segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebe músicos do 4º Festival da Canção

Flávio Azevedo

Músicos presentes nos estúdios da Rádio Sambê FM (98,7) para participar do programa "O TEMPO EM RIO BONITO".
O programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, do último dia 11 de setembro recebeu os músicos e artistas riobonitenses que participaram do 4º Festival da Canção, que foi promovido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) entre os dias 15 e 16 de julho. Passaram pelos estúdios da Rádio Sambê FM (98,7) Rogéria Rangel; Sander; Fábio Torres, Sebastião Duarte e a grande campeã, Bruna Matos. Também esteve no programa o secretário Ronen Antunes, que na ocasião anunciou que no fim do ano a Semel vai realizar um festival da canção apenas de músicas estilo Gospel.
– Conversando com os jurados, eles disseram que quando nós colocamos os estilos Gospel e secular juntos, o julgamento fica prejudicado por conta de algumas diferenças técnicas que existe entre os estilos. O desempenho, a postura no palco e vários outros detalhes, do músico que trás uma melodia gospel, é diferente de quem vai cantar uma canção secular. Decidimos atender a opinião de quem entende e resolvemos realizar dois festivais: um para o estilo Gospel e outro apenas com música secular – Revelou Ronen.

O secretário Ronen Antunes
Ainda segundo o secretário, o festival teve 48 músicas inscritas. As 20 melhores foram classificadas e apresentadas na noite de sexta-feira (15/07). Dessas 20 músicas, 10 delas foram classificadas para a grande final que aconteceu na noite do sábado (16/07).

O programa

Um ‘balão de oxigênio’ para os amantes dos movimentos culturais, o programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, além de dar visibilidade aos artistas que participaram do 4ª Festival da Canção, debateu a necessidade urgente de políticas públicas voltadas à Cultura, explicitou a importância dos investimentos nesse setor e produziu reflexões sobre a utilização da música e da arte como válvula de escape e instrumento de prevenção contra as drogas e a ociosidade.

Ao secretário Ronen Antunes também foi sugerido pelo jornalista Flávio Azevedo, que nos próximos eventos de grande porte realizados pela Prefeitura Municipal, como a XII Exposição Agropecuária que aconteceu na primeira semana de setembro, seja montado um palco alternativo para receber os artistas locais. O secretário concordou e disse que nos próximos eventos essa ideia será analisada.   

A cantora gospel Rogéria Rangel
A primeira artista a se apresentar no programa foi Rogéria Rangel, que cantou a melodia, estilo Gospel, “Andar com Deus”, composição de Josué Zut. A canção ficou na terceira colocação no festival. Ela cantou acompanhada pela guitarra de Felipe Castro, um dos grandes instrumentistas de Rio Bonito. Membro da Igreja Assembleia de Deus da Praça Cruzeiro, Rogéria disse que depois do festival, os convites para cantar em outras igrejas aumentaram significativamente. “Eu quase não fico na minha congregação porque estou sempre atendendo os convites que recebo para cantar em outras igrejas”, comentou.

Estímulo ao debate



Sander trouxe um Reggae de composição própria de nome Rio de Janeiro
A segunda apresentação no programa foi do músico e compositor Sander, um personagem esclarecido, que trouxe a música em ritmo Reggae, Rio de Janeiro. Concluída a apresentação da melodia, Sander fez algumas reflexões importantes e provocadoras sobre comportamento, sociedade, o papel da mídia como formadora de opinião e política.

– Há uma necessidade urgente de uma renovação na mentalidade política de Rio Bonito, uma cidade que precisa se renovar e encontrar a sua real vocação. Essa Renovação tem que ser rápida – disparou o artista, que há cerca de sete anos tem um projeto chamado “Cidadania Viva” que aborda, nas escolas, a influência da mídia, sexualidade, drogas e ética familiar, que ele classifica como “a base de tudo”.

Ainda segundo Sander, hoje, a juventude é violenta, promíscua e está o tempo todo sendo estimulada ao consumismo. “Não me entendam como preconceituoso, mas o Funk foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), por ser um ritmo que reduz o ser humano a saciedade do sexo, do consumo de drogas e do consumismo. Não é interessante que a cabeça do adolescente evolua. A turma lá de cima (políticos) quer ver funcionando apenas os braços e as pernas do indivíduo. O cara trabalha a semana inteira, compra uma roupa bacana e vai para o baile fazer filho. Assim, ele continuará dependendo desses mesmos governantes que há muitos anos lucram com essa realidade”, destacou Sander.

A campeã

A vencedora do 4º Festival da Canção, Bruna Matos já tem um CD gravado e tem um estilo próprio de compor e cantar
A grande vencedora do festival, a artista Bruna Matos, que conquistou o primeiro lugar do evento com a canção “Amanhecer”, estava acompanhada dos pais Niltinho e Rosane; e do irmão Lucas. Além de apresentar a música vencedora, ela também cantou a melodia “Contradição”, uma das músicas do CD “Ponto de Vista”, o primeiro da carreira da cantora, gravado em 2009, que é composto por 13 canções.

Muito consciente e demonstrando grande maturidade, Bruna que tem apenas 18 anos comentou que “os dons são presentes de Deus e isso deve ser repartido com amor com as pessoas”.

Niltinho, pai de Bruno ressaltou a importância da
estrutura famíliar na formação dos filhos
Participou da entrevista o pai da Bruna, que falou sobre um projeto que ele idealizou a partir do momento que ele descobriu o talento da filha quando ela tinha apenas 15 anos.
– Ela começou desenvolver, sozinha, a sua musicalidade e quando percebemos isso nós demos total apoio. Ela toca, o meu filho toca, nós acabamos construindo, lá em casa, um estúdio; gravamos um CD e temos um projeto de criar um espaço que estimule a musicalidade de outros jovens – contou Niltinho.

Os últimos artistas


Fábio Torres comemora a volta dos festivais e defende mais eventos culturais para salvar jovens e adolescentes das drogas
O músico Fábio Torres, que cantou a melodia, estilo Gospel, “No Nome de Jesus”, também foi acompanhado pelo instrumentista Felipe Castro. Um dos melhores intérpretes do festival, ele revelou que muita gente, ainda hoje, quando o encontra lamenta ele não ter sido o vencedor. Fábio, porém, comentou que cometeu erros técnicos e isso certamente influenciou o julgamento dos jurados. O músico comentou também, que Rio Bonito é uma cidade carente de eventos dessa natureza e “nós precisamos de muito mais, porque a cidade é repleta de artistas, muitos deles totalmente esquecidos por falta de pessoas que promovam a Cultura”.

Músico da orquestra da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a UERJ Jazz Band, Fábio é formado pela Escola de Música Vila Lobos e pela Academia Brasileira de Música Lourenço Fernandes, na Lapa, no Rio de Janeiro.
– Assim como eu, nós temos muita gente que não consegue visibilidade em nossa cidade. Penso que as igrejas e mais recentemente o projeto “Lona na Lua” são os grandes estimuladores da Cultura em Rio Bonito. A música tem sim a capacidade de retirar a pessoa dos caminhos da droga e de oferecer uma perspectiva melhor de vida, porque você trabalha o lado emocional do indivíduo – analisou.  

A última apresentação do programa foi de Sebastião Duarte, o popular Tião do Violão, que apresentou a música “Vida na Roça”, canção de sua autoria que trouxe uma letra criativa, simples e muito singela onde a vida do campo foi abordada de forma pitoresca e encantadora. O músico revelou que está gravando um CD, aceitou o convite de fazer o lançamento no programa “O TEMPO EM RIO BONITO” e disse ao secretário de Esporte e Lazer que “mais festivais e eventos culturais precisam acontecer para estimular a arte e dar visibilidade aos muitos artistas que estão escondidos em Rio Bonito”.
O músico e instrumentista Felipe Castro é um dos guitarristas mais requisitados de Rio Bonito

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