A Operação Guilhotina foi deflagrada no último dia 11 de fevereiro |
Na ficção o coronel Nascimento do filme "Tropa de Elite" 2 diz que o Polícia Militar do RJ "tem que acabar" |
Entre os crimes, está o atentado ao bicheiro Rogério Andrade, em abril de 2010. O crime ocorreu na Barra da Tijuca. Bicheiros e policiais – parceria antiga – teriam contratado um israelense para instalar e detonar a bomba que explodiu o carro de Rogério, que escapou com ferimentos. O crime teria sido encomendado por dois bicheiros cariocas e contou com o auxílio de um policial que transitava livremente pela segurança do contraventor.
O material para confeccionar o explosivo teria sido fornecido por um ex-sargento do Exército, morto em 2010, por agentes da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), durante um tiroteio. A maneira como a bomba foi colocada no carro do bicheiro deixa com inveja, personagens hollywoodianos como Jack Bauer, da série “24 Horas”. Durante alguns momentos em que o contraventor parou num estacionamento, um ‘homem-bomba’ teria parado seu carro ao lado, rastejado até o veículo e instalado o artefato explosivo.
No atentado a bomba contra Rogério Andrade, o contraventor, que estava no carona, escapou, mas o filho morreu |
A morte do presidente da Associação dos Ambulantes, Alexandre Frais Pereira, em maio de 2007, também teria sido obra da sórdida ‘cooperativa’. A motivação era as propinas, um dos temas abordados no filme “Tropa de Elite”. Policiais decidiram ‘tomar conta’ dos negócios, mas teriam esbarrado em Alexandre, que precisou desaparecer. No ano passado, o ex-sargento do Exército, Volber Roberto da Silva Filho, morreu durante uma troca de tiros em Jacarepaguá. Há indícios de que operação tenha sido uma farsa para encobrir o seu assassinato.
Entre outros crimes está a forma de operar dos policiais corruptos, que se valiam de amizades na Chefia da Polícia Civil para indicar quem seriam os investigadores dos tais assassinatos, que, logicamente, nunca seriam esclarecidos. O relatório da operação para o MP está cheio de histórias desprezíveis. Nós narramos apenas algumas delas.
Não temos dúvida que qualquer pessoa decente fica com náuseas quando tem acesso a essas informações. Aliás, qualquer pessoa de bem fica amedrontada ao tomar conhecimento dessas revelações, porque as armas estão nas mãos do inimigo.
Em Rio Bonito, os policiais militares Arnaldo e Elielton são os responsáveis pelo curso Proerd. Eles são integrantes da banda boa da Polícia Militar do Rio de Janeiro |
Entretanto, vale destacar que dentro desse mar de lama existem policiais que não se deixam corromper. São pessoas que como o lírio – planta que nasce na lama podre, mas sua flor exala um perfume maravilhoso – apesar de estarem dentro de um sistema corrompido não se deixam contaminar. Estamos falando de homens e mulheres de bem, que cumprem o juramento que fizeram e não abrem mão de zelar pela segurança da sociedade.
A todos vocês o nosso muito obrigado! Que Deus os conserve assim! Que o dinheiro, o ganho fácil e a pressão exercida sobre vocês pelos bandidos fardados, geralmente instalados em escalões superiores, não consigam desanimá-los!
Rui Barbosa |
*Flávio Azevedo é editor
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