terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pág. 3 - Trio riobonitense é preso com drogas que seriam vendidas em Rio Bonito

Flávio Azevedo

A partir da esquerda: Treco, Luciano e Fernando, eles estão presos em Água Santa.
Depois da tentativa frustrada de furar uma blitz, três homens de Rio Bonito foram presos em flagrante por policiais do Rio de Janeiro (Benfica). Segundo a polícia, eles portavam 128 gramas de maconha, 85 cápsulas de cocaína, 15 pedras de crack e munição de revólver, calibre 38. A droga estava escondida nas portas e no assoalho do carro dos acusados. A prisão teria acontecido no último dia 29 de outubro.

Para escapar do flagrante, o motorista do veículo, Luciano de Farias, de 31 anos, que estava acompanhado de Fernando Melo (Calango) e um colega identificado como Fábio (Treco), teria oferecido aos policiais, no momento da prisão, o carro (um gol verde), duas motos e cerca de R$ 6 mil. Como não conseguiu, ele disse que era filho de um procurador federal.

De acordo com o delegado Luciano Zahar, da 60ª DP (Campos Elíseos), onde o caso foi registrado, eles terão que responder por tráfico de drogas, porte irregular de munição, “e, unicamente, Luciano vai responder pelo crime de corrupção ativa”, disse o delegado. Eles estão presos no presídio Ary Franco (Água Santa).

Reincidência

Não é a primeira vez que riobonitenses são surpreendidos por policiais, no Rio de Janeiro, quando estão trazendo drogas para Rio Bonito. Há cerca de 10 anos, um grupo de jovens envolvidos com o tráfico de drogas local também tentou furar uma blitz e foram presos. Segundo fontes, à época, o carro utilizado seria um veículo oficial e entre os presos estaria o assessor de um político da cidade.

Em sua defesa, os jovens teriam argumentado que não sabiam o que era uma blitz e que aceleraram o carro porque pensaram ser, a blitz, uma ação de bandidos. Eles também teriam dito que por serem de uma cidade do interior, não estariam familiarizados com essa situação. O caso teria sido acomodado por interferência política. Na ocasião, algumas pessoas criaram adesivos que teria o objetivo de ironizar o caso. O dizer “nós é da roça!”, que tem várias definições, foi estampado, à época, em vários veículos da cidade e seria uma provocação política. Mas existe quem discorde dessa versão.

Como é de praxe em cidades interioranas, sobretudo quando se trata de casos onde pessoas públicas e/ou de destaque (ou alguém ligado a elas) estão supostamente envolvidas nessas situações, a história não teria sido divulgada de forma oficial. O caso teria sido introduzido no folclore político local, onde milhares de acontecimentos, muitos deles verídicos, estão arquivados para posteriormente serem descaracterizados ao serem contados como anedotas e pilhérias em rodas de amigos.

Polemizando

Segundo fontes, as famílias dos rapazes presos em Benfica estão tentando libertá-los, mas não está fácil. Mas da acordo com um caso recente existe uma alternativa que pode ajudar. Caso essas famílias consigam um atestado médico, onde o profissional ateste que os rapazes são doentes, usuários de drogas compulsivos, que eles não podem viver sem usar drogas e que todo esse carregamento era para o próprio consumo, eles serão liberados.

Augusto Correa preso e liberado
 por um atestado médico
Foi o caso do jovem Augusto Ferreira Correa, de 25 anos, que foi preso no dia 5 de maio, no Centro de Rio Bonito, por policiais militares. Ele portava cerca de ½ Kg de maconha, uma mini-balança digital, um revólver de ar comprimido, dois celulares e R$ 50,00. À época, o delegado Paulo Henrique da Silva Pinto disse que Augusto foi liberado por ter documentos que comprovavam a sua dependência química.
– A lei não diz com que quantidade é tráfico ou uso. Um cigarrinho pode ser tráfico e ½ quilo pode não ser. Todo flagrante é encaminhado a Justiça e ao Ministério Público. E no nosso entender, não houve tráfico nessa situação, porque ele não vendia, nem oferecia, ele portava a droga – disse o delegado.

Sobre a arma de brinquedo, o delegado disse que ela foi encontrada na casa de Augusto e ressaltou que Augusto é doente. “Existe uma farta documentação médica que comprova essa história, inclusive, com internações. Ele está morando em Rio Bonito, exatamente, para se afastar das amizades indesejadas. O rapaz tem um quadro de síndrome de abstinência que se passar um dia sem fumar, ele passa mal e documentos comprovam isso”, frisou o delegado.

O delegado também afirmou que “na casa de Augusto, não foi encontrado material de endolação, agenda de prováveis clientes e produtos químicos que caracterizassem a existência do tráfico”.

Nota da Redação: será que entre os rapazes presos em Benfica, haveria alguma agenda com nome de prováveis clientes? Aliás, os três rapazes não vendiam, nem ofereciam a droga. Eles apenas portavam a droga. Além disso, se esse volume for dividido pelos três amigos o volume será insignificante, diante do ½ quilo de maconha encontrado com Augusto Correa.

Acreditamos que os pais que lutam com filhos usuários de drogas precisam, com urgência, tratar o filho e buscar um atestado médico que comprove a doença dele (dependência química). Assim, o constrangimento de ser mostrado nos noticiários como traficante de drogas, o que não é agradável, será evitado.

Um comentário:

  1. bom!! ja declarei que o nome do rapaz da esquerda e Fabio nao treco, ele tem familia e nao estao gostando do geito que voece se refere ao filho deles. por favor quando for se referir a ele diz o nome dele Fabio.

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