Texto: Alexandre Alliatti
Adaptação: Flávio Azevedo
Atletas do Frizão empenhados em elevar a auto-estima do Friburguense. |
O Friburguense passou 13 anos na elite carioca. Foi rebaixado em 2010 para, em uma ironia do destino, disputar a Série B justamente no ano da tragédia que assolou o município e vitimou centenas de pessoas. A preparação não foi boa, treinamentos e amistosos foram cancelados e o gramado do Estádio Eduardo Guinle foi transformado em heliporto, para remoção de feridos. O ginásio foi usado para estocar doações, mas o clube reagiu.
O primeiro jogo na Série B foi em 13 de fevereiro, contra a Portuguesa. Também foi o primeiro grande evento na cidade desde o desastre de um mês antes. E ali, ao golear do adversário por 6x0, o Frizão deu mostras que ajudaria a aliviar a dor dos friburguenses. Foram 40 jogos e apenas duas derrotas. A equipe chegou à última rodada podendo ser campeão, mas o empate (2x2) com o Serra Macaense deu o título ao Bonsucesso.
De acordo com atletas e comissão técnica a equipe usou a tragédia como motivação. Os jogadores tentaram alegrar Nova Friburgo através do futebol. “Foram feitos filmes da cidade, do jeito que estava, e o grupo comprou a ideia de dar uma felicidade para o povo, mesmo que em uma dose pequena. Foi gostoso ver o estádio lotado e a torcida gritando o nome do time”, conta o técnico Gerson Andreotti.
Como acontece com os moradores de Nova Friburgo, enquanto joga, o elenco lida com o medo e a apreensão. Eles vivem a mesma rotina dos demais moradores da cidade: olham para cima, analisam as nuvens e torcem para que não chova. Nova Friburgo está em constante estado de temor. Chuva forte causa pânico.
Na cidade, são reincidentes as reclamações de que pouco foi feito para evitar novas tragédias e reconstruir o que foi destruído. O então prefeito do município, Dermeval Barboza Moreira Neto, foi afastado do cargo sob a suspeita de desvios de recursos em obras que deveriam amenizar os efeitos do desastre.
O Friburguense retorna à elite do futebol carioca com vontade de fazer bonito. o elenco que garantiu o acesso foi mantido. Entre esses atletas está o riobonitense Marcelinho. A manutenção da equipe é um dos trunfos do Friburguense, que enfrenta o badalado Fluminense na primeira rodada do Campeonato Carioca no próximo dia 22 de janeiro. Os atletas esbanjam confiança.
A preparação, porém, não é simples, porque com as chuvas desse verão, o time se desloca para Cachoeiras de Macacu ou treinam em gramado sintético. Os jogadores também enfrentam problemas. Um exemplo é o atacante Ricardo, que ficou ilhado em Além Paraíba, cidade mineira que também sofre com as chuvas.
Fonte: G1
Fonte: G1
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