segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Pág. 23 - Vamos ressuscitar a arte na Educação


*Moysés Dário Alves

Onde estão os livros daquela instante que ficava ali? Onde estão os contos que eu ouvia antes de dormir e que faziam minha imaginação viajar pelo mundo da fantasia? Quem guardou os quadros que eu pintei no jardim da infância? Onde está a arte? Onde está a poesia? Onde está a música? Onde estão os versos daquele saudoso poeta esquecido nas entrelinhas do passado? Onde estão os sonhos das nossas crianças e a motivação dos nossos jovens? Onde está a beleza?

O que leva jovens, como Adam Lanza (20 anos), Eric Harris (18 anos), Dylan Klebold (17 anos), James Holmes, (24 anos), Wellington Menezes de Oliveira (23 anos), entre outros psicopatas, a entrarem em estabelecimentos como escolas e cinemas, com armamento pesado, e abrir fogo contra crianças e pessoas inocentes e indefesas? O que explica uma atrocidade como essa produzida pela mente “desumana” de um indivíduo, que, assim como eu e você, vive numa sociedade organizada, “evoluída” e “livre”? Qual a explicação para essa e tantas outras atrocidades cometidas todos os dias e que nem sempre se tem notícia? Alguém consegue explicar? Eu desafio!

Estamos assistindo de braços cruzados a deterioração dos valores humanos e aplaudindo o espetáculo de pé. Os pais estão deixando que o Facebook, os tablets, o computador, a internet, os filmes de Hollywood e os videogames eduquem seus filhos. Quando vejo filmes como Jogos Mortais, Sexta Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica, entre tantos outros populares “assassinatos em série” fazerem sucesso, e serem assistidos por jovens e adolescentes no meio da noite sem qualquer censura dos pais, como já tive a infelicidade de presenciar diversas vezes, só me pergunto uma coisa: “Por quê? Por que permitimos que a violência e a maldade invada nossas mentes todos os dias e também a mente daqueles que temos a obrigação de cuidar, proteger, educar e transformá-los em cidadãos capazes de construir uma sociedade melhor? Por quê permitimos que a mídia eduque nossos filhos com valores violentos, sanguinários, desumanos e imorais, deturpando e enfraquecendo sua personalidade! Por quê?!”.

Onde estão as escolas de arte? Onde estão as belezas da criatividade humana que é capaz de produzir coisas tão maravilhosas como as geniais músicas de Beethoven, Chopin ou Mozart? Ou ainda as incríveis invenções, pinturas, poesias e pensamentos de gênios como Leonardo da Vinci, Pablo Picasso, Michelangelo e William Shakespeare? E ainda maravilhas de artistas locais como Francisco Azevedo, Leir Moraes, “Baianinho” e tantos outros mestres da vanguarda riobonitense que ainda resistem ao deserto de desinteresse de jovens e adultos em preservar e desfrutar desse legado que eles estão nos deixando.

A maioria de nós não conhecemos sequer a biografia ou as obras desses gênios. Pergunte aos jovens e adolescentes se eles já se interessaram alguma vez em conhecê-los. E o pior, pergunte também se os pais alguma vez os incentivaram a fazê-lo, os estimularam a desenvolver algum dom artístico ou a leitura e desenvolvimento da imaginação na sua infância. Alguns afirmam que esse é um papel da escola, dos professores, da igreja, etc. Que lástima! Esse é um papel de toda a sociedade, que começa no âmbito familiar!

Logicamente não podemos generalizar, mas penso que a formação de um cidadão começa no próprio lar e é nele que são formados nossos principais valores. Quando adultos, nós temos liberdade de escolha, de expressão, e consequentemente essas escolhas serão baseadas na educação que recebemos desde que nascemos. E é isso que fará toda a diferença entre um médico, um músico, um pintor, um publicitário, um engenheiro ou um psicopata assassino sanguinário e suicida. Precisamos nos libertar dessa amarra chamada mídia e começar a usá-la para o bem e engrandecimento do ser. Leia a biografia de todos os citados nesse artigo e compare as infâncias de cada um. Veja se consegue entender por que eles fizeram o que fizeram. Segundo Augusto Cury: “Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias.” E é pela obra que se conhece o artesão.

*Moysés Dário Alves é contador e consultor de negócios.

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