O Brasil ainda tateia na construção de um sistema político-representativo e realmente democrático. Poucas eleições diretas para presidente foram realizadas com total liberdade. Aliás, um dos problemas conjunturais da nação é que as regras eleitorais favorecem (por que será?) os candidatos e partidos de maior poder econômico. Apesar de estarmos em 2010, em todo território nacional, os feudos, as oligarquias e a mídia, golpista e comercial, continuam elegendo os seus vassalos.
Terminado o processo eleitoral, o brasileiro não se sente representado pelos que foram eleitos. Por isso, é urgente uma ampla e profunda reforma política. Contudo, o indivíduo também precisa renovar a mente e os seus ideais. Mas como fazer isso, num país onde, além do voto ser obrigatório, a campanha política é teatral e povoada por figuras maquiadas, caricatas e risíveis?
Como fazer isso, se os debates sobre geração de empregos, salários dignos e acesso a Educação, Saúde, Transporte, Lazer e Segurança, dão lugar a acusações oportunistas e sensacionalistas, como quebra de sigilos, violação de privacidade institucional etc.? Aliás, a máxima que diz serem “todos iguais perante a lei...” é irreal, porque a realidade dura e perversa que conhecemos é que “... Mas alguns são mais iguais do que os outros”.
Apesar disso, nós estamos contentes com a aquisição daquele carro, daquela casa, ou de qualquer outro bem, geralmente comprado através de suáveis e intermináveis prestações, que no fim do carnê revelam que você pagou três vezes o valor do bem adquirido. O conforto leva você pensar que tudo está certo, mas não é bem assim. A nossa polícia é violenta, e os bandidos, frutos de uma sociedade violenta – que consome cada vez mais violência –, também são violentos.
Depois das seguidas derrotas (89, 94 e 98), Luiz Inácio Lula da Silva percebeu que o Partido dos Trabalhadores (PT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os movimentos grevistas, curiosamente, não tinham o apoio do pobre, que por ser alimentado pela mídia comercial – sempre a serviço da classe hegemônica – acreditava que os movimentos sociais pioravam as suas condições de vida.
O presidente Fernando Henrique Cardoso |
Em 2002, porém, Lula entendeu que no Brasil, por falta de Educação, o rico e o pobre, só querem saber de comer e consumir. Esse cenário permitiu que Lula idealizasse duas ferramentas: a Carta aos Brasileiros, onde ele acalmou os endinheirados exploradores que queriam mais, e o Programa Fome Zero, que encheu de esperança o empobrecido explorado que não tinha o que comer.
Embora a ideia de mobilização popular tenha sido trocada por colaboração, e os trabalhadores continuam sendo encorajados a se manterem passivos, Lula entendeu que para questionar e se mobilizar, é preciso estar alimentado. Aliás, como uma criança conseguirá estudar, pensar e raciocinar, se ela estiver com fome? Como ela vai se recuperar de uma doença, se o corpo está desnutrido? Como praticar esportes, se o organismo não está alimentado? Como pensar, se o estômago está vazio?
Essas reflexões mostram que a almejada renovação só acontecerá com o fortalecimento da EDUCAÇÃO, que além de ser o tema principal desta edição, entendemos ser ferramenta primordial para que o brasileiro vote com consciência, responsabilidade e honestidade. Boa leitura!
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