segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Pág. 16 Escola Criar forma primeira turma de Ensino Médio


Flávio Azevedo

A formatura foi marcada por um misto de triunfo e despedida.  
Uma das unidades escolares mais respeitadas do cenário educacional de Rio Bonito e Região, a Escola Criar, ao completar 22 anos de existência mostra que está em franco crescimento. A prova disso é a formatura da primeira turma de Ensino Médio da unidade, evento que ocorreu no Esporte Clube Fluminense, numa solenidade que contou com a participação dos formandos, familiares, professores, direção da escola e colaboradores. Empolgados com o leque de escolhas e experiências que surgem diante deles, a formatura foi marcada por um misto de triunfo e despedida.  

Além de acompanhar a solenidade, a nossa reportagem entrevistou a professora Melissa Cardozo, escolhida pelos formandos para a função de paraninfa da turma. Ela começou afirmando que “num país onde o professor é tão desvalorizado pelo governo, ser valorizado pelos alunos compensa as frustrações acumuladas ao longo da carreira. Foi uma realização para mim. A Educação é libertadora e na Escola Criar nós trabalhamos com os alunos como se eles fossem os nossos próprios filhos. Isso é maravilhoso e as experiências positivas são muitas”.

Não são poucas as correntes que defendem a ideia de que a desvalorização dos professores é uma artimanha que objetiva emperrar a Educação e fazer o aluno desistir da escola. A ideia é impedi-lo de se enxergar como um ser social. Formada em História, a professora Melissa Cardozo concorda e acrescenta que “o visível caos da Educação brasileira tem como propósito inibir a formação de cidadãos pensantes”.
– A prova disso é que nós brasileiros esquecemos tudo com muita facilidade. Algo nos incomoda, mas aquilo logo cai no esquecimento. Entretanto, nós estamos aí exercendo o nosso papel e, precisamos, nós professores, dar o nosso melhor. Saímos da faculdade sempre com a impressão que iremos transformar o mundo, o que geralmente não ocorre. Todavia, não podemos esquecer que nós (professores) somos agentes transformadores – frisou.

A professora Melissa Cardozo durante a formatura.
Acompanhando o pensamento do sociólogo francês, Émile Durkheim, pensador que defende a tese de que uma Educação Primária (familiar) ruim reflete diretamente no aproveitamento da Educação Secundária, a professora aponta a família como base de tudo.
– As pessoas hoje mudaram muito, os modelos de família variam e nós precisamos entender esse contexto e a função de cada um. A escola tem um papel, a família tem outro. Internamente essa família também tem papéis. A mãe exerce um papel, o pai outro, os irmãos também tem as suas funções e isso precisa ser debatido amplamente – pondera a professora.

Cooperação entre escola e família com o objetivo de dar melhorar formação aos alunos é o modelo educacional defendido pela Escola Criar e endossado pela professora. Ela acrescenta que os alunos devem ser olhados pelo professor com sensibilidade, a situação individual de cada indivíduo deve ser analisada, “e não adianta esperar que isso venha de cima (autoridades), porque quem está em sala de aula é o professor, portanto, está em nossas mãos fazer a diferença”.
– Precisamos ajudar os nossos alunos a aprender para a vida e não apenas para fazer prova. O meu sonho é que um dia nós tenhamos no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, a mesma proximidade que percebemos na Educação Infantil, segmento em que escola, professor e família são mais alinhados e se amam mais – concluiu.

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