Flávio Azevedo
A diretora do CAEERJ José Reis, Mauricéia Alves. Entrevista ao programa “O TEMPO EM RIO BONITO”. |
Motivado pelos debates sobre as mudanças previstas para o Centro de Atendimento Educacional Especializado José Reis (CAEEJR), de Rio Bonito, e a participação dos para-atletas da cidade na Olimpede de Volta Redonda (jogos para alunos portadores de necessidades especiais), no último fim de semana, os programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, recebeu no último dia 18 de setembro, a diretora do CAEEJR, Mauricéia Alves.
Sobre a suposta extinção da Escola José Reis, que hoje atende 92 alunos, a diretora informa que o CAEEJR está passando por muitas transformações. “O governo federal vê as escolas especiais como um espaço que promove a exclusão. Lugares como o tradicional Instituto Benjamim Constant, por exemplo, estão sofrendo bastante com isso. Não é a instituição que está sendo fechada, mas o modelo de Educação que é oferecido nesses espaços”, contou Mauricéia.
O problema, segundo a diretora, é que a idade dos alunos é variada. O CAEEJR, por exemplo, atende desde crianças de seis meses de idade, até adultos de 30, 40 e 50 anos, todos precisando de atendimento especializado.
– Diante dessas mudanças, a partir de julho 2010, a Secretaria de Educação e Cultura (Semec), com os coordenadores de Educação Especial, os integrantes da Supervisão de Educação e o Conselho Municipal de Educação, começaram a analisar uma nota técnica que tinha a proposta de mudar o José Reis, de Escola Especial para Centro de Atendimento Educacional Especializado – disse Mauricéia, frisando que a proposta é incluir os alunos na escola regular (o que já acontece), mas continuando com o atendimento no José Reis no contraturno.
Decisão
Analisando o caso, a Semec e o Conselho Municipal de Educação decidiram que as 50 escolas do município devem oferecer atendimento especial. O objetivo é incluir e o José Reis ficaria como referência e Centro de Atendimento Especializado. “Também ficou decidido que os pais não têm o direito recusar esse modelo de Educação. Aliás, nós estamos mostrando às famílias, as vantagens de se colocar os seus filhos na escola regular”, ponderou a diretora do CAEEJR.
O Conselho Municipal de Educação entendeu que para a Escola José Reis mudar para Centro de Atendimento Educacional Especializado, a Câmara Municipal de Vereadores deveria aprovar essa mudança. “Essa é a mensagem que está tramitando no Legislativo”. A proposta, porém, encontrou resistência da Comissão de Justiça, que é presidida pela vereadora Rita de Cássia (PP), que foi secretária de Educação na administração Solange Almeida (1997/2004).
– A vereadora disse durante uma reunião conosco, no último dia 15 de setembro, que ela não recebeu a documentação e a legislação explicativa. Aliás, os demais vereadores também não tiveram acesso a essas informações. Além de entregar esse material nas mãos da vereadora, junto com a coordenadora de Educação Especial, Garrolici Alvarenga, eu vou preparar um relatório sobre os nossos problemas, que vão desde a questão pedagógica até o financiamento – revelou Mauricéia.
A diretora do CAEEJR destacou ainda, que o José Reis atendia, até 2010, apenas portadores de déficit intelectual e paralisados cerebrais, como prevê a legislação que regulamentou a criação da unidade. “Hoje, porém, nós atendemos surdos, cegos e todas as outras síndromes e deficiências. Ou seja, as mudanças acontecem, mas os recursos não acompanharam a mudança. Temos notícias de uma escola regular que recebeu R$ 20 mil por conta de um aluno com necessidades especiais, mas o José Reis, que atende 92 alunos, não recebe nenhum recurso por não ser considerado um Centro de Atendimento Educacional Especializado”, comentou a diretora ressaltando que “é por isso que estamos buscando essa regulamentação”.
Olimpede
O grupo que representou Rio Bonito na Olimpede |
Sobre a participação na Olimpede de Volta Redonda, Mauricéia comemorou o bom desempenho da delegação de Rio Bonito. No Futsal, o time de surdos conquistou a medalha de prata. Já as cadeirantes Juliana Mota e Elaine Cristina conquistaram o primeiro e segundo lugar na corrida de cadeira de rodas. No atletismo, caminhada de 25m, Michele de Paula, ficou com a medalha de bronze, mesma medalha conquistada por Ludmila Ferraz, na corrida de 50m.
Assunto que ainda promete gerar polêmica, o transporte da delegação, também foi abordado pela diretora do CAEEJR, que reconheceu que o ônibus utilizado (ônibus universitário) não oferecia conforto a delegação, formada por alunos do José Reis, da Escola Municipalizada Professor Honesto Almeida de Carvalho, acompanhantes e professores.
As famílias reclamam principalmente que o ônibus deveria ter banheiro. No entendimento de muitos familiares, o excesso de paradas teria contribuiu para que a delegação chegasse atrasada e não participasse da abertura da Olimpede.
– Como essa foi a primeira vez que fomos a um evento desse porte, é tudo muito novo também para nós. Ano que vem, certamente nós vamos planejar a viajem e a nossa participação com mais antecedência, com mais tranquilidade e tudo será muito diferente – argumentou a diretora do CAEEJR.
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