Flávio Azevedo
Um debate na rede social Facebook, sobre obras não concluídas em Rio Bonito nos motiva a escrever esse texto. Antes, porém, convém recorrermos a novela “Cabocla”, que envolvia essa questão de influência política. Os principais personagens dessa história são Neco e Boanerges, líderes políticos de uma cidade do interior. Neco, embora esteja apaixonado pela filha de Boanerges, critica a política feita pelo sogro, o prefeito da cidade. Ele reclama que o chefe do Executivo, que se diz amigo do governador, não utiliza a sua influência para melhorar o lugar onde eles vivem.
Depois de alguns meses de campanha, Neco vence a disputa eleitoral e se torna prefeito da cidade. Empossado, ele ruma para a Capital a fim de buscar os benefícios que ele prometeu ao povo durante a campanha. De volta, para tirar onda com o sogro, Neco diz que o governador mandou um grande abraço para ele. Desconcertado, Boanerges descobre que o genro não foi recebido pelo governador e confessa saber disso porque ele também nunca foi recebido, mas dizia o contrário para impressionar o povo.
Esse debate sobre as obras em nosso município é uma coisa desnecessária. Aliás, essa questão está diretamente ligada ao “oportunismo político do brasileiro”. Explicamos: No dia 14 de outubro de 2009, o governador Sérgio Cabral esteve em Rio Bonito. No palanque erguido na Praça da Bandeira, sob vaias dos topiqueiros – aliás, cadê eles? – ele prometeu dar um banho de asfalto em Rio Bonito e realizar várias obras (ele estava em campanha pela reeleição).
Na oportunidade, ele assinou, junto com o prefeito, um convênio de INTENÇÕES (o inferno está cheio delas) para que essas obras fossem realizadas. Como de praxe, o governador mandou menos da metade do que prometeu. Agora, o prefeito carrega a culpa de não ter realizado as obras prometidas. O problema é que a promessa não foi do prefeito, mas do governador.
É por conta disso, que quando esses oportunistas do Estado querem vir a Rio Bonito fazer farol e campanha (em 2013 eles vão voltar, porque em 2014 tem eleições), o prefeito não dá a devida importância! Entretanto, o deputado de Saquarema, junto com a sua cínica base de apoio, vem para o palanque dizer que Mandiocão não aceita recurso, que ele é um cara difícil e outras argumentações estapafúrdias que nós conhecemos.
Concordamos que o prefeito José Luiz tem um monte de defeito. Para nós, o pior deles é não tomar a iniciativa de vir a público dizer que o governador não cumpriu mais da metade das promessas feitas naquele dia 14 de outubro de 2009. Parte dessa omissão pode ser atribuída às eleições desse ano, onde todos os grupos políticos estão almejando o apoio de “espertinho Cabral”. Vê se isso não é cara da história da Cabocla?
Se existe oportunismo político por parte do povo brasileiro, quando alguém desse povo passa a exercer um cargo eletivo, ele leva esse hábito com ele (oportunismo). Somente olhando por este viés para entendermos essa relação entre Prefeituras espoliadas e governos, estaduais e federais, impondo dificuldades para vender facilidades!
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