terça-feira, 27 de março de 2012

Pág. 13 - As garças

*Francisco Azevedo


Por entre as brumas da manhã suave
Desfila o bando das esbeltas aves
As garças, brancas como a névoa pura
E da janela contemplo admirado
O voo manso e bem organizado
Com tanta graça, beleza e compostura!

São muitas aves que voam a porfia
Dos manguezais pros lados da baía
Alvas, tão alvas, qual flocos de algodão
O céu sereno de nuvens enfeitado
E o sol de ouro nascendo iluminado
Criam uma obra de inigualável produção!

Quem se fatiga por olhar tal quadro?
Pelo sábio artista emoldurado
Que a arte humana jamais conseguirá
Fazer igual ou imitar que seja
Por mais que o homem pincel maneje
Muito distante ele passará!

Foram-se as garças, eu fiquei sozinho
Com a natureza, vasto pergaminho
Todo ilustrado com gravuras mil
Altas montanhas, belas cachoeiras
Os verdes campos, árvores altaneiras
E o majestoso céu do meu Brasil!

*Francisco Azevedo é poeta, músico e escritor.


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