Por Verônica Chehab
A fonoaudióloga Verônica Chehab durante o procedimento |
Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 3, torna obrigatório o Teste da Orelhinha em todos os hospitais e maternidades púbicas ou privadas do país. O procedimento deve ser gratuito e realizado em todos os bebês nascidos em suas dependências. O chamado “Exame de Emissões Otoacústicas Evocadas”, identifica precocemente problemas auditivos e deve ser feito preferencialmente nos primeiros dias de vida do bebê.
O Teste da Orelhinha tem o objetivo de detectar de forma precoce, problemas auditivos em bebês e antecipar o tratamento naqueles que apresentem algum tipo de alteração. O poder público municipal precisa assegurar ao cidadão riobonitense esse direito que já está garantido. O exame não é um teste comportamental e deve ser realizado por profissionais (Fonoaudiólogos).
Embora a lei coloque o procedimento como obrigatório, nós sabemos das dificuldades de se fazer o exame em todos os recém-nascidos. Porém, se preconizou que, pelo menos os bebês de risco, passem pela avaliação. O teste é o método mais eficaz para constatar problemas auditivos em recém-nascidos e prevenir a surdez. Hoje, em Rio Bonito, quem precisa do exame, geralmente bebês de risco, é encaminhado ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), numa tentativa de driblar a obrigatoriedade. Outro problema: ás vezes, as crianças já estão grandes e as mães desistem de realizar o exame.
O Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), no setor de Maternidade, não tem realizado o exame e não está cumprindo a Lei. Vale lembrar ainda, que o procedimento é garantido para todas as crianças. Aliás, como o teste é pouco divulgado no Brasil, o atraso do diagnóstico, geralmente prejudica o tratamento.
É importante lembrar também, que o Teste da Orelhinha não tem nenhuma contra-indicação e não exige nenhuma intervenção invasiva, como uso de agulhas, sedação ou eletrodos. O exame não avalia o grau da perda, mas é capaz de detectar possíveis alterações auditivas nos primeiros meses de vida, possibilitando uma intervenção precoce que propiciará à criança, um desenvolvimento de fala e linguagem próximas da normalidade.
O Teste da Orelhinha é feito através de um pequeno fone de ouvido, onde são emitidos sons de fraca intensidade no canal auditivo. As células ciliadas externas da cóclea (“caracol” do ouvido) captam os estímulos auditivos e mandam de volta uma resposta para o canal auditivo. A resposta é amplificada, registrada e se o bebê passar no teste significa que há integridade das células, ou seja, a audição é normal.
O teste é realizado enquanto a criança está dormindo, dura cerca de dez minutos e o resultado é imediato. Se houver suspeita de problemas auditivos, a criança deve ser encaminhada à avaliação audiológica. O Teste da Orelhinha é tão importante quanto o Teste do Pezinho, que também é realizado nas unidades de saúde.
Fica aqui a proposta para a inclusão e obediência a esta Lei, volto a repetir, assinada no dia 03/08/10. Devo destacar que tenho o equipamento e já realizo os exames, mas apenas em consultórios particulares!
Verônica Chehab é Fonoaudióloga.
O presidente do Hospital Regional Darcy Vargas, Luis Gustavo Siqueira Martins |
Nota da Redação: o presidente do Hospital Regional Darcy Vargas, Luis Gustavo Siqueira Martins, participando, por telefone, do programa “O Tempo em Rio Bonito”, do dia 15 de agosto, afirmou que para a instituição realizar o exame, é preciso discutir o financiamento do procedimento. “Assim que ficar definido, quem vai assumir as despesas dos exames, ele, certamente, será realizado”, garantiu o presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário