segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pág. 26 - Corrida e bebida

*Marcello Zelão


Depois do expediente, eu saí para beber um chope com o Diogo, colega da Receita Federal. Confesso que já está virando um habito nosso, nas tardes de quarta-feira, seja no Degusta ou no MiraSauer, esse encontro em torno da mesa. No começo a desculpa era de assistir a algum jogo de futebol na TV, isso no Degusta Gastronomia ou na dose dupla do MiraSauer. Agora vejo que o nosso grande barato não é nenhuma dessas coisas, mais sim o prazer do encontro e das divagações sobre a vida. Apenas um assunto é proibido, o trabalho! Bom... Nem tanto assim, não devíamos, mas até de trabalho falamos! 

Acaba que quase nunca prestamos atenção no futebol e bebemos às vezes um mísero chopinho. Voltando ao assunto, eu e Diogo falávamos sobre tudo quando veio para a mesa o assunto corrida. Não sei por qual motivo ele perguntou sobre o prazer da corrida versus o prazer da bebida. Nunca tinha parado para pensar nisso, duas coisas tão diferentes, como comparar? Pedi um tempo para pensar e procurei responder com a minha pequena experiência nos dois. Encontrei algumas coisas em comum, uma delas é que depois que você começa e passa a gostar, vira um vício, a cada dia você quer mais, a dose vai sempre aumentando e quando você se da conta, não consegue mais viver sem e tem inclusive crises de abstinência!

Mas as semelhanças, graças a Deus, param por aí. Disse também para Diogo que quando você bebe todos os dias, vem junto a ressaca, a dor de cabeça e pior, a dor na consciência, quando ela ainda existe. Quem corre todo dia tem todas as benesses que já sabemos: emagrecimento, redução do colesterol, controle da pressão e fortalecimento do coração e demais músculos do corpo, além de uma sensação de dever cumprido e de estar a cada dia vivendo melhor. Ambos, quando feitos todos os dias, viram hábitos que são difíceis de largar. 

Mas quando feitos esporadicamente, são completamente diferentes, quem corre somente uma vez por semana, por exemplo, não consegue sentir prazer, apenas dores musculares e não tem os benefícios físicos e emocionais que a corrida trás. Já quem bebe pouco e esporadicamente, tem prazer com uma pequena dose e segundo diversas pesquisas científicas, em pequenas doses algumas bebidas como o vinho tinto e a cerveja são benéficos para a saúde. Mas o melhor de tudo mesmo é saber que se eu chegasse bêbado quase todos os dias, em casa, só levaria sofrimento e dor para aqueles que mais amo e me amam. Já quando eu chego das corridas, eles sabem que, além conseguir mais dias para nossas vidas juntos, também tenho mais vida nos meus dias.

Mas o melhor mesmo é a minha medalha que recebo sempre no final de todas as corridas: o olhar terno, o sorriso de felicidade e o beijo apaixonado do amor da minha vida, Márcia. Corro por você meu amor! Pois é, a partir daí o papo já foi para o tema amor, mais aí já outra história, muito mais longa. Fiquem com Deus!


*Marcello Zelão é funcionário público federal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário