quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pág. 1 - BANDIDOS ATERRORIZAM INTERIOR DE RB

Flávio Azevedo

Moradores do interior do município estão com medo. Casas distantes de tudo, ruas escuras e uma realidade de total abandono
Medo... Terror... Desespero... Esses sentimentos ainda estão bem vivos na mente de uma família de Catimbau, localidade interiorana do município de Rio Bonito, que por 10h ficou refém na mão de bandidos. Começava a noite do último dia 21 de setembro, quando por volta das 19h, cinco marginais entraram na casa e anunciaram o assalto. Apesar de não terem sofrido nenhuma agressão física, as sequelas emocionais são visíveis quando se conversa com as vítimas.

Os bandidos só foram embora às 5h da manhã. A família, de cinco componentes, foi rendida e sob a mira de revolveres foi aprisionada em um dos quartos nos fundos da residência. Os ladrões apagaram todas as luzes. Apenas uma lâmpada ficou acesa. Enquanto um dos marginais vigiava as vítimas, os demais vasculhavam a casa em busca de dinheiro e objetos de valor. Os bandidos roubaram um caminhão, ferramentas, roupas e até mantimentos.

Se os moradores do Centro de Rio Bonito, sobretudo depois da morte do empresário Américo Branco, no último mês de maio, se acham desprotegidos, os moradores das localidades interioranas se acham abandonados e não é difícil encontrar pessoas planejando se mudar do interior para o Centro da cidade, pelo simples fato de estarem se sentindo inseguras.

Muitos casos não são registrados na 119ª DP, porque as vítimas ficam com medo de represálias. “Como nós estamos largados, raramente a polícia passa por aqui, é possível que os bandidos, ao saber que foram denunciados, voltem para fazer alguma vingança”, diz um morador que pede para ter a sua identidade preservada.

Casas distantes de tudo e perdidas em meio a pastagens são alvos fáceis para os bandidos
Segundo moradores da localidade de Catimbau, há cerca de 30 dias, homens fardados invadiram a casa de uma pessoa em busca de uma arma e R$ 10 mil.
– Ao saber que não seria possível conseguir a arma e o dinheiro, porque a pessoa realmente não tinha nada, eles obrigaram a vítima a levá-los na casa do seu filho, há cerca de 100m. Na segunda residência, eles fizeram as mesmas ameaças. Dias depois nós chegamos a conclusão que esses homens, embora estivessem com os uniformes da polícia, não eram policiais, mas eram bandidos vestidos de policiais – contou um morador, frisando que “diante de histórias como essa, quando encontramos um carro da polícia, nós não sabemos se fugimos ou agradecemos”.

Questionado sobre o assunto, um morador de Braçanã, outra localidade distante, comentou que “quem mora no Centro da cidade e reclama da falta de policiamento deveria se mudar aqui para interior, para ver o que é realmente estar abandonado. Estamos entregues a própria sorte e os políticos só se lembram da nossa existência na época das eleições”, desabafa o lavrador.

Nota da redação: na próxima segunda-feira (3), o Conselho Comunitário de Segurança (CCS) se reúne para debater a segurança do município. Sem dúvidas esse é um excelente assunto para ser analisado pelas nossas autoridades políticas e policiais. Entretanto, se faz necessária a presença maciça da população.

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