Flávio Azevedo
O Pe. Eduardo Braga é o pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. |
“Escutei uma expressão de um casal que
nos visitou e eles disseram estar com a impressão que estavam numa grande festa
de aniversário, onde existe uma grande família. Eu fiquei muito feliz, porque
esse é o meu oitavo ano em Rio Bonito e acredito que essa é a festa mais serena
e tranquila que eu vi. Não houve nenhum tipo de dificuldade. Foi uma festa
perfeita no que diz respeito àquilo que nós poderíamos fazer e se propôs a
fazer”. Com essas palavras, o padre Eduardo Braga, pároco da Igreja Matriz
Nossa Senhor da Conceição de Rio Bonito, iniciou a entrevista, concedida ao
programa “Flávio Azevedo”, da Rádio Sambê FM (98,7), onde ele fez um balanço dos
festejos realizados pela comunidade católica para celebrar a Padroeira do
município.
A necessidade de um santuário maior, “pois
o templo não comporta mais o volume de pessoas que estão freqüentando a igreja”;
a Novena; o Festival da Canção Mariana, “que trouxe pessoas de vários lugares e
sinalizou que estamos preocupados com a música sacra”; o passeio ciclístico, “um
momento importante pela reunião das famílias”; a caminhada da fé, “onde as
famílias também estiveram unidas e participando”; a tradicional Procissão,
“marcada pela multidão que, apesar do calor, compareceu”; a presença dos nossos
amigos evangélicos, “eles vieram lanchar e jantando conosco”; foram outros
temas também apontados pelo pároco como destaques dos festejos em celebração ao
Dia da Padroeira, em 2012.
– Tem muita gente boa em Rio Bonito e
essa festa prova que é possível fazer momentos de alegria como esse sem bebidas
alcoólicas, sem músicas agressivas, sem pretensões financeiras e sem nenhum
tipo de manobra. João Paulo II quando encontrava as outras denominações dizia
que “nós temos mais coisas que nos une do que nos separa”. Nós saímos de um
mesmo tronco, o cristianismo, e, por isso, as nossas raízes são comuns. A
defesa inviolável da vida, o valor da família, a salvação por Cristo Jesus, a
necessidade que temos de Deus; uma fé que não pode ser negociada, tudo isso é
comum ao cristianismo – analisou o sacerdote.
Preocupação
com as drogas lícitas e ilícitas
Sobre a questão das drogas lícitas e
ilícitas, o pároco trás um dado histórico. De acordo com ele, quando a nossa
região começou a ser povoada, as primeiras indústrias eram os alambiques. “Isso
mostra de onde vem o hábito de sair para beber e o volume de barracas
espalhadas, sobretudo no interior do município. O número dos dependentes de
cocaína cai na Europa e nos Estados Unidos, mas não cai no Brasil, por quê?”,
questiona.
– Se as pessoas de outros estados e
regiões que chegam para trabalhar no Comperj preferem morar em Rio Bonito por ser
uma cidade mais bem estruturada, pode ser que os usuários de drogas também
estejam encontrando acolhida aqui. Existem portas... Bares e estabelecimentos
que facilitam isso. Antigamente, Rio Bonito só tinha usuário de drogas, hoje,
porém, nós já temos pequenos traficantes. Eu tenho esperança na proposta da
prefeita eleita Solange Almeida, que anunciou a criação de uma Secretaria
Antidrogas – ponderou.
A responsabilidade dos pais também foi
abordada pelo sacerdote. “Infelizmente está havendo uma frouxidão muito
grande... Um relativismo muito grande... Um deixar solto muito grande. É impossível
que as pessoas não estejam vendo os jovens na Praça, os jovens em frente a
Igreja, os jovens nos parques... Existe condições, se nós quisermos, de
passarmos um pente fino... Como pai, mãe, educador, sacerdote, pastores, a
mídia... Nós não podemos ficar parados, precisamos nos mobilizar e não podemos
esperar algo grave acontecer com os nossos jovens.
Jornada
da Juventude
Na ocasião, o padre Eduardo Braga também
comentou a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que deve
receber 3 milhões de jovens do mundo inteiro. De acordo com o pároco, cerca de
750 jovens estrangeiros ficarão hospedados em Rio Bonito por volta de 10 dias (no
próximo mês de julho). Junto a esses visitantes, a Igreja irá desenvolver
atividades que foram enumeradas pelo padre.
– Programações serão desenvolvidas com
os nossos visitantes. Um dia dedicado a solidariedade, onde escolas, asilos e
creches serão visitados; um dia de Cultura, onde eles apresentarão a cultura
deles e nós iremos apresentar a nossa; dia de experiência de família, onde as
famílias, que vão abrigar esses jovens, sairão para jantar e falar sobre os
valores familiares; haverá uma programação vasta e uma experiência muito forte
– contou o padre Eduardo, ressaltando que esse será o maior evento que a cidade
do Rio de Janeiro acolherá na sua história, “sendo maior que a Copa do Mundo e
as Olimpíadas”.
Festival
da Canção Mariana
Os vencedores do II Festival da Canção
Mariana, foram os músicos Matheus Prevot e Fernando, com a música “Fardo e Honra”.
A música conquistou dois prêmios: melhor canção e melhor intérprete, prêmio
conquistado pelo cantor Robson Cunha. O troféu e o prêmio pela conquista do
festival foram entregues, aos vencedores, pelo padre Eduardo Braga que
aproveitou para comentar a importância do evento. “Nós plantamos essa
sementinha ano passado e ela germinou. O resultado é que esse ano nós já
tivemos pessoas de fora participando e iremos continuar trabalhando para que
esse festival permaneça em nosso calendário”, concluiu.
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