*Luis Francisco Soares
É a perda da relação anatômica normal entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoide. Esta luxação pode ser de origem traumática ou atraumáticas. As luxações de origem traumática são aquelas que ocorrem após o mecanismo violento em pacientes com estrutura óssea e cápsuloligamentar previamente íntegros. Nesses casos, geralmente ocorre desinserção ou ruptura desses estabilizadores da articulação, que pode levar à recorrência da doença.
Já nas atraumaticas ocorrem alterações preexistentes que favorecem a luxação (ou subluxação) mesmo na ausência de grande trauma. Esses pacientes geralmente apresentam hipermobilidade geral em outras articulações
O diagnóstico é clínico e a anamnese (histórico do paciente) e o exame físico são fundamentais. A classificação é importante para planejar o tratamento. É importante determinar a etiologia (traumática ou atraumática), a direção (anterior, posterior, multidirecional), além de outras características da instabilidade.
Além da história, que geralmente é típica, há manobras no exame físico que confirmam o diagnóstico. Os exames radiológicos complementam o diagnóstico e ajudam a identificar lesões associadas, importantes no planejamento do tratamento. Quando são necessárias mais informações sobre o complexo cápsulo-ligamentar pode-se indicar a artro-ressonância magnética.
Com relação ao tratamento podemos citar a terapia conservadora ou cirúrgica. O tratamento conservador consiste, dependendo dos casos, em imobilização, redução do quadro álgico (dor) e fortalecimento muscular. Os músculos da cintura escapular auxiliam na estabilização dinâmica do ombro e sua força e função adequadas são fundamentais no tratamento. As luxações atraumáticas (geralmente bilaterais e multidirecionais) respondem melhor ao tratamento conservador.
Nos pacientes com hipermobilidade global, o treinamento muscular adequado pode ser eficaz. É difícil prever a ocorrência de uma luxação traumática, embora um condicionamento físico adequado seja sempre útil, especialmente em atletas. Uma vez ocorrida a luxação traumática, é grande a possibilidade de se tornar recidivante, principalmente em jovens. Na maioria das luxações que não respondem ao tratamento conservador está indicada a cirurgia.
*Luis Francisco Soares é fisioterapeuta.
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