Flávio Azevedo
Em janeiro de 2005, quando José Luiz
Antunes assumiu a gestão do município das mãos de Solange Almeida, ele empilhou
um ferro velho na Praça dizendo ser aquele, “o patrimônio de Rio Bonito” (a
frota da Prefeitura). Mandiocão também reclamou uma dívida de alguns milhões,
denunciou que inúmeros arquivos (IPTU, por exemplo) foram apagados, entre
outras coisas. Em 2013, ao assumir a mesma Prefeitura, Solange denuncia a
herança de uma dívida da ordem de R$ 21 milhões, prédios públicos sem condições
de funcionamento, Orçamento não publicado, Folha de Pagamento de dezembro que
não foi paga, a frota em péssimo estado, entre outras coisas.
Em vez desse tipo de publicidade – que
mais nos parece uma justificativa antecipada para um ano onde nada deve
acontecer – não seria mais profissional e correto, ele e ela, cada um ao seu
tempo, recorrerem ao Ministério Público (MP)? Fazer o antecessor passar
vergonha faz parte do jogo, mas também seria interessante apresentar as tais
barbeiragens a Justiça e o MP. Fica a dica! O problema é que daqui a 4 ou 8
anos, Mandiocão pode estar de volta. Você ficaria surpreso?
Será que em 2016, os eleitores já
terão mais maturidade para decidir em quem votar? Será que as inúmeras reflexões,
comentários e preocupações apresentadas por inúmeros, veículos de mídia,
formadores de opinião e setores da sociedade, já estarão frutificando. Veremos
um povo mais consciente, menos oportunista e muito mais compromissado com a
seriedade que envolve a escolha do seu representante? Quem viver verá!
É lamentável que nas conversas sobre
esse tema prevaleça o espírito torcedor. Esse é o perfil de muitos comentários
(contrários e favoráveis). Isso deve ser repensado. Concordamos que o legado
deixado por José Luiz é bem interessante, mas não há como não condenar os
absurdos que foram encontrados pela prefeita Solange, que quando saiu, em
dezembro de 2004, também deixou coisas feias a serem resolvidas.
O problema é que a preferência
partidária impede uma análise coerente e independente, da gestão desses dois
importantes personagens da política riobonitense (Mandiocão e Solange). É irritante
esse estilo provinciano que nós riobonitenses cultivamos e, às vezes, até
cultuamos. Temos o hábito de abafar os erros do AMIGO e enaltecer os seus
acertos. Por outro lado, amplificamos os erros do INIMIGO e abafamos os seus
acertos. Até quando nós teremos essa postura infantil?
Durante esses debates é comum alguém
questionar os órgãos fiscalizadores. Todavia, a incompetência começa pela
Câmara de Vereadores, onde predominam o rabo preso, a barganha, o revanchismo e
a pobreza de espírito. Estamos falando de uma Casa onde, notadamente, não
existe espírito de liderança (tomara que o atual quadro de vereadores mude essa
realidade). Junte a isso, um povo que é ávido por boquinhas, vantagens, e que
defende com unhas e dentes o “ser carregado nas costas”. Essa conjuntura real,
perversa e deprimente tem aniquilado Rio Bonito, o Rio de Janeiro e o Brasil.
Concluímos com uma certeza: a política
só muda quando as pessoas mudam os interesses, a maneira de pensar, de agir e,
sobretudo de votar! Se os interesses são individuais, a tendência é
continuarmos com esse cenário horroroso que está diante de nós. Se o interesse,
porém, é coletivo, as mudanças que almejamos podem começar a acontecer.
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