quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pág. 26 - Conselho de Segurança discute insegurança das comunidades lindeiras a ViaLagos

Flávio Azevedo

A insegurança que atinge os moradores das localidades de Viçosa, Três Coqueiros, Boqueirão, Rio Seco, Catimbau Pequeno, Mata, Tomascar e adjacências, ao atravessar a RJ – 124 (ViaLagos) foi um dos temas do Conselho Comunitário de Segurança (CCS). A questão foi tratada no último dia seis de agosto, na reunião que aconteceu na Câmara de Vereadores. Vários moradores dessas localidades participaram da reunião e disseram que “diariamente são obrigados a enfrentar o tráfego da ViaLagos, o que provoca inúmeros casos de atropelamentos e acidentes”.

Uma das principais queixas é que na saída Estrada de Rio Seco, em Três Coqueiros/Viçosa, não existe sequer uma passarela. “Nos feriados e fins de semana, as pessoas chegam a esperar 45min para conseguir fazer a travessia”, disse o advogado Joaquim Maurício, morador da Viçosa. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Edon Quintanilha, comentou que os moradores dessas localidades são muito prejudicados. Os representantes das localidades não descartam a realização de uma manifestação para reivindicar as melhorias pleiteadas.

Preocupação

O advogado Joaquim Maurício comentou a necessidade de a ViaLagos construir uma passarela e/ou um viaduto no local. “Desde que aconteceu a duplicação da rodovia (1996) ela só trouxe problemas. É gente machucada, gente morta, gente que por conta dos atropelamentos acaba ficando inutilizada pelo resto da vida”, disse o advogado. Ele também comentou que os diretores da concessionária consideram o quilômetro três um trecho de alto risco.
– Se sabem disso, porque não constroem uma ponte seca e reduzem a zero esse risco? Nós sugerimos esse equipamento porque ele atende a todos. Uma passarela, por exemplo, atende a poucas pessoas (somente pedestres). O que nós queremos é atravessar a pista com segurança em qualquer tempo... Seja fim de semana, feriado ou dias comuns – ponderou Joaquim, acrescentando que “caso o problema não se resolva, nós iremos fechar a pista”.

O advogado comenta que ninguém quer que isso, “mas se não formos atendidos é o que vai acontecer”. Ainda segundo Joaquim, a concessionária não tem respeito com as pessoas. “Em várias reuniões que eu participei, os representantes da empresa argumentaram que as pessoas atropeladas na rodovia são bêbadas. Mas não é assim, porque mesmo que sejam bêbados, eles são seres humanos que precisam ser respeitados e tem direito a Segurança”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Edon Quintanilha, afirmou que a questão preocupa. “Nós estamos nesse movimento, porque como representante dessas pessoas nós temos ciência de que os trabalhadores que moram em Catimbau Pequeno, Rio Seco, Mata e Tomascar passam diariamente por esse trecho e sabemos o risco que eles correm. O movimento está sendo encabeçado por moradores de Três Coqueiros, mas por conta dessas questões que envolvem as pessoas que nós representamos, nós abraçamos a causa. Por ali, passam linhas de ônibus que transportam crianças e queremos 100% de segurança para a nossa população”, frisou.

Boqueirão

Moradora do Boqueirão, localidade que sofreu com a duplicação da rodovia, Daniele Matos elencou os principais prejuízos causados pela concessionária. “Os acidentes e atropelamentos são constantes; os ciclistas não podem transitar; as calçadas ao longo das pistas não têm nenhuma condição de serem utilizadas pelos moradores do bairro; e os carros estacionados sobre as calçadas, por causa da rodovia, também é um sério problema”.

A moradora afirma que não vai desistir da luta, não vai parar de reivindicar as melhorias exigidas e denuncia a cooptação de membros dessas mobilizações pela ViaLagos. “A questão dos presentes e favorecimentos é fato, porque todas as vezes que nós começamos algum movimento, alguém sempre se afasta sob a argumentação de ter recebido algum benefício para abandonar o movimento”.

ViaLagos

De acordo com o presidente do CCS, Bruno Soares, ele fez seguidos contatos com a concessionária para que ela se fizesse representar na reunião, “mas a resposta foi que não seria possível”.
– Quando eu comentei com um dos representantes da ViaLagos que as pessoas estavam planejando alguma manifestação, a resposta que eu ouvi é que “caso isso aconteça nós iremos chamar a polícia”. A sensação deles é que são inatingíveis, mas não é bem assim, porque eles não estão levando em conta a força e a união que nós podemos ter estando unidos – disse o presidente.

Na última foto, representantes do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Rio Bonito, o prefeito José Luiz Antunes (DEM) e representantes da CCR ViaLagos, reunidos no último dia 25 de abril, no gabinete do prefeito para discutir melhorias na rodovia.
O texto na íntegra: (http://jornalistaflavioazevedo.blogspot.com.br/2012/05/melhorias-na-rj-124-e-tema-de-debate.html).

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