Por Flávio Azevedo
Os seresteiros Mauro Prevot e Maríssimo Martins |
Com o objetivo de incentivar a cultura riobonitense e divulgar a programação preparada pelo Grupo de Serenata Lua Branca, para o Dia do Seresteiro, celebrado em Rio Bonito, no último dia 18 de julho, o programa “O Tempo em Rio Bonito”, do último dia 11 de julho, foi dedicado aos seresteiros e cancioneiros riobonitenses. Estiveram no estúdio da rádio Sambê FM (98,7), os seresteiros Mauro Prevot e Maríssimo Martins, que além de falarem sobre as atividades do tradicional Grupo de Serenata Lua Branca, também destacaram a importância dos seresteiros para a Cultura riobonitense.
– O nosso grande objetivo é manter viva a tradição seresteira, que tem sido considerada como uma das principais manifestações da nossa cultura. O Grupo Lua Branca está completando, no próximo mês de dezembro, 18 anos de existência – disse Maríssimo.
Durante a entrevista, os seresteiros narraram fatos, e fizeram algumas reflexões, sobre o benefício da música, sobretudo para a criança, que está com a personalidade em formação. “O saudoso professor, Vagner Navega, sempre dizia: “a criança que logo cedo começa a ter contato com a música, certamente será uma pessoa de bem”. Ele dizia isso, porque a música trabalha com a sensibilidade do indivíduo”, destacou o juiz de direito Mauro Prevot.
Origem do grupo
O Grupo de Serenata Lua Branca |
O Grupo de Serenata Lua Branca recebeu esse nome em homenagem a música Lua Branca, da compositora e pianista Chiquinha Gonzaga. “O grupo nasceu por causa de alguns amigos que se reuniam nas casas, um do outro, para tocar e cantar. Até que alguém sugeriu que os encontros fossem semanais e em dias fixos. Assim, no dia 7 de dezembro de 1992, nós oficializamos o Grupo de Serenata Lua Branca, que pode ser apreciado todas as noites de quinta-feira, na Sociedade Musical e Dramática Riobonitense”, revelou Maríssimo Martins, que num momento de saudosismo lembrou a falta de antigos companheiros de seresta “que não estão mais entre nós”.
– Colegas como o violinista Garcia, o cavaquinista Augustinho, do nosso amigo Dutra, grande incentivador do Lua Branca; Almir Américo, e tantos outros, que muito contribuíram para o fortalecimento do grupo, mas infelizmente se foram – lamentou.
O Dia do Seresteiro
O Palhaço Carequinha |
Instituído pela Lei Municipal nº 1.046/2002, o Dia do Seresteiro é comemorado no dia 18 de julho, por ser o dia do nascimento de George Savalla Gomes, o Palhaço Carequinha (18/07/1915), um dos filhos ilustres de Rio Bonito (faleceu dia 5/4/2006). É o que revela Mauro Prevot. “Carequinha nasceu, praticamente, no picadeiro. O circo onde os seus pais trabalhavam estava aqui na cidade. Quem era mais próximo de Carequinha, conta que ele tinha orgulho de ser riobonitense, e sempre comentava que a sua mãe tinha acabado de apresentar um número circense quando ele nasceu”, disse Prevot.
O seresteiro afirma que Carequinha era um grande seresteiro e sempre que vinha a Rio Bonito era visto junto com os músicos da cidade. “Nas memórias da minha infância, eu me recordo de algumas dessas visitas de Carequinha. Lembro dele junto de vários instrumentistas daquela época”, destacou Prevot, frisando que o palhaço se apresentou em várias rádios cariocas e em todo Brasil, com o companheiro de atividade circense Fred Vilar, com quem compôs a música Alma de Palhaço. “Uma das melodias mais lindas que conheço”.
As noites musicais para homenagear o Dia do Seresteiro foram realizadas na Sociedade Musical e Dramática Riobonitense, entre os dias 15 e 17 de julho, com exposição de discos de vinil, documentos, instrumentos musicais, além de várias fotos das atividades do Grupo Lua Branca, durante os seus, quase, 18 anos de existência. Este ano, devido o mau tempo, não aconteceu a tradicional serenata que todos os anos o grupo realiza nos jardins da Praça Fonseca Portela, no Centro.
Em homenagem ao Grupo de Serenata Lua Branca, ao Dia do Seresteiro e ao grande riobonitense Jorge Savalla Gomes, a equipe do TEMPO EM RIO BONTO pesquisou e conseguiu encontrar a letra da música ‘Alma de Palhaço’, composta por Carequinha e Fred Vilar.
Alma de Palhaço
De um circo eu sou palhaço
No rosto levo este traço
para alegrar a multidão
Mas é tudo fantasia
É falsa a minha alegria
É tudo, tudo, ilusão
Ninguém sabe que no meu rosto
A tinta encobre um desgosto
Que vive a me atormentar
E como a luz da ribalta
Meu coração sente a falta
De quem não me soube amar
Enquanto a platéia acha graça
Dentro do peito a desgraça
Vem logo me torturar
O riso sempre constante
Faz-me esquecer um instante
Mas volto logo a chorar
Se todos pudessem ver
A razão do meu sofrer
Não pensavam em gargalhar
E ao terminar a cena
dariam lenços por pena
para o meu pranto enxugar.
panhaso
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