terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pág. 9 - Solange Almeida: “região precisa se preparar para o Comperj”

Flávio Azevedo

A deputada federal Solange Almeida
O Programa O TEMPO EM RIO BONITO, do último dia 14 de agosto, recebeu a deputada federal Solange Almeida (PMDB). Durante uma hora, ela concedeu uma entrevista onde abordou a sua atuação como parlamentar, comentou o momento econômico da região, discorreu sobre Educação, ligando o tema à família (aproveitando que era o Dia dos Pais), analisou o quadro político da cidade, comentou a sua posição como deputada federal suplente e opinou sobre as disputas internas do poder Legislativo.

Sobre Educação, a ex-prefeita disse ter recebido a notícia que o Plano de Cargos, Salários e Carreira ficou pronto, o salário base da Educação seria R$ 1,6 mil e a categoria espera que o prefeito envie o plano à Câmara Municipal.
– Eu fiquei muito satisfeita com essa notícia, porque com um salário digno, a evasão de bons profissionais será evitada. Mas não se faz Educação só com salário. É preciso ter material, coordenação, livros e condições de trabalho para o professor – comentou a parlamentar que diz preocupada com a avaliação do profissional por desempenho (produtividade). Segundo Solange, “a partir do momento que o professor não tem condições de colocar o que ele sabe em prática o risco de errar aumenta”.

Qualificação

Ainda dentro do tema Educação, a deputada comentou que por conta do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), a oferta de emprego na região será grande. “As pessoas, porém, precisam estar qualificadas para serem aproveitadas pelas empresas que estão chegando atraídas pelo empreendimento da Petrobras”, disse Solange, que classifica o Comperj como um grande presente do governo federal para a região.

A parlamentar acrescenta que os impactos, positivos e negativos, da refinaria devem ser as principais prioridades das prefeituras dos municípios que estão sediados no entorno do Comperj.
– É importante buscar escolas técnicas, porque o nível técnico, hoje, oferece salários tão interessantes quanto o nível superior. Infelizmente, a Prefeitura de Rio Bonito perdeu o Instituto Federal que vinha para cá (antigo Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET), mas é preciso continuar tentando. Já temos a Faculdade Cenecista de Rio Bonito (Facerb), mas o município precisa continuar buscando uma faculdade – ponderou a parlamentar.

Situação política

Perguntada sobre a sua situação como deputada federal “suplente”, assunto que tem gerado muitos comentários maldosos dos seus adversários políticos, Solange esclareceu que ocupa a vaga de um deputado licenciado, “mas isso não me impede de exercer o meu mandato, nem faz de mim uma parlamentar inferior aos demais”. Ela acrescentou que até entre os suplentes existe desistências e mencionou o nome de Nestor Vidal, que era o primeiro suplente do PMDB, estava exercendo o mandato no Congresso Nacional, mas no último mês deixou o cargo para assumir a Prefeitura de Magé.

Habitação

Depois dos temporais que atingiram Rio Bonito no fim de 2008 e início de 2009 – à época, duas pessoas morreram, e centenas ficaram desabrigadas – a Habitação e a histórica falta de investimentos para o setor passaram a ser alvo de muitas discussões políticas. De acordo com a Prefeitura Municipal, existe uma dificuldade muito grande de se alugar casas na cidade, porque grande parte dos imóveis não tem a documentação necessária.

A aquisição do terreno para a construção de Casas Populares com o recurso de R$ 1 milhão, doado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em 2009, também teria sido demorada, porque não se encontrava um local com as dimensões necessárias e que estivesse legalizado.

Sobre esse tema, a deputada Solange Almeida comentou que “pior que a miséria de recursos é a miséria de vontade, porque a Nacional Diesel tinha um problemão, mas assim mesmo foi desapropriada e virou Centro Administrativo”. Já em relação ao Aluguel Social, a parlamentar discordou da argumentação dos imóveis ilegais e disse que “não é a prefeitura que aluga o imóvel, mas as pessoas. O município apenas repassa o recurso e o cidadão é quem cuida da locação”.

Câmara Municipal

Sobre as diferenças internas da Câmara de Vereadores, a deputada não quis polemizar. Ela condenou as desavenças entre os vereadores e disse que em Rio Bonito existe várias situações que deveriam ser questionadas pelos parlamentares.
– No bairro Cajueiro, por exemplo, em 2008, colocaram uma placa indicando que o bairro iria ganhar uma obra que já estava contratada, licitada, homologada, mas ela não aconteceu. Nós temos um colégio na entrada da Caixa D’Água, que era para ser inaugurado em 2008, também aconteceu. Eu tenho notícias de gente que procurou o Centro de Odontologia e não tinha material. Está faltando médicos nos Programas de Saúde da Família (PSF). Ou seja, hoje, são várias as questões em que a Câmara poderia estar exercendo o seu papel fiscalizador – disse Solange, que classificou a atual administração como “um governo de soluços, porque as obras só acontecem quando se aproxima as eleições”.

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