Por Flávio Azevedo
Rua Ramira Schweller, a principal do bairro |
Moradores do Loteamento Schweller comemoram a chegada da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que está sendo erguida no bairro. Eles acreditam que com a inauguração do local, “a Prefeitura, finalmente, vai lembrar que nós existimos e deve fazer algumas melhorias no nosso bairro”, diz um dos moradores que prefere não se identificar. De acordo com ele, a pavimentação que já foi feita no entorno da obra, a iluminação do local e o movimento de pessoas que vão buscar atendimento na UPA, depois que ela estiver funcionando, é motivo de comemoração.
– O ponto de ônibus enfrente a UPA é um problema, porque muita gente já foi assaltada ali. Os marginais ficam escondidos a espera das pessoas que chegam de ônibus. Mas por causa da UPA, o trecho já está sendo urbanizado, iluminado e esses bandidos terão que escolher outro ponto para fazer as suas gracinhas – comenta o morador.
A poucos metros da UPA, o esgoto flui a céu aberto. Ao lado o campinho de futebol. |
A construção da UPA é símbolo de investimentos em Saúde Pública, mas há poucos metros da obra, o esgoto flui a céu aberto. Poeira nos períodos de estiagem, lama durante o tempo chuvoso e buracos na estrada são problemas também apontados. A expectativa dos moradores é que todos esses problemas sejam sanados o quanto antes. “O nosso bairro nunca recebeu atenção do poder público. Para você ter uma ideia, nem o serviço dos Correios nós temos aqui. Para eu receber correspondências, contas e faturas, eu tenho que dar o endereço da minha mãe. A nossa situação é complicada. Entra prefeito, sai prefeito e nós continuamos largados”, reclama outro morador.
Na ausência de uma área de lazer, a alternativa é um campinho de futebol improvisado que fica ao lado de um valão, na Rua Ramira Schweller. Para a dona de casa, Maria Aparecida de Souza, de 27 anos, o bairro está abandonado. “A Prefeitura só promete, mas nada acontece! As ruas não têm asfaltamento e a iluminação é ruim. Estamos com IPTU em dia, mas não temos retorno, porque as crianças não têm, sequer, onde brincar”.
Faz coro com a dona de casa, Valmir Nascimento, de 29 anos. Além de reclamar da falta de uma área de lazer, ele revelou que quando chove, o valão transborda, alaga tudo, “é uma sujeira só”.
– O grande problema é que as fezes dos porcos e do gado, dos sítios aqui das redondezas também passam por esse valão. Como as crianças não têm onde brincar, eles usam um campinho improvisado. Mas quando a bola cai lá dentro, eles têm que entrar lá para pegar o brinquedo. É um perigo, porque um tombo pode abrir uma ferida e a contaminação causar uma séria doença numa dessas crianças – desabafou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário