domingo, 3 de junho de 2012

Pág. 2 - “Deixa o homem trabalhar”!

Flávio Azevedo

O empresário Nelson Espíndola quer colocar uma ponte sobre o rio Bonito, mas não tem resposta da Prefeitura de Rio Bonito.
“No Brasil, todos nós sabemos, não é fácil trabalhar. Por outro lado, fica ainda mais difícil você investir e ampliar o seu negócio, quando o seu grande adversário é o poder público, que, às vezes, não age com transparência, e, em algumas ocasiões, deixa claro que tem preferência por esse ou aquele comerciante”, desabafa o empresário Nelson Espíndola, proprietário do Bazar Rio Doce, que há cerca de um ano pleiteia colocar uma ponte sobre o rio Bonito para, segundo ele, trabalhar com mais tranquilidade e atender melhor a sua clientela.

Instalado na Av. Manuel Duarte, o Bazar Rio Doce, que foi inaugurado em quatro de setembro de 2010, logo caiu nas graças do riobonitense. Diante da boa aceitação, o empresário se viu obrigado a ampliar os negócios. O que era apenas um bazar virou um mini mercado, ganhou açougue, quitanda e o mais importante: o número de empregados triplicou.

Mas é exatamente a expansão do negócio que parece ser o início dos problemas. Como nos fundos da loja passa o rio Bonito, o comerciante decidiu improvisar uma ponte. O objetivo, segundo Espíndola, era desafogar o transito da Av. Manuel Duarte e não atrapalhar os clientes durante as suas compras.
– É impossível passar com um quarto de boi pelo salão da loja! Conheço o caso de uma pessoa que processou determinado estabelecimento, por ter sofrido um corte fruto de um esbarrão numa peça de carne – conta o empresário.

De acordo com Nelson Espíndola, desde setembro de 2011 o processo (8.000/11) roda dentro da Prefeitura Municipal. “Eu já conversei com o prefeito, com o vice-prefeito, com secretários, mas sempre existe uma desculpa, uma exigência. Gastei R$ 5 mil numa ponte de ferro, mas não me permitiram colocá-la”. Ainda segundo o empresário, no último mês de fevereiro, a ponte improvisada desabou e juntamente com ele, dois funcionários, que estavam trabalhando na ampliação das instalações do bazar, caíram dentro do rio.
– Antes do Bazar Rio Doce eu já havia sido dono de outro comércio em Rio Bonito. Diante de algumas experiências que eu adquiri ao longo desse tempo, eu afirmo que em nossa cidade existe cartel e monopólio em vários setores. Falo isso baseado na dificuldade de se conseguir espaço para trabalhar por aqui – reclama Espíndola, que revela ter ouvido de um empresário vizinho, que ele faria tudo que tivesse ao seu alcance para impedir que ele conseguisse a autorização para colocar instalar a ponte.

O empresário comenta que ficaria conformado se a Prefeitura negasse a autorização e apresentasse um motivo. “O que é humilhante é você perceber que está sendo empurrado com a barriga. Diante desse silêncio, eu sou obrigado a desconfiar que existe interferência de terceiros e favorecimento a esse terceiro”, analisa Espíndola, revelando que a última notícia do seu processo é que ele foi encaminhado para o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), o que, segundo o empresário, confirma a falta de vontade em atendê-lo.

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