Flávio Azevedo
André Luis Álvares, o Pijama, é o presidente do PSB de Rio Bonito. |
Faltando um ano para as eleições municipais – 7 de outubro de 2012 – o programa “O TEMPO EM RIO BONITO” começa a se aprofundar na Política local. Para isso, os presidentes de partidos (diretório municipal) serão recebidos para uma série de entrevistas que tem como objetivo realizar debates ideológicos, mostrar a importância dos partidos no processo eleitoral, dar publicidade a forma como as siglas partidárias estão se organizando e, sobretudo, divulgar a qualidade dos candidatos que concorrerão aos cargos de prefeito e vereador de Rio Bonito.
Em 2008, quando o programa recebeu representantes das coligações que disputavam aquelas eleições, não foram poucas as pessoas que questionaram a representatividade política dos entrevistados. Sendo assim, o programa informa que não está interessado no peso político desse e daquele convidado, mas no cargo que ele ocupa. Além disso, na qualidade de formador de opinião e defensor da renovação política, a proposta do programa “O TEMPO EM RIO BONITO” é contribuir para que a mesmice – fenômeno comum na política de cidades interioranas – fique no passado e novas lideranças sejam firmadas, o que é salutar e, talvez, determinante no processo democrático.
No último dia 16 de outubro, o programa recebeu o presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), André Luis Álvares, o popular Pijama, que falou da filosofia da sigla partidária, analisou o processo eleitoral que se aproxima, comentou o comportamento do eleitor, abordou o ingresso do vice-prefeito Matheus Neto (pré-candidato a prefeito) no PSB, comentou a postura dos atuais vereadores e da Câmara Municipal de Rio Bonito e discorreu sobre o comportamento do eleitor, que ao longo dos anos acumulou uma série de vícios e oportunismos por iniciativa própria, dos políticos e até dos partidos.
De acordo com o presidente, o grande atrativo do PSB é a proposta inovadora de fazer política, “onde o embate foi trocado pelo diálogo, postura que é a base da política moderna”. Com isso, de acordo com Álvares, o partido cresceu nacionalmente, atualmente, é o quarto maior do Brasil, tem seis governadores, integra a base aliada do governo federal e estadual e tem uma representatividade importante no Congresso Nacional.
– Estamos preocupados em fazer uma gestão pública honesta, competente e participativa. Não queremos apenas criticar, mas também sugerir ações que sejam viáveis para dar melhor qualidade de vida à população. Embora a cultura do achismo seja uma realidade, o PSB defende a ideia de que a população precisa ser ouvida para que os investimentos sejam feitos de acordo com o que a localidade necessita e não o que eu, que não moro naquele bairro, acho melhor – ponderou Álvares, destacando que o partido dará todo o suporte necessário para que novas políticas de governo sejam desenvolvidas.
Matheus Neto
O presidente destacou o PSB como o partido do diálogo |
Quanto ao ingresso do vice-prefeito Matheus Neto (ele estava no Democratas) no partido, o presidente André Álvares disse que tudo foi muito planejado e “aconteceu da maneira correta”. Ainda segundo ele, “não houve loteamento do partido, porque o PSB já tinha um diretório formado”.
– Houve o entendimento com os diretórios, municipal e estadual –, ambos participaram do processo e desse dialogo –, a nossa proposta de novas ideias e projetos diferentes foi muito bem recebida por Matheus, e embora algumas pessoas insistam nessa história de que ele não é o candidato do prefeito José Luiz Antunes, eu afirmo que ele (o prefeito) participou do processo, acompanhou tudo de perto, foi ouvido, deu opiniões, e essa atitude não me permite acreditar nessa conversa de que Matheus não é o candidato do governo nas próximas eleições – comentou Álvares.
Questionado se o nome de Matheus Neto, vice-prefeito da atual gestão e, logicamente, diretamente ligado a situação que precisa ser mudada, não prejudica o discurso de renovação, André Alvares comentou que “o prefeito José Luiz tem a sua maneira de trabalhar, Matheus é o vice, sabe que o comando é do prefeito e respeita isso”.
O presidente do PSB disse que apesar das limitações do cargo, “a participação de Matheus nos acertos da atual administração é determinante. Por exemplo, na área de Saúde, que avançou muito em nossa cidade. O prefeito que fazia muito investimento com recurso próprio, o que eu considero um erro, hoje, percebeu que é possível investir na cidade com recurso federal e estadual. Todos nós temos erros, mas também temos acertos”, comentou Alvares, classificando Matheus Neto como o único pré-candidato que representa o novo.
Outras questões
"Renovação na Câmara de Vereadores e das práticas políticas é a principal bandeira do PSB". |
Para André Álvares, as práticas políticas precisam ser mudadas e essa iniciativa tem que partir não só dos políticos, mas também do eleitor. Ele reconhece que o eterno embate entre “benefícios individuais e benefícios coletivos” precisa ser olhado de forma diferente. Segundo Álvares, “não posso mais votar em alguém pelo simples fato dele ser gente boa, porque quando ele chega à Câmara, acaba sendo manipulado como nós estamos vendo acontecer”.
A noção de oposição em Rio Bonito, segundo o presidente do PSB, é equivocada. “Vemos muita gente fazendo teatro. Sobe no palanque, coloca o adversário como o último dos seres humanos, mas não fiscaliza nada. Qual a oposição que as gestões, atual e anterior, tiveram? As pessoas falam muito, mas não agem. Os vereadores não criam uma lei, apenas repete leis que já existem em outros municípios, outros estados e até em âmbito federal. Ou seja, pouco se vê os vereadores trabalharem. Ou as pessoas repensam o seu voto ou teremos sérios problemas nos próximos anos”, diz.
Os problemas do município e os equívocos da administração municipal, segundo André Alvares é culpa do Legislativo que não está sendo um órgão fiscalizador. “Será que o problema é o Executivo? Precisamos acabar com o teatro. Falta organização e informatização ao Legislativo. Se você precisar do Regimento Interno da Casa, digitalizado não tem. As sessões da Câmara de Vereadores do município de Cabo Frio, por exemplo, podem ser assistidas pela internet. Para saber se foi publicada a Lei que determina o número de parlamentares na casa, recorreram a um jornal de 2009, mas a Câmara não tinha”.
Quanto ao período que exerceu o papel de assessor de Saulo Borges e o que fez durante esse tempo, André Alvares disse que “a pergunta a se fazer é o que eu pude fazer enquanto estive lá? E não fiz nada, porque as alianças, o foco político, a atenção ao grupo político que estava se formando e a postura opositora questionável fez com que eu mudasse”, concluiu.
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