quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cinturão de Segurança contra o tráfico de drogas em Itaboraí

Paulo Victor Magalhães

Fachada da Prefeitra de Itaboraí
Comparada a Dubai (emirado rico em petróleo do Oriente Médio) pela perspectiva de crescimento econômico com a instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), Itaboraí pode se assemelhar a Macaé quando o assunto é segurança pública. A expectativa de chegar a 1 milhão de habitantes em um período de 10 anos exigirá que o Estado reveja a política de contenção da violência implementada no município para evitar o que ocorreu com a cidade do Norte Fluminense, que chegou a registrar a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes do Rio, segundo o Mapa da Violência 2008.

Visando o crescimento demográfico e, consequentemente, o possível aumento da violência, as polícias Civil e Militar vêm implementando medidas para tentar reduzir os índices de criminalidade no município. “Aqui eles não vão se criar”, disse o tenente-coronel Ramiro Oliveira Campos, subcomandante do 35º BPM (Itaboraí), durante uma operação, na Avenida 22 de maio, cujo objetivo era impedir a migração de bandidos, atuando de forma ostensiva nas principais entradas do município.

À frente de 480 homens

Responsáveis pelo patrulhamento de uma área com 2.931,5 km² de extensão, o que abrange os municípios de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Silva Jardim –, o oficial garante que esse efetivo é suficiente para atender a atual demanda da população, mas não descarta o aumento desse número com o crescimento populacional nos próximos anos. “Essa realidade daqui a alguns anos vai mudar e a PM terá que acompanhá-la, assim como os outros segmentos do Estado”, comentou.

Com a experiência de quem foi aspirante no 32º BPM (Macaé), onde acompanhou de perto a “corrida pelo ouro negro” (petróleo) e o avanço da violência, o oficial acredita que conjugar ações repressivas contra o tráfico nas comunidades com operações no asfalto pode trazer resultados satisfatórios para a região. “Em duas semanas, conseguimos reduzir em 50% alguns crimes, como roubo de automóveis, assalto a pedestres e saidinhas de banco. O petróleo traz a riqueza e, com ela, o sensível aumento da violência. Nós estamos nos antecipando a esse processo”, concluiu.

Na mesma linha do oficial da PM, o delegado Wellington Vieira assumiu a 71ª DP (Itaboraí), no início da semana passada, com a missão de não só reduzir os índices de homicídios na cidade sede do Comperj, mas conseguir chegar a autoria dos crimes. Em 2010, foram registrados 112 assassinatos no município, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ). Para isso, juntos com os outros delegados responsáveis pela Área Integrada de Segurança Pública (AISP) número 35, Vieira pretende montar um ‘Cinturão de Segurança’ na região para evitar o processo de migração de criminosos para a região.

Há apenas dois dias à frente da distrital, ele já foi às ruas do município para tentar localizar o corpo de um jovem, executado no ‘tribunal do tráfico’. A ação, deflagrada na Rua Cem, contou com dez viaturas e cerca de 30 agentes de cinco delegacias da região, além de homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). “A minha vinda para cá tem muito a ver com esse processo de transformação pelo qual a cidade está passando. Vamos focar nesse trabalho, com o apoio de todas as forças de segurança, sem esquecer de estabelecer uma parceria com a população”, finalizou.

Fonte: O São Gonçalo

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