Pág. 12 - Ronaldinho Gaúcho no circo de Rio Bonito?

*Felipe Braga

Hoje tem marmelada??? Tem sim senhor!!! Hoje tem palhaçada??? Tem sim senhor!!! Então o que é... O que é... É o palhaço ladrão de mulher!!! E a platéia vai ao delírio (ou não) com o Grande Circo Trapalhada que chegou à cidade!

Prometi a mim mesmo que não iria mais falar de circo, pois alguns palhaços ficaram ofendidos com comparações que fiz em algumas colunas anteriores. Eles me fizeram uma reclamação por escrito, onde se colocaram à minha disposição para esclarecer, alguns conceitos equivocados que eu tinha sobre a sua nobre profissão. E ainda deram ênfase, quando disseram que, quem engana o público, fazendo sumir as coisas, é o mágico e não o palhaço!

Infelizmente, eu não me contive e quebrei a promessa. Não sei se é a proximidade do carnaval ou as atitudes vistas na câmara, que não me deixam esquecer o circo.

Eleição de Marcus Botelho, no dia 25 de janeiro, na sala do Vice-prefeito Matheus Neto 

Mas o que foi aquilo no dia 25 de janeiro último? Um bando de viaturas de policia e homens armados até os dentes – com fuzis e pistolas em punho – em frente nossa prefeitura. Tinham três cidadãos com a camisa do Flamengo na calçada do prédio e eu logo pensei, deve ser o Ronaldinho Gaúcho que está visitando nossa prefeitura... Fiquei logo animado! Rubro-negro roxo que sou, aproximei-me cuidadosamente de um dos policiais para perguntar o que estava acontecendo.

Para minha enorme decepção, ao invés do Ronaldinho, eram só alguns vereadores – que interromperam suas merecidas férias – trancados na sala do vice-prefeito, para uma reunião, na qual mais uma vez – um mês e poucos dias antes já havia acontecido uma eleição – decidiriam quem seria o novo presidente da câmara. E como era de se esperar, a decisão não vai para o Engenhão, onde poderia estar Ronaldinho, mas sim para o tribunal, onde está o juiz. No fim das contas, é muito general, para pouco exército, e o povo que se lasca, para (não) variar...

Falando de coisas alegres e deixando essa tristeza de lado (leia-se, política na câmara municipal), foi linda a participação do povo riobonitense nas doações para as vitimas deste enorme desastre nas serras Fluminenses. Mas uma vez o nosso povo mostrou-se solidário com as mazelas alheias e se uniu para que os mais necessitados possam voltar a ter um pouquinho de sua dignidade destruída por essas enchentes.

Basta saber, quando é que nosso povo se unirá para cuidar de nossas próprias mazelas e chamarão para si a responsabilidade de criar uma cidade melhor. Lembrando-os de que, a culpa não é de quem está no poder, mas sim de quem os põe lá.

Voltando a falar de coisas tristes, a quantidade de mendigos só aumenta a cada dia em nossa cidade, os carros continuam a atrapalhar os trenzinhos da manutenção da ferrovia, a cachorrada (apesar de fofinhos) emporcalham nossa cidade – alô carrocinha –, postes com lâmpadas queimadas, principalmente nos bairros mais afastados do centro, sem falar no calçamento que, onde tem (dê graças a Deus) tá ruim e onde não tem (Green Valley, por exemplo) está pior! Asfalto em toda cidade já!

Cabe aos vereadores cobrarem, o prefeito fazer e a população parar de sofrer. O IPTU chegou pra matar de susto os mais desavisados, – atenção cardiologistas de plantão – o bicho tá pegando! O IPVA também!

E como alguém diz: “vamo que vamo gente!”. O carnaval está chegando, os tamborins estão aquecendo, e nós pra variar, vamos empurrando os problemas com a barriga para depois da folia...

Em tempo: será que estamos elegendo mágicos e bancando os palhaços?! Não entendi mais nada... Acho que no circo, o povão é o burro! Pois só trabalha a troco de capim e as raposas engordam (suas contas bancarias) sem suar suas coleiras de seda. Nada muda no reino da palhaçada.

E como diria sabiamente o grande poeta Cazuza “... eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades, o tempo não para...”.

Do seu colunista chato de sempre...

*Felipe Braga é empresário

Colunista