segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pág. 7 - Guardas Municipais de Rio Bonito envolvidos em novo caso de truculência na abordagem ao cidadão

Flávio Azevedo

Edelir Negão
O funcionário público, Edelir Moraes da Silva, o popular Edelir Negão, 53 anos, morador de Rio Bonito, é a nova vítima da truculência de guardas municipais. De acordo com testemunhas, no último dia 13 de abril, próximo a Praça Astério Alves de Mendonça, por conta de um aborrecimento no trânsito da cidade, ele teria sido abordado com brutalidade por alguns guardas, que ao se sentirem ofendidos por Edelir, o algemaram e o conduziram a Delegacia da cidade.
– As marcas das algemas ainda estão claras em seus punhos. Ele está todo marcado... Foi agredido covardemente por agentes que não estão ali para isso. O que aconteceu foi uma atrocidade. Mesmo que ele tenha reagido com agressividade a abordagem dos guardas, isso não justifica a postura deles e não é a primeira vez que isso acontece. Está faltando treinamento, comando e condições de trabalho para esses profissionais, que não estão aí para algemar as pessoas – destacou uma pessoa próxima a Edelir.

Outras fontes afirmam que Edelir teria, realmente, enfrentado os guardas, mas a forma como os agentes públicos reagiram não condiz com a função que se espera desses agentes. Como a Câmara de Vereadores aprovou, há cerca de duas semanas, mudanças importantes para a Guarda Municipal, aumentando a sua força ostensiva e dando aos guardas condições de multar motoristas infratores, o fato está preocupando o riobonitense.

O soldador Amâncio Ferreira, de 40 anos, morador da Caixa D’Água, comenta que histórias como essa sempre o deixaram preocupados diante da possibilidade de dar poder aos guardas municipais.
– Nós ficamos sem saber o que pensar. A Guarda Municipal é visivelmente desrespeitada pelos munícipes, eles precisam ter condições de coibir as irregularidades, sobretudo no Trânsito, mas os excessos preocupam. Sinceramente eu espero que o comando esteja atento e puna com rigor esse tipo de coisa para que não aconteça outra vez – ponderou.

Desdobramento

Da 119ª DP, Edelir foi levado direto para Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porque além das escoriações, ele não estava bem de Saúde, por conta do ocorrido. “Ele ficou na UPA, aonde chegou com a pressão altíssima, até 1h da madrugada, mas enfim melhorou. Isso é um absurdo! E se ele tivesse tido um infarto? Como seria? Ele não está interessado em expor o que aconteceu, mas como esconder algo que ocorreu no Centro da cidade?”, questiona uma amiga de Edelir.

Candidato a vereador por consecutivas eleições, no último pleito municipal Edelir concorreu a uma das 10 vagas do Legislativo pelo PSB, partido do então vice-prefeito, Matheus Neto, que era o indicado do ex-prefeito José Luiz Antunes a Prefeitura de Rio Bonito. O fato de ter apoiado Matheus Neto, preocupa Edelir, que está receoso com a repercussão do ocorrido. Ele teria comentado com pessoas próximas que não quer dar contornos políticos ao fato, apesar de estar constrangido e entender que é merecedor de alguma reparação.

Repercussão

Na Câmara de Vereadores, na sessão do dia 16 de abril, o assunto foi abordado pelo vereador Aissar Elias de Moraes (PTN), que falou da sua preocupação com essa historia e principalmente com a forma como o caso será conduzido.
– Eu fico preocupado, principalmente, porque nós acabamos de aprovar uma lei que amplia o poder dos guardas municipais. Aprovamos cientes da necessidade de dar mais autonomia a esses agentes, mas diante de notícias como essa, nós ficamos assustados. Esperamos que o comando da Guarda Municipal, o secretário Alexandre Daher e as demais autoridades acompanhem esse ocorrido, porque isso não pode se repetir – destacou o vereador. Na sessão do último dia 25 de abril, o vereador voltou ao assunto e disse que foi aberto um inquérito para apurar a postura dos guardas envolvidos.

Não é a primeira vez

No dia 27 de janeiro de 2012, um guarda municipal também se envolveu numa situação similar. As imagens do guarda com o uniforme sujo de sangue arrastando um jovem algemado repercutiu nas Redes Socais, a cena gerou indignação, revolta e foi um prato cheio para a oposição, que hoje está no governo em situação similar. À época, o diretor da Guarda Municipal informou que houve uma desavença entre o guarda Nepomuceno, e o funcionário de uma empresa de Internet, Eden Paixão (24 anos). O entrevero teve início nos cones que impediam o trânsito na Av. Castelo Branco (rua dos bancos). Segundo fontes, já existiria uma rusga antiga entre ambos.

Nota da Redação: Por ocasião do episódio de 2012, o então prefeito José Luiz Antunes foi acusado, pela oposição, de ser o culpado do ocorrido. Hoje, quem está no poder é a oposição, mas seria culpa da prefeita Solange Almeida esse fato desagradável que aconteceu com Edelir? É bom lembrar, que quando o jornal “O TEMPO” tentava pensar a notícia da maneira correta, essa mesma oposição nos acusava de ser partidário do prefeito.

Fica muito nítido que as "moscas varejeiras" que dominam os bastidores políticos são os culpados pela repetição de historias dessa natureza. Aliás, elas também são responsáveis para que não haja espaço para a reflexão e/ou um debate, no mínimo, razoável sobre esse e outros assuntos de interesse da municipalidade.

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