domingo, 12 de fevereiro de 2012

Política partidária e sindical em pauta no programa “O TEMPO EM RIO BONITO”

Flávio Azevedo

Jorge Wallace Bretas
O presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Jorge Wallace Bretas; a representante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE), núcleo Rio Bonito, Lucy Teixeira; e o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Sinsmurb), Jorge Carlos Alvieira; foram os convidados do programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, da Rádio Sambê FM (98,7), no último dia cinco de fevereiro. O programa abordou política partidária, sindical e a valorização dos servidores públicos. Também foi comentada a interferência política nessas questões.

Professor de história por formação, o presidente do PT apresentou os seus planos para revitalizar o Partido dos Trabalhadores em Rio Bonito. “Encontramos o diretório um pouco confuso, as diretrizes estavam um pouco mal compreendidas, mas acredito que é possível com trabalho e uma maneira moderna de fazer política, colocar o PT entre os principais partidos d acidade”, disse Wallace, para quem a política em cidades interioranas é muito pessoal.

– Fica muito claro que a política em cidades menores é personificada. Ou seja, o eleitor vota na pessoa. Ele esquece totalmente de analisar as questões partidárias que envolvem essa escolha. Não adianta votar na pessoa que eu acho boa opção para ocupar um cargo público e ignorar a ideologia do partido e o funcionamento dele – analisa Wallace, que faz um alerta: “o voto deve ser dado a quem tem perfil para ocupar um cargo público e não porque o sujeito é meu amigo e toma cafezinho comigo. Sei que não é assim que acontece, mas nós precisamos começar a caminhar nessa direção”, ponderou.

Jorge Carlos Alvieira e Lucy Teixeira, no programa "O Tempo em Rio Bonito".
Ainda sobre política partidária, os representantes do SEPE e do Sismurb acreditam que a presença dos políticos que ignoram o funcionamento da máquina pública e não tem comprometimento com os lugares que ocupam é um dos fatores que contribuem para que o servidor não tenha a devida valorização.

Empenhados numa batalha árdua para ver implantado em Rio Bonito, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR); e o Estatuto do Servidor Municipal, Lucy e Alvieira, que fazem parte da comissão que elaborou os dois projetos com a consultoria do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), cobram do poder Executivo, o envio dos projetos, que já estão prontos, ao poder Legislativo.
– Tentei conversar com o prefeito durante a Aula Inaugural, onde fizemos uma manifestação pacífica, ele me disse que estava interessado na palestra que estava sendo proferida – criticou Lucy.

A preocupação dos líderes sindicais é com o tempo de aprovação dos projetos. “Quando os projetos chegarem à Câmara, os vereadores precisarão de tempo para analisar as matérias, porque o assunto é complexo. Mas como estamos em ano eleitoral, essa aprovação tem que acontecer até o dia 30 de abril. Porém, não estamos vendo celeridade por parte da Prefeitura que precisa enviar os projetos para a Câmara”, reclamam.

O presidente do Sismurb critica a indisposição da Prefeitura em atender as entidades da categoria. Segundo ele, essa postura provoca o descrédito da categoria nos sindicatos. “Sempre encontramos pessoas dizendo que nós não vamos arrumar nada. Muito me dizem para largar esse negócio de sindicato, porque a nossa luta não vai dar em nada... Mas não vamos desistir... Vamos continuar”, garante Alvieira.

A pouca mobilização da categoria, que em alguns momentos se permite cooptar pelos governantes, é outra realidade também identificada pelos líderes sindicais como problemas a serem superados. O presidente do PT, utilizando como exemplo o seu próprio partido, comenta que essa a cooptação é uma triste realidade que precisa ser combatida em esfera nacional.

O jornalista Fávio Azevedo
Para o mediador do programa, o jornalista Flávio Azevedo, o tempo em que o PT teve maior visibilidade na política municipal foi na época do saudoso Alcídes Manhãs, o popular Badu. “Esse personagem era um líder petista tradicional, mas o seu trabalho era desqualificado, exatamente porque as suas propostas mexiam na zona de conforto das classes dominantes”.

Para o jornalista, algo similar acontece com os sindicatos de Rio Bonito. “Desqualificar pessoas, entidades, empresas e candidaturas políticas que fogem aos nomes tradicionais e repetidos é uma tática comum das classes dominantes. O problema é que esse discurso é aceito pelas classes dominadas por uma questão de acomodação ou assimilação”, pondera o jornalista.

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