quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pág. 23 - Falta casa, falta água e falta vergonha!

          Flávio Azevedo

Em Cachoeira dos Bagres, segundo moradores, a água está desaparecendo.
Depois de Rio Bonito aparecer na grande mídia por conta de uma suposta briga entre alunas do Colégio Estadual Professor Dyrceu Rodrigues da Costa, a cidade volta a ser notícia na grande mídia (TV Alto Litoral, filiada da Rede Globo). O assunto da vez são as moradias em áreas de risco. Segundo levantamento do Serviço Geológico do Estado, 574 pessoas estão morando em 158 imóveis ameaçados. Foram identificados 46 pontos onde podem ocorrer deslizamentos de terra ou inundações.

Também foi abordada a questão das casas populares que devem ser destinadas para pessoas que moram em áreas de risco, sobretudo aquelas que foram atingidas pelos temporais do verão de 2008/2009. Segundo a reportagem são 147 moradias. O problema é que as novas casas não contam com abastecimento de água. Essa seria, segundo a reportagem, a razão apresentada pela Prefeitura de Rio Bonito para não entregar as residências.

A Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) informou que o projeto de instalação da rede de água está pronto e depende da licitação que vai ser feita pela Secretaria Estadual de Obras. Ainda segundo a CEDAE o prazo para a conclusão da obra só poderá ser estabelecido após a escolha da empresa que será responsável pelo serviço. Já a Secretaria Estadual de Obras informou que a Cedae só enviou o projeto concluído no último dia 23 de julho.

Falta vergonha

Tudo indica que os políticos de Rio Bonito, sem exceções, caíram no “conto do vigário”. Chegamos a essa conclusão porque o argumento “VAMOS LEVAR ÁGUA PARA O 2º DISTRITO” foi o argumento que justificou a postura entreguista dos nossos representantes. Em dezembro de 2011, o clima de Natal não estava presente apenas nas ruas da cidade. Mais precisamente no dia cinco, os vereadores, por unanimidade, concordaram que a Prefeitura deveria permitir que a Cedae, por um prazo de 20 anos, explorasse a água do município.

Aprovada a matéria, ela retornou ao parlamento com um veto do Executivo ao Artigo 5º da Mensagem. O tal artigo determinava que caso a Cedae deixasse de ser controlada pelo Estado, a concessão perderia a sua validade e a água voltaria para o controle do município. Essa condição não teria agradado o governo do estado. Diante do tal desagrado, prefeito e vereadores, como vacas de presépio (seria o Natal?), acompanharam.

A época, parlamentares que inicialmente eram contrários (Humberto Belgues, Saulo Borges e Fernando Soares), ingressaram na fileira do entreguismo sob a justificativa de estarem atendendo aos pedidos da ex-prefeita Solange Almeida (PMDB) e do deputado estadual Paulo Melo (PMDB). Em entrevista ao programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, da Rádio Sambê FM (98,7), o deputado Marcos Abrahão disse que como riobonitense era contrário a tal concessão, mas como parlamentar da base governista, ele acompanhava o governador.

Se os políticos olharam para o próprio umbigo, a sociedade civil organizada se manteve imóvel e inerte. Não houve sequer um pronunciamento de qualquer entidade ou órgão de classe diante da entrega da nossa água. Os comentários de que supostas negociatas estariam envolvendo a questão, também não incomodou. Postura semelhante para a falta audiência pública para discutir o assunto.

SIM, NÓS PODEMOS concluir sem medo de errar, que a falta de vergonha tem como resultado outros problemas, além da falta de moradias e abastecimento de água. PODE CONFIAR que isso motiva a falta de políticas públicas voltadas ao Turismo, Agricultura, Indústria e Comércio, Esporte, Segurança, Cultura, entre outros. Diante disso, MELHOR É O NOVO. Mas estamos falando de nova postura diante do processo eleitoral... Novo olhar no momento de escolher e avaliar o candidato e novas exigências a quem você for entregar o voto. Se nós mudarmos, a sociedade e o seu governo mudam.

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