segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pág. 10 - A saúde espera na maca... Sem vaga...

Felipe Braga
*Felipe Braga

Queridos leitores, infelizmente na ultima edição de nosso jornal, não pude, por motivos particulares, escrever minha tão querida coluna. Sinto falta de fazê-la, e por incrível que pareça, sou cobrado por isso.

Voltando ao que interessa, sei que não é minha área, mas não pude ficar indiferente. Recebi este mês uma grave denuncia de um cidadão, que por segurança pediu para não ser identificado. De acordo com que me foi relatado, trata-se da permanência de deficientes mentais no antigo Posto de Saúde, que fica situado em frente ao Colégio Estadual Barão do Rio Branco. Eles estavam sujos, babando e com aparente estado de abandono. Não se sabe se eles estão alojados lá, o que já seria um completo despropósito, ou se eles estavam lá momentaneamente. Mesmo assim, o atendimento a pacientes desta natureza, deve ser feito no hospital psiquiátrico ao qual eles pertencem.

Além desses doentes em precário estado, que lá estavam, havia mães com crianças no colo, esperando por atendimento, e sem informação. Depois de muito aguardar, elas foram mandadas por um funcionário para o Ambulatório Municipal Manoel Loyola Silva Júnior, na Mangueirinha, para que por lá pudessem buscar atendimento. Detalhe, além da distancia, o sol era escaldante naquele dia.

Questionado por uma das mães sobre a situação de desinformação e abandono, o funcionário limitou-se a dizer que não poderia fazer nada. Foi com lagrimas nos olhos que este cidadão me narrou este fato, mostrando toda sua indignação e lamento, pelo atual estado de abandono que saúde publica municipal atravessa.

Tenho certeza que, o que estou falando não é nenhuma novidade, por onde passo a reclamação é a mesma. Não tem médico, não há vaga, não tem prazo para a realização de exames, e quando tem, a marcação é feita para ”trocentos” dias depois. Imaginem uma mãe fazendo um Pré-Natal! Sendo que a dor não espera e muitas das vezes, a vida também não.

Enquanto isso, em uma cidade vizinha, se gasta fortunas para festas que não acrescentam nada para o município, como o inigualável natal milionário! Imaginem que luxo! Uma casinha de madeira (compensado) para o papai Noel, que custa mais que uma casa popular de alvenaria! Jardins com lindos dizeres de cunho religioso, não respeitado a diversidade religiosa, (partindo do principio que todos pagam imposto, desde o católico, até o budista) na beira de um valão, sem tela de proteção, para que as crianças não se acidentem... Além de outras sandices, como por exemplo, cobrir uma rua praticamente inteira, com estrutura de aço e acrílico.

Se nesta cidade vizinha, estivesse tudo bem com a saúde, com ambulatórios bem montados, médicos de todas as especialidades de plantão, para que quando você, ou um familiar seu, precisasse de atendimento, fosse prontamente atendido, tudo bem.

Se o povo que teve as suas casas destruídas pelas chuvas estivesse com suas moradias prontas, as escolas estivessem bem equipadas, com professores bem remunerados, ótimo.

Se bairros estivessem pavimentados e asfaltados... Se o sistema de monitoramento estivesse funcionando plenamente, para que, o cidadão possa ir ao banco movimentar sua conta no caixa eletrônico com tranquilidade, sem correr o risco de ser assaltado por alguém que fica a espreita e age livremente para cometer seus roubos, melhor ainda.

As festas são necessárias, mas acredito que só deve se comemorar quando as coisas vão bem. Caso contrário, vira analgésico para o povo. Para ele parar de sentir o problema e ter uma amnésia  temporária, esquecendo de toda a bandalheira cometida contra eles mesmos. Ainda bem que em Rio Bonito não acontece isso.

Do seu colunista de sempre...

*Felipe Braga é empresário

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