quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pág. 2 - O silêncio dos sinos

Francisco Azevedo
*Francisco Azevedo - Poesia

Por que será não soam mais os sinos,
Da santa Igreja Católica Matriz?
Na alta torre se escondem emudecidos
Como um cantor calado e infeliz!

Pela manhã, no fim da madrugada
Soavam os sinos, um convite a devoção
Cada fiel ao som da alvorada,
Se prosternava em doce comunhão!

Ao meio dia estando o sol a pino
O belo som em esplêndida beleza
A voz plangente, o eco peregrino
Dobrava a Serra e ungia a natureza!

E quando os noivos diante do altar,
Em matrimônio uniam-se com amor
A voz dos sinos ouvia-se soar
Apresentando-os diante do Senhor!

Se um irmão findasse a sua lida
E terminasse aqui sua missão
Soavam os sinos chorando em despedida
Todos sabiam partiu mais um cristão!

E à tardinha, chegado o fim do dia,
A voz dos sinos soava mais e mais
E a natureza alegre se envolvia
Com uma linda orquestra de pardais!

Por que será que os sinos estão mudos?
Não cantam mais, findou-se a emoção!
Como um cantor, calado e sisudo
Que do seu peito roubaram o coração!

*Francisco Azevedo é musico, compositor e poeta

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