sábado, 15 de outubro de 2011

Engavetamento envolve sete veículos na BR – 101, em Rio Bonito

Flávio Azevedo

O Honda Civic foi o primeiro a ser atingido e ficou totalmente destruído.
“Nunca o termo “entre mortos e feridos salvaram-se todos” foi tão oportuno!”, disse o advogado Marcos Tadeu Assunção, morador do Rio de Janeiro, ao analisar o acidente que envolveu sete veículos, na manhã de hoje (15/10), por volta das 11h, na BR – 101 (pista de descida), próximo as lojas da Casal e da Sonecar, em Rio Bonito. De acordo com os técnicos da Autopista Fluminense (concessionária que administra a rodovia), 17 vítimas foram registradas no engavetamento, mas nenhuma delas sofreu lesões mais grave ou fatal.

Segundo testemunhas, “o acidente foi dividido em dois atos, porque na verdade foram dois episódios distintos. Primeiro teve um acidente e depois um engavetamento”, contou um homem que pediu para ter a sua identidade preservada. Entre outros curiosos que acompanhavam o trabalho de desobstrução da via e o socorro às vítimas, duas versões circulavam.

A primeira conta que o motorista do Fiat Pálio, placa MRF 5157, de Macaé, teria perdido a direção, batido na mureta da pista, capotado e colidido no caminhão betoneira que trafegava na pista ao lado. Já a segunda versão diz que o Pálio teria sido fechado pelo caminhão betoneira, batido na mureta e capotado.
– Com a colisão, o motorista do caminhão betoneira teria parado ao lado do Pálio, já capotado, o que obstruiu as duas pistas, restando apenas o acostamento para o tráfego dos demais veículos. O motor do caminhão teria ‘morrido’ e o motorista não conseguiu religar o veículo – disse o funcionário de uma oficina que acompanhava a movimentação de bombeiros, policiais e curiosos.   

Engavetamento

O engavetamento atingiu sete veículos na BR - 101, em Rio Bonito.
O primeiro acidente teria causado o engavetamento que se seguiu. De acordo com Luiz Carlos Ramos, motorista da carreta, placa LOZ 5242, de Duque de Caxias/RJ, que estava carregada de areia, no alto do viaduto da Praça Cruzeiro ele viu o transito quase parado, freou a carreta, mas ela não parou. O relato do carreteiro mostra o desespero dele, e, certamente, dos demais motoristas atingidos, principalmente o condutor do Honda Civic, placa LCZ 1055, do Rio de Janeiro, o primeiro a ser atingido e que ficou totalmente destruído.
– Quando eu vi tudo parado eu pisei no freio, segurei firme no volante, para que a carreta não tombasse sobre os carros ao lado. A minha alternativa era esperar ela parar. Mas além do peso, isso aqui é uma decida. Bati no Honda Civic que estava na minha frente, ele bateu no Pagero que estava adiante dele e outros carros foram atingidos. O Honda entrou embaixo do Pagero e a traseira dele veio no meu para brisa, mas a carreta não parava. Vi uma entrada pouco depois da Casal, mas vi também um ponto de ônibus cheio de gente. Pensei: se eu entrar ali vai matar todo mundo e a carreta seguiu em frente, até que eu pude desviar para o acostamento. Ainda continuei arrastando o Honda Civic por alguns metros. Do início da colisão até a carreta parar, eu devo ter percorrido uns 500 metros – narrou o carreteiro ainda incrédulo com o fato de não ter feito nenhuma vítima fatal.

De acordo com Luiz Carlos, imediatamente ele fez contato com o patrão, informando o ocorrido e convencido de que tinha matado muita gente. “Quando eu ainda estava falando com o meu patrão, eu vi o motorista do Honda Civic saindo praticamente sem um arranhão, cara... Eu fiquei muito feliz e mais satisfeito ainda quando descobri que não houve vítimas fatais nos outros carros. É uma situação muito desagradável que não desejo para ninguém”, disse o carreteiro, que informou ter 13 anos de experiência e nunca ter sofrido um acidente.

No engavetamento também foram atingidos um Toyota, placa HKT 0714, de Belo Horizonte (traseira danificada); o Zafira, placa LNX 1856, de Macaé (vários danos); o Pálio, KMP 0488, de Duque de Caxias/RJ (vários danos) e o Pajero, placa MSX 2534, de Magé (vários danos).

O socorro às vítimas foi dado por viaturas da Autopista Fluminense, do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). As pessoas foram atendidas no Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Caminhão betoneira saiu de fininho

No primeiro plano, o Pálio que capotou e, ao fundo, à direita, o caminhão de areia
De acordo com os policiais rodoviários federais, quando eles chegaram havia dois caminhões betoneiras parados no local, “mas ninguém poderia imaginar que eles seriam os supostos causadores do acidente”. Ainda segundo os policiais, a primeira iniciativa foi acionar socorro para as vítimas, desafogar o trânsito “e, principalmente afastar as pessoas do Honda Civic, porque percebemos que o GNV estava escapando e qualquer fagulha poderia incendiar o veículo”.

Segundo testemunhas que estavam no local do acidente, com a chegada dos policiais rodoviários, o motorista do caminhão betoneira, com algumas pessoas empurraram o veículo, que pegou no tranco e foi embora. “Mais tarde que os policiais, conversando com as pessoas, perceberam que o caminhão betoneira causou o acidente, mas aí ele já estava longe”, comentou um curioso.

Costume

Milhares de curiosos foram ao local acompanhar o trabalho das equipes de resgate! 
Entre os muitos curiosos que transitavam no local do acidente, muita gente de celular ou caneta na mão fotografava o estado do Honda Civic e a placa da carreta de areia. Perguntado por que estava anotando os números das placas, um cidadão desconversa e responde: “hoje, eu vou ter que fazer uma fezinha nesses números! Quem sabe não fico rico? Impossível que de sete placas uma não vai dar”, disse o cidadão se referindo ao tradicional e proibido ‘Jogo de Bicho’.

Já os celulares registravam o Honda Civic que apesar de estar totalmente destruído, o seu condutor saiu ileso. “Não dá para acreditar que o motorista sobreviveu!”. “só Deus mesmo!”, “a pessoa só morre quando chega a hora!”, “esse nasceu de novo!”, “esse carro é o que?”, “ainda bem que o motorista estava sozinho!”. Essas e outras frases eram constantemente faladas por quem se aproximava do veículo que ficou tão danificado que não era reconhecido.      

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