segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Pág. 13 - Moradores de Rio Bonito e região precisam buscar qualificação profissional e Educação superior


Flávio Azevedo

coordenador administrativo do Campus da Unigranrio/SJ, Cristiano Menezes.
A implantação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaboraí é uma realidade. Novos investimentos da Petrobras em Maricá, Saquarema e Niterói, por conta do petróleo que será extraído da camada pré-sal, também são reais. No Norte Fluminense, a presença das empresas do mega empresário Eike Batista já é percebida. A provável criação de 250 mil empregos por conta do efeito Comperj também é real. Entretanto, a população e boa parte dos entes públicos ainda não se deram conta de um fator: É URGENTE BUSCAR QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL.

Apesar dos milhares de empregos que devem ser gerados, as colocações mais nobres devem ser ocupadas por “estrangeiros” (pessoas oriundas de outros estados e países), um processo muito natural se levarmos em conta o fato de que nunca na história da nossa região houve investimentos consistentes em políticas públicas voltadas à Qualificação Profissional, a Graduação e a geração de emprego e renda que ofereçam bons salários. Aos “nativos” restará a opção de comercializar hambúrguer, cachorro-quente, picolé, churrasquinho e bugigangas na porta das empresas que se instalarão por aqui.

“Temos potencial”

Pensando nisso, o jornal “O TEMPO” tem feito uma série de pesquisas e entrevistas com profissionais da área de Educação e Recursos Humanos. Em maio de 2009, em entrevista concedida ao programa “O Tempo em Rio Bonito”, o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisa Física, o cientista e pesquisador, José Abdalla Helayel Neto, disse que “Rio Bonito é uma cidade que não tem identidade, mas com investimento e vontade política, o município pode ser transformado num pólo educacional”.

 
José Abdalla Helayel Neto.
Sobre as suas expectativas diante do Comperj, o cientista comentou que “existem duas palavras que precisam ser trabalhadas com o devido peso. Uma é crescimento e a outra é desenvolvimento. Nós precisamos saber se a região cresceu... Se desenvolveu ou ambos. O ideal seria ambos, mas muitas vezes o crescimento não é acompanhado pelo desenvolvimento”. José Helayel acredita que a educação não vai resolver todos os problemas, “mas vai permitir alcançar o desenvolvimento que precisamos”.

Apesar dessa dica, de 2009 até hoje, pouca coisa, ou nada foi feito nessa direção. Nem os cerca de 50 ônibus que, diariamente, entram e saem de Rio Bonito transportando operários para o Comperj foram suficientes para despertar a atenção das autoridades em todos os seus setores. Juntos com o povo, que também não percebe o que vem por aí, todos continuam única e exclusivamente preocupados com questões pessoais, intrigas palacianas e estudando novas maneiras de se perpetuarem no poder.

“É preciso buscar qualificação”

Preocupados em não ficar, como os demais, ‘deitado em berço esplêndido’, a reportagem do jornal “O TEMPO” visitou a Universidade do Grande Rio (Unigranrio), Campus Silva Jardim. O entrevistado foi o coordenador administrativo do Campus, Cristiano Menezes, que além de falar sobre a Unigranrio, abordou temas como qualificação profissional, investimentos em Educação, a expectativa de crescimento da região e o efeito Petrobras.
– Nós estamos aqui há cerca de 20 anos, estamos de olho na questão do Comperj e pretendemos preparar os jovens para as oportunidades que surgirão com a presença da Petrobras em nossa região. A Unigranrio oferece, além da graduação em Administração, setor que é muito promissor, os cursos tecnólogos que tem duração de dois anos – destacou.

Segundo Cristiano Menezes, os cursos tecnólogos (Marketing, Recursos Humanos e Logística) que serão oferecidos na Unigranrio “representam oportunidades ímpares para quem deseja se preparar para ocupar uma das vagas de empregos que serão geradas pelo Comperj e empresas que estão sendo atraídas pelos investimentos da Petrobras, não só em Itaboraí, mas em todo Estado do Rio de Janeiro”. Formado em Administração pela própria Unigranrio, Cristiano confirma uma tendência que vem sendo anunciada há algum tempo, mas que ainda é pouco assimilada: “para alcançar sucesso e estabilidade no mercado de trabalho é preciso se preparar”.

Além de ressaltar que o mercado a cada dia fica mais seletivo, dinâmico e está em busca dos melhores, Cristiano Menezes ressalta que “hoje, a graduação é considerada algo bem básico”. Para ele, quem não estiver antenado, buscando conhecimento, se preparando e estudando, certamente ficará para trás. “Por isso é interessante que os jovens que estejam saindo do Ensino Médio aproveitem as oportunidades e busquem novos horizontes”, analisa Cristiano, acrescentando que o foco da Unigranrio está voltado para essas questões e “para os jovens de Rio Bonito e região ela (a Unigranrio) é uma grande oportunidade”.

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