quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pág. 8 - Jovem assassinado na Serra do Sambê

Flávio Azevedo

Darinho foi morto por volta das 11h30min no dia 19 de outubro
 Depois de escapar de uma tentativa de homicídio, no último mês de março, quando levou um tiro na cabeça, Dário Novaes da Silva Júnior, conhecido como “Darinho”, foi assassinado no último dia 19 de outubro, por volta das 11h30min, atrás da escola da Serra do Sambê. Entre dezenas de curiosos, a polícia e reportagem conseguiram apenas duas informações: um silêncio profundo e o costumeiro ninguém viu nada. No local do crime, a polícia contou seis cápsulas de pistola 380.

Em março, numa noite de quinta-feira, Darinho havia sofrido uma tentativa de homicídio próximo ao Ginásio de Esportes do bairro. Alvejado na testa, ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e hospitalizado. Cerca de 15 dias depois estava de volta às ruas do bairro dizendo, inclusive, que tinha “aceitado Jesus”, embora o comportamento não demonstrasse tal transformação. À época, segundo a polícia, a motivação do crime seria um suposto envolvimento do rapaz com o tráfico de drogas.

Os alunos da Escola Municipal Serra do Sambê, em sua maioria, foram poupados de ouvir o som dos tiros e acompanhar a correria que se seguiu, porque estavam no projeto “Lona na Lua” assistindo o espetáculo infantil dedicado aos estudantes do ensino fundamental.

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Infelizmente, Darinho é o segundo filho assassinado de três irmãos. Há cerca de 10 anos, o irmão mais velho, conhecido como “Pedro”, também foi morto. Ele também teria, segundo a polícia, envolvimento com tráfico de drogas. De acordo com ex-companheiros, Pedro teria administrado mal os negócios do comando. “Detido num Carnaval, época de alto consumo de drogas em qualquer lugar, “o chefe da boca” não conseguiu levantar dinheiro para pagar um suposto arrego, e foi preso”, conta uma fonte que logicamente não quer ser identificada.

Irado com os quatro anos de cadeia que pegou, “o chefe da boca” culpou Pedro e jurou vingança. A partir daqui a história dos irmãos Pedro e Darinho é bem similar. O mais velho, Pedro, também sofreu uma tentativa de homicídio, próximo da conhecida “ponte do japonês”, numa rua sem saída, atrás do Rio Bonito Atlético Clube.

Ao perceber a intenção dos seus algozes, Pedro teria entrado em luta corporal com os bandidos. Levou cerca de seis tiros, foi socorrido e levado para o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV). Depois de alguns dias de internação, ele se recuperou e retornou para a vida de antes.

Meses depois, nova emboscada. Dessa vez, nas proximidades de um tradicional ponto de consumo de drogas, na Avenida Lacerda, próximo ao Rotary Clube de Rio Bonito (Casa da Amizade). Segundo informações dos seus ex-companheiros, um “amigo” teria convidado Pedro para fumar um “baseado”. No local, ele teria sido surpreendido pelo “chefe da boca” – que já estava solto. A dívida foi cobrada e Pedro foi assassinado com tiros na boca e no ouvido.

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