segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Programa “O TEMPO EM RIO BONITO” aborda Educação Especial e as mudanças previstas para esse setor

Informações sobre o Centro de Atendimento Educacional Especializado José Reis (CAEEJR), podem ser acessadas no endereço eletrônico a seguir: http://www.especialjr.com.br/

Flávio Azevedo
A diretora do CAEEJR, Mauricéia Alves.
Motivado pelos debates sobre as mudanças previstas para o Centro de Atendimento Educacional Especializado José Reis (CAEEJR), de Rio Bonito, e a participação dos para-atletas da cidade na Olimpede de Volta Redonda (jogos para alunos portadores de necessidades especiais), no último fim de semana, os programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, recebeu no último dia 18 de setembro, a diretora do CAEEJR, Mauricéia Alves. Ela também falou a respeito do curso de DOSVOX, um sistema operacional que permite às pessoas cegas utilizarem o computador.

Sobre a suposta extinção da Escola José Reis, que hoje atende 92 alunos, a diretora informa que o CAEEJR está passando por muitas transformações. “O governo federal vê as escolas especiais como um espaço que promove a exclusão. Lugares como o tradicional Instituto Benjamim Constant, por exemplo, estão sofrendo bastante com isso. Não é a instituição que está sendo fechada, mas o modelo de Educação que é oferecido nesses espaços”, contou Mauricéia.

O problema, segundo a diretora, é que a idade dos alunos é variada. O CAEEJR, por exemplo, atende desde crianças de seis meses de idade, até adultos de 30, 40 e 50 anos, todos precisando de atendimento especializado.
– Diante dessas mudanças, a partir de julho 2010, a Secretaria de Educação e Cultura (Semec), com os coordenadores de Educação Especial, os integrantes da Supervisão de Educação e o Conselho Municipal de Educação, começaram a analisar uma nota técnica que tinha a proposta de transformar o José Reis, de Escola Especial em Centro de Atendimento Educacional Especializado – disse Mauricéia, frisando que a proposta é incluir os alunos na escola regular (o que já acontece), mas continuando com o atendimento no José Reis no contraturno.

Decisão

Durante a entrevista, Mauricéia Alves ressaltou a importância do seu grupo de trabalho. "A minha equipe me tranquiliza muito, eles são muito bons".
Analisando o caso, a Secretaria de Educação e o Conselho Municipal de Educação decidiram que as 50 escolas do município devem oferecer atendimento especial, com o objetivo específico de inclusão. “O José Reis ficaria como referência e Centro de Atendimento Especializado. Ficou decidido também, que os pais não têm o direito recusar esse modelo de Educação. Aliás, nós estamos mostrando às famílias, as vantagens de se colocar os seus filhos na escola regular”, ponderou a diretora do CAEEJR.

O Conselho Municipal de Educação entendeu que para a Escola José Reis mudar para Centro de Atendimento Educacional Especializado, a Câmara Municipal de Vereadores deveria aprovar essa mudança. A mensagem que está tramitando no Legislativo. A proposta, porém, encontrou resistência da Comissão de Justiça, que é presidida pela vereadora Rita de Cássia (PP), que foi secretaria de Educação na administração Solange Almeida (1997/2004).
– A vereadora disse na última quinta-feira (15/09), que ela não recebeu a documentação e a legislação que nós preparamos. Aliás, os demais vereadores também não tiveram acesso a essas informações. Além de entregar esse material nas mãos da vereadora, junto com a coordenadora de Educação Especial, Garrolici Alvarenga, eu vou preparar um relatório sobre os nossos problemas, que vão desde a questão pedagógica até o financiamento – revelou Mauricéia.

A diretora do CAEEJR destacou ainda, que o José Reis atendia, até 2010, apenas pessoas com déficit intelectual e paralisados cerebrais, como prevê a legislação que regulamentou a criação da unidade. “Hoje, porém, nós atendemos surdos, cegos e todas as outras síndromes e deficiências. Ou seja, as mudanças são necessárias e os recursos para financiar tudo isso também. Temos notícias de uma escola regular que recebeu R$ 20 mil por conta de um aluno com necessidades educacionais especiais, mas o José Reis, que atende 92 alunos, não recebe nenhum recurso por não ser um Centro de Atendimento Educacional Especializado”, comentou a diretora ressaltando que “é por isso que estamos buscando essa regulamentação”.

Olimpede

Parte da delegação de Rio Bonito que participou da Olimpede, em Volta Redonda entre os dias 16 e 18 de setembro
Sobre a participação na Olimpede de Volta Redonda, Mauricéia comemorou o bom desempenho da delegação de Rio Bonito. No Futsal, o time de surdos conquistou a medalha de prata. Já as cadeirantes Juliana e Elaine conquistaram o primeiro e segundo lugar na corrida de cadeira de rodas. No atletismo, caminhada de 25m, Michele, ficou com a medalha de bronze, mesma medalha conquistada por Ludmila, na corrida de 50m.

Assunto que ainda promete gerar polêmica, o transporte da delegação, também foi abordado pela diretora do CAEEJR. Ela reconheceu que o coletivo utilizado (ônibus universitário) não oferecia conforto a delegação de Rio Bonito, formada por alunos do José Reis, da Escola Municipalizada Professor Honesto Almeida de Carvalho, acompanhantes e professores. As famílias reclamam principalmente que o ônibus deveria ter banheiro. O excesso de paradas, no entendimento dos acompanhantes contribuiu para que a delegação chegasse atrasada e não participasse da abertura da Olimpede.
– Como essa foi a primeira vez que fomos a um evento desse porte, é tudo muito novo também para nós. Ano que vem, certamente nós vamos planejar a viajem e a nossa participação com mais antecedência, com mais tranquilidade e tudo será muito diferente – argumentou a diretora do CAEEJR.

DOSVOX

Mauricéia tem muitos planos para o CAEEJR
Curso voltado para a área de informática, que tem o objetivo de permitir que os cegos e indivíduos com baixa visão utilizem o computador, o DOSVOX está sendo implantado no município, “mas precisamos preparar os multiplicadores e atender os alunos da rede”, comentou Mauricéia em resposta ao ouvinte Lúcio Ricardo, que perguntou se não seriam formadas turmas para quem não é aluno da rede municipal de ensino.

O DOSVOX permite que o portador de deficiência visual seja independente, estude, trabalhe, utilize as redes sociais e consiga inclusão no mercado de trabalho.

Reflexão: Dado o número de portadores de necessidades especiais em Rio Bonito e as muitas famílias envolvidas nesse processo, nós das mídias “O TEMPO EM RIO BONITO” (jornal, rádio e mídias sociais) defendemos a criação de uma entidade não governamental, nos moldes da Associação dos Pais e Amigos do Excepcional (APAE). Talvez essa entidade seja a Pestalozzi que precisa de maior incentivo de todos nós.  

Já há algum tempo estamos dizendo que a nossa “PREOCUPAÇÃO” deve dar lugar a “OCUPAÇÃO”. Precisamos reclamar menos e agir mais. A Prefeitura Municipal, as escolas, os investimentos da Educação e o Conselho Municipal de Educação poderiam ser fiscalizados e auxiliados por esse órgão (não sabemos e a Pestalozzi pode fazer esse trabalho), que poderia ser composto por pais e amigos dos portadores de necessidades especiais!

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