Flávio Azevedo
Manifestantes prometem novas
mobilizações caso a tarifa não seja reduzida.
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No último dia 22 de março ocorreu as primeiras mobilizações contra os altos preços. Indignados com a situação, usuários da linha Silva Jardim/Rio Bonito saíram às ruas da “Terra do Capivari”, em protesto. A cobrança é por tarifas menores e criação de seção ao longo do trajeto de 33 km. Enquanto na Praça Amaral Peixoto, em Silva Jardim, um grupo de manifestantes, ostentando faixas e cartazes, percorreu a principal rua da cidade, na Varginha, moradores bloquearam a BR – 101, no Km 244. O clima ficou tenso entre policiais e moradores.
Policiais Militares foram enviados a Varginha para debelar a manifestação, mas a população insistiu. Pneus foram incendiados e por cerca de 30 minutos o trânsito na rodovia foi impedido gerando grande congestionamento. A polícia tentou coibir a mobilização com rigor, mas os manifestantes não recuaram. O clima de tensão era nítido no local.
– Depois que inventaram câmeras
filmadoras nos celulares e outros aparelhos eletroeletrônicos de fácil aquisição,
acabou esse negócio de polícia querer usar a força de maneira indevida. Hoje,
nós filmamos tudo e avisamos: se houver abuso na força utilizada contra a
população, as imagens serão postadas na internet – contou um dos manifestantes,
prometendo nova ação caso o problema não se resolva.
Queixas
Na Praça Amaral Peixoto, uma das
organizadoras da mobilização, Marilene Teixeira, em entrevista exclusiva a
nossa reportagem, justificou, com números, a insatisfação dos silvajardinenses.
– 35% dos moradores de Silva Jardim
são pessoas que estão abaixo da linha da pobreza. A distância entre Silva
Jardim e Rio Bonito é de 33 km e nós pagamos uma tarifa de R$ 4,50 para percorrer
esse trecho. O problema é que se o destino for Boqueirão, bairro localizado a 5
km do Centro, nós pagamos os mesmos R$ 4,50 – reclamou Marilene, acrescentando
que essa realidade se repete para quem sai de Rio Bonito e desce, por exemplo,
no Rio do Ouro ou no Sambê.
A líder da manifestação comentou que a reivindicação conta com o apoio de duas mil pessoas, “eles assinaram um abaixo assinado demonstrando essa insatisfação”; revelou que durante os dois meses que a mobilização está sendo organizada, “inclusive com informação ao Ministério Público”, foi feito contato com a empresa; e frisou: “além de não sermos recebidos, as argumentações são absurdas”.
– A carência de emprego em Silva
Jardim, uma cidade de 23 mil habitantes, é muito grande. O maior empregador da
cidade é a Prefeitura, que não comporta todos os moradores. Segundo as nossas
estatísticas, diariamente, cerca de 1,2 mil pessoas saem do município para trabalhar.
A empresa, porém, alega que os moradores são poucos e que 70% dos usuários são
estudantes e idosos, o que nós discordamos porque o número de pagantes gira em
torno de 1,2 mil pessoas – destacou.
Ainda segundo Marilene, questionada sobre o fato de não existir seção ao longo do trajeto, com tarifa mais barata até o meio do percurso, a empresa teria usado como justificativa o baixo volume de usuários e o alto de número de gratuidade. “Segundo a empresa, a tarifa cheia ao longo de todo trajeto é para compensar essas perdas”. Outra reclamação dos manifestantes foi em relação ao atendimento às pessoas com necessidades especiais, que estariam sendo mal atendidas, “porque muitas vezes os motoristas não sabem utilizar os elevadores para os cadeirantes. É preciso haver um treinamento”, concluiu.
Versão
da Rio Ita
Em entrevista a edição 636 do jornal
Folha da Terra (12/01/2013), o gerente local da Rio Ita, Jorge Ricardo,
informou que apesar do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio
de Janeiro (Detro/RJ) ter autorizado os reajustes das tarifas, “todas as linhas
estavam funcionando com preços promocionais por tempo indeterminado, como por
exemplo, Rio Bonito/Silva Jardim, que poderia custar R$ 6,30, mas por conta da
promoção está custando R$ 4,50”.
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