quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pág. 5 - Novo acidente no retorno do Green Valley reacende uma velha discussão: cadê o VIADUTO?

Flávio Azevedo

O Fiat Uno que teria provocado o acidente. Ao fundo, na faixa de grama, o Ecosporte que foi atingido.
Menos de 24 horas depois de o assunto ser tratado no Conselho Comunitário de Segurança (CCS), quatro carros se envolveram num acidente sem vítimas fatais, no último dia 7 de fevereiro, por volta das 9h30min, no retorno do Green Valley, próximo a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O acidente é mais um que vai figurar numa triste estatística que tende a crescer caso as autoridades não tomem drásticas providências; e se a Autopista Fluminense (concessionária que administra a rodovia) continuar tratando o assunto com desdém e desinteresse.

De acordo com testemunhas que estavam no local, o Fiat Uno, placa JZD 0333, de Rio Bonito, com dois ocupantes, teria provocado o acidente ao sair do Green Valley e atravessar a pista na frente do Ecosporte, placa KWC 3983, de São Gonçalo. O Fiat estaria tentando chegar ao retorno para acessar a pista de subida da BR – 101. As duas pessoas que estavam no interior do veículo esportivo, que parou na área de grama que divide as pistas sofreram apenas o susto.

Também foi envolvido no acidente, o Renault Sandero, placa LRZ 3378, de Cabo Frio. Ainda segundo as testemunhas, uma picape Hilux não identificada também teria sido envolvida, mas como não sofreu nenhum prejuízo o motorista teria seguido viagem.

Os dois ocupantes do Fiat Uno foram atendidos por viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e da Autopista Fluminense. No local, enquanto aguardava a perícia, policiais militares e rodoviários diziam ser necessário fechar a saída do Green Valley ou o retorno para evitar novos acidentes.  

Um velho debate

A promessa da diretoria da concessionária em seguidas reuniões com representantes da Prefeitura Municipal de Rio Bonito (PMRB) é de que um viaduto será construído no local. Segundo a PMRB, as obras deveriam ter sido iniciadas em novembro de 2011. A empresa não justificou o atraso para o início das obras que já estão previstas no Orçamento da Autopista Fluminense e já foi autorizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O equipamento seria utilizado como retorno para os motoristas que saem do Green Valley em direção a Praça Cruzeiro e para a UPA. Também serviria como porta de entrada para o Loteamento Schuller que está isolado desde que a entrada do bairro foi fechada pela Autopista, sob o argumento de que precisa oferecer segurança aos usuários da rodovia evitando atropelamentos e acidentes.

No CCS

A construção do viaduto foi um dos temas da reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) do dia anterior ao acidente. Conselheiros e representantes do poder público debateram o tema e a possibilidade de se haver uma manifestação nos próximos dias, com paralisação da pista, não está descartada. De acordo com os representantes da Prefeitura Municipal de Rio Bonito (Isaías Class/Desenvolvimento Urbano e Lendro Weber/Procurador Geral), as obras já eram para estar sendo executadas.
– A diretoria da concessionária se comprometeu em começar as obras do viaduto em novembro. Ainda não sabemos o motivo de não terem começado. Mas vamos marcar uma audiência e cobrar. Pedimos, inclusive, a participação do CCS nessa reivindicação – disse o secretário Isaías Class.

A travessia em nível na RJ – 124 (ViaLAgos), entre as localidades da Viçosa e Três Coqueiros, também abordada na reunião e será alvo de ação do CCS, de acordo com o presidente Bruno Soares.

Uma história longa e cansativa

Representando o prefeito José Luiz Antunes (DEM), o vice-prefeito Matheus Neto (PSB) participou no dia 13 de novembro, na sede da ANTT, de um encontro para discutir os fechamentos dos acessos à BR–101 pela Autopista Fluminense. O gerente de tráfego da Autopista Fluminense, Edmundo Régis Bittencourt, informou que em toda extensão sob concessão (entre a Ponte Rio/Niterói e a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo), cerca de 1,5 mil acessos deverão ser fechados pela concessionária.
– Desse número, 111 estão em Rio Bonito, e cerca de 30 deles são extremamente perigosos, porque influenciam diretamente na segurança dos usuários – disse Bittencourt.

O prefeito José Luiz Antunes concorda com os fechamentos, mas questiona a forma como eles estão sendo feitos. “Localidades como Lavras, Colina da Primavera, Sambê e vários pontos do 3º Distrito não podem simplesmente ficar sem acesso. A concessionária pode até fechar esses locais, realmente são perigosos, mas é preciso que eles providenciem passarelas e retornos para os moradores”, analisa.

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