sábado, 11 de setembro de 2010

Incidência de câncer de cólon e reto, no mundo, ocupa a segunda posição

Por Flávio Azevedo
O intestino

O câncer de cólon e reto (CCR) é uma doença tratável e frequentemente curável quando não apresenta extensão para outros órgãos. Porém, a incidência e a mortalidade causada por essa doença têm crescido em todo mundo, sobretudo em países desenvolvidos e em áreas urbanas de países em desenvolvimento. É o que mostram os pesquisadores Ana Luiza Vasquez e Marco Aurélio Perez, que estudaram a incidência e a mortalidade da doença, entre os anos de 1980 e 2006.

Segundo o artigo que publicaram, no último mês de junho, na revista “Epidemiologia e Serviços de Saúde”, o CCR é o segundo tipo de câncer mais prevalente no mundo, atingindo aproximadamente 2,4 milhões de pessoas. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou que, em 2008, haveria 12.490 novos casos de CCR em homens no Brasil e 14.500 em mulheres. “Estes valores correspondem a um risco estimado de 13 casos novos a cada 100 mil homens e 15 para cada 100 mil mulheres. A região Sul apresenta os maiores coeficientes deste tipo de câncer, sendo 21 para 100 mil homens e 22 para 100 mil mulheres. As regiões Norte e Nordeste apresentam os menores coeficientes, entre 3 e 4 pra 100 mil homens e de 4 a 6 para 100 mil mulheres”, afirmam os pesquisadores.
O Câncer
No estado de Santa Catarina – onde foi realizado o estudo – entre 1980 e 2006 foram registrados 5.154 óbitos por CCR, sendo 2.484 em homens (47,7%) e 2.665 em mulheres (51,7%). Segundo os pesquisadores, a maior mortalidade por esse tipo de câncer acompanha o aumento da idade. “A maior incidência ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam a partir dos 40 anos”, dizem.

A pesquisa explica também que os fatores de risco mais importante para esse tipo de câncer são a história familiar de CCR, a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas de intestino (como as poliposes adenomatosas), assim como uma dieta com base em gordura animal, baixa ingestão de frutas, vegetais e cereais e ainda o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.

Embora o tratamento e a reabilitação da doença estejam cada vez mais fortalecidos, os pesquisadores acreditam que a prevenção e o diagnóstico precoce precisam ser mais estimulados. “No Brasil existem deficiências para realizar exames de rastreamento do CCR, seja por fatores financeiros ou desinformação dos médicos”, dizem.

Experiência

O poeta, escritor e bandolinista, Francisco Azevedo ficou curado de um câncer no Intestino
O poeta, escritor e bandolinista, Francisco Azevedo, 64 anos, morador da Serra do Sambê, revela que descobriu um câncer de cólon há cerca de 10 anos. Um exame chamado colonoscopia identificou um tumor de 8 cm no seu intestino. De acordo com ele, na cirurgia que retirou o tumor, ele perdeu 60 cm do seu intestino. “Antes da cirurgia fui informado que poderia ficar utilizando bolsa de colostomia, mas graça a Deus não foi necessário!”.

Depois da cirurgia, Francisco fez quimioterapia e diariamente visitava o Inca, onde foi operado. Hoje, 10 anos depois, de acordo com os últimos exames que realizou, ele está curado e recebeu alta do Inca, instituição que ele indica a todas as pessoas que manifestem sintomas da doença.

O poeta afirma que o diagnóstico precoce é importantíssimo quando a pessoa descobre que tem câncer de cólon e reto. Ele afirma que os principais sintomas são emagrecimento, palidez e a dificuldade para evacuar, que em alguns casos podem provocar sangramentos.

Embora reconheça que o fato de ter buscado tratamento, assim que os sintomas começaram, foi fundamental para a sua recuperação, Francisco atribui o seu restabelecimento a uma intervenção divina. “Eu acredito que Deus é o grande responsável por eu estar, hoje, dando esta entrevista, tocando o meu bandolin e fazendo as minhas poesias. Sem a atuação dEle, eu não estaria aqui. Por isso, eu sou muito grato a Ele”, concluiu o poeta.

Um comentário:

  1. Obrigado pela matéria, pois tenho um ente na familia diagnosticado com CCR e a reportagem me deu muita esperança. Raul Malta. Mata grande, Alagoas

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