Flávio Azevedo
Estamos às portas do Carnaval. Em Rio
Bonito, porém, a folia não será a altura das tradições da cidade. É o que vem
informando os integrantes do alto escalão do governo municipal de Rio Bonito. O
anúncio provocou o descontentamento de alguns foliões e carnavalescos. Diante
desse cenário, surge a notícia de que o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, anunciou
que os recursos da “festa de Momo”, orçados em R$ 1 milhão, serão direcionados a
saúde do município.
– Não é o
cancelamento do Carnaval. Apenas os recursos, que seriam encaminhados para a
festa serão direcionados à Saúde. Estamos pensando no bem-estar da população –
disse o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Juvenil dos Santos,
destacando que outros tradicionais eventos petropolitanos estão mantidos.
Rio Bonito
Na “Cidade
Risonha”, há quem diga que a administração municipal deveria repetir a
iniciativa, uma vez que no último dia 03 de janeiro, em entrevista coletiva, a
prefeita Solange Almeida (PMDB) anunciou
que a dívida da Prefeitura Municipal (restos a pagar) é de cerca de R$ 21
milhões. “O ex-prefeito José Luiz Antunes me apresentou um balancete que
mostrava uma dívida de R$ 15 milhões. Entretanto, com os débitos do município
com Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb)
esse valor chega a R$ 21 milhões”, declarou a prefeita, que apresentou uma
série de problemas que ela terá de enfrentar para sanear as dívidas do
município e por a casa em ordem.
Polêmica
É claro que o Carnaval é uma festa que
representa a essência do brasileiro. Entretanto, é importante se aprofundar no
assunto. O aprofundamento começa com a pergunta “porque é preciso mais que R$
50 mil para se realizar um evento que tem o nome de maior “festa popular” do
país?”. Diante desse cenário, convém lembrar que o Carnaval não é uma
manifestação do povo há muito tempo! Culpa do poder público, que inventou um “negócio”
chamado SUBVENÇÃO, instrumento que deveria ser repensado. A essência do folião que
prepara a sua fantasia para sair e brincar o Carnaval (tudo isso pago pelo seu
bolso) deu lugar ao “vamos fazer um bloco para faturar o dinheiro da Prefeitura,
de um político ou de uma empresa”.
Há muito tempo que o Carnaval, assim
como o Futebol, deixou de ser uma brincadeira e se transformou num negócio na
essência da palavra. Aliás, um negócio excludente, onde o pobre (com quem surge
o Carnaval) não tem vez. O pobre pode até participar, mas que seja empurrando o
carro alegórico que carrega a atriz famosa da televisão. Nas cidades do
interior não é diferente!
Opinião
do folião
Fica muito nítido que é obrigação do
poder público providenciar a infraestrutura necessária para a diversão dos
foliões, mas salta aos olhos que os verdadeiros amantes do Carnaval não precisam
de recurso público para se divertir. O sujeito realmente apaixonado pela “festa
de Momo” realiza, durante o ano, bingos, almoços, eventos, festas juninas,
bailes, sempre com o objetivo de arrecadar dinheiro para o ‘gran finale’: o
baile de Carnaval ou o desfile da agremiação do seu coração na avenida!
– As pessoas tornaram-se dependente do
poder público em todos os setores e no Carnaval não é diferente. A meu ver, o município
deveria entrar apenas com recurso estrutural e promocional. Bancar o evento deveria
ficar por conta da iniciativa privada, sobretudo dos principais interessados.
Ou seja, lojistas e setores do comércio que lucram com o evento – pondera um
folião que pede para não ser identificado.
Experiente e acostumado a participar
ativamente das “festas de Momo” em Rio Bonito, o folião acrescenta que “por
outro lado, a Prefeitura deveria estimular a independência e não consolidar o
atrelamento que tem um único objetivo: encabrestar o folião e puxar a
influencia dos líderes carnavalescos para o seu lado, porque daqui a pouco tem
eleições e ele precisa se reeleger”, concluiu.
Folia
riobonitense
Apesar dos problemas apresentados e do
pequeno Orçamento (R$ 50 mil), a prefeitura promete não deixar o Carnaval passar
em branco e anuncia que promoverá eventos na Praça Fonseca Portela entre os
dias 8 e 12 de fevereiro, sempre a partir das 21h. Já no Mercado Municipal, das
16h às 20h, acontece a Matinê. A expectativa do governo municipal é que “cerca
de oito mil foliões, diariamente, estejam nas ruas da cidade”, que busca
resgatar os antigos carnavais da Praça Fonseca Portela.
Artistas locais como a banda Filhos da
Noite; a cantora Íris Diniz; além da Sinfônica Ambulante, grupo de Niterói, são
as atrações do evento. Banheiros químicos serão disponibilizados para conforto
do público, que também contará com a segurança reforçada.
f$ � f m h � Hn� l","sans-serif"'>“Vai
ser diferente”
Desde que a prefeita Solange Almeida
foi eleita, nós ouvimos em cada canto da cidade que “tudo será diferente”.
Diante dessas expectativas nocivas a qualquer gestão, vale ressaltar que a
prefeita não tem em mãos uma varinha de condão. Ela tem sim, uma caneta para
despachar; colaboradores e secretários, ainda em adaptação; e um povo que se
habituou a ser carregado nas costas. Sendo assim, é bom ir de vagar com o
andor.
Falta
desconfiômetro
Durante uma campanha eleitoral,
votantes e votados parecem viver num mundo de faz de conta. Gente, não existe
uma “fada madrinha” para transformar a carruagem em abóbora e ratos em garbosos
cavalos. Por isso, durante o período eleitoral, muita gente classificava essa
coluna como contra fulano, contra sicrano, por deixarmos claro que não seríamos
enganados pelo que, educadamente, chamaremos de entusiasmo dos políticos e
eleitores. Aliás, o famoso bom senso, caso fosse usado, em todo Brasil não
precisaríamos de comício, propaganda política, entre outras baboseiras que dominam
a alienante corrida eleitoral!
Crítica
Aos que questionam a nossa postura
diante do novo governo (que realmente não chegou ao comando da cidade com a
nossa simpatia), convém esclarecer que será a mesma que mantivemos no governo
anterior. Aquilo que for passível de crítica será criticado, o que nós
concordarmos será elogiado. E, detalhe: continuaremos opinando livremente sobre
o que entendermos ser o melhor para a nossa cidade em todos os seus setores.
Vale lembrar ainda, que esse negócio de 40, 15, 70 e “nenhum deles me agradou”
ficou lá no dia 7 de outubro. Hoje, tem um grupo comandado a cidade e torcer
contra é se posicionar contra Rio Bonito.
Novas
Secretarias
Afinal de contas, elas saem ou não do
papel? De acordo com um vereador, o volume de pastas pretendidas é um pouco de
mais. Seriam elas: Segurança, Cultura, Anti Drogas, Desenvolvimento Econômico,
Gestão, Turismo, Comunicação, Projetos, Trabalho e Assuntos Religiosos. Sinceramente,
nós ainda acrescentaríamos uma pasta que poderíamos chamar de “Direito do
Consumidor”, porque em Rio Bonito, não temos a quem recorrer diante de inúmeras
barbeiragens que são feitas contra o consumidor. A primeira providência seria
trazer um núcleo do Procon. Fica a dica!
Postura
O padre Eduardo Braga, pároco da Igreja
Matriz Nossa Senhora da Conceição, é um sujeito digno de aplausos. Diante das
vaias dadas ao ex-prefeito José Luiz Antunes (DEM) durante a solenidade de
posse da prefeita Solange Almeida (PMDB), ao ser convidado para fazer uso da
palavra, o sacerdote iniciou as suas palavras com o seguinte comentário: “o
respeito faz parte da democracia”.
A
lei do retorno
Aos sem educação que vaiaram o
ex-prefeito, vale lembrar que os senhores e senhoras que participaram dessa
manifestação patética se igualaram aos sem educação que vaiaram a prefeita
Solange Almeida quando ela entregou a gestão ao prefeito José Luiz, no dia 1º
de janeiro de 2005. A verdade é que não adianta trocar os comandantes se os
comandados não mudam de atitude. A manifestação é válida, mas, em seu devido
lugar. Um evento desse porte não é um circo de horrores, embora alguns façam
parecer.
Falta
d’água
As argumentações da CEDAE para a falta
d’água generalizada que assolou Rio Bonito no início de janeiro é no mínimo
curiosa. Em entrevista a um jornal local, o responsável pela estatal disse que “o
crescimento populacional e as altas temperaturas estão sendo responsáveis pelo
desabastecimento”. Bem, nós concordamos que o COMPERJ contribuiu para aumentar
a olhos vistos o número de moradores na cidade, mas também concordamos que
Estado e município não se prepararam para isso. A verdade é que os últimos
meses estão sendo marcados pelas altas temperaturas, pela falta de água e pela
lerdeza da CEDAE, que o Estado está doido para privatizar.
Depois
de privatizada...
... Não temos dúvida que a empresa vai
prestar serviços mais eficientes e anunciará lucros recordes a cada ano. Quem
não se lembra da ineficiente Vale do Rio Doce, que depois de privatizada –
virou Vale – tornou-se uma das maiores mineradoras do mundo e uma das empresas
de maior rentabilidade do planeta? O mais interessante é que nomes do alto
escalão do governo estadual estão no comando das empresas que querem arrematar
a “problemática” CEDAE.
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