
No Brasil, os jovens estão entre as maiores vítimas da violência no trânsito. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a cada ano o número de mortos e feridos devido a acidentes de trânsito entre pessoas de 18 e 29 anos nas estradas e rodovias tem aumentado. Em 2002, dos 116.720 jovens vítimas de acidentes, 5.006 foram fatais e outros 111.714 não-fatais. Em 2001, embora o número de vítimas fatais tenha sido menor, 4.769, o total de jovens vítimas de acidentes foi de 134.571. Em dados percentuais, as vítimas fatais do trânsito cresceram de 23,7% para 26,5%.
Especialistas acreditam que a mistura álcool e direção seja o maior vilão dessa triste estatística. A nota triste é que em 70% dos acidentes de trânsito existiu ingestão de álcool. Se somarmos excesso de confiança, natural ao jovem, e alta velocidade, o resultado poderá ser um acidente. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Denatran confirmam que a faixa etária que se envolve num número maior de acidentes com mortos está entre os 18 e 29 anos.
Para tentar diminuir o volume de acidentes envolvendo os jovens, os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detran) tem feito campanhas de conscientização nas grandes cidades e capitais. Os panfletos distribuídos trazem, aos motoristas, dicas para que façam boa viagem. A campanha orienta os motoristas a verificarem os pneus, a suspensão e a documentação do veículo, para então seguir viajem. Com relação à segurança nas estradas, os condutores são orientados a só ultrapassar em local permitido e não trafegar no acostamento e em alta velocidade.
A funcionária pública Juliana Torres, 28 anos, moradora do Centro, além de fazer uma crítica ao Detran, afirma que nas cidades do interior essas campanhas de conscientização também deveriam acontecer. “Eu tenho a impressão que o Detran da nossa cidade, que deveria ser transferido para um local que desse melhor condições de trabalho aos seus profissionais, e mais conforto aos usuários, está preocupado apenas com licenciamento e vistoria. Mas nos grandes centros, o Detran desenvolve trabalhos que nas cidades do interior acaba passando desapercebido, talvez, por não dar voto”, criticou.
Lesões e seqüelas
O padre tenta consolar o familiar de alguém que morreu tragicamente |
Os jovens não medem as conseqüências de um acidente de trânsito. Os traumas mais comuns de um acidente com automóvel são fraturas nos membros inferiores e no pescoço no caso de colisões frontais. Em caso de colisões laterais há lesões na bacia e nos membros inferiores. Já os motociclistas podem apresentar também fraturas expostas e lesões de crânio, assim como os casos de atropelamento.
As seqüelas podem ser graves e irreversíveis, porque em traumas de crânio, as seqüelas neurológicas afetam a parte intelectual, por atingir áreas do cérebro ligadas à inteligência. Podem ser provocados também problemas de fala e de motricidade. No caso de lesões dos membros inferiores, as fraturas expostas provocam perdas ósseas, de músculos, nervos que trazem inúmeros problemas nas articulações.
Em lesões na coluna cervical ocorrem casos de tetraplegia. No caso da bacia, as cirurgias são grandes e bem complicadas. É comum que a vítima precise passar por mais de uma cirurgia, o que pode provocar casos de osteomielite, uma infecção profunda dos ossos, de difícil cura e tratamento.
A importância do cinto
Use o cinto de Segurança sempre |
Num acidente com capotamento, a chance de sobrevivência de quem estiver de cinto é maior, pois ele evita que a vítima seja arremessada para fora do carro. O uso do cinto também é obrigatório para quem viaja no banco de trás, porque com o impacto, o peso da pessoa que está atrás, sobre a da frente, equivale ao peso de um elefante.
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