terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pág. 9 - Então é natal!

*Leonardo Peclat Marins

O que é um símbolo? Segundo o dicionário Aurélio é o que representa ou substitui outra coisa. Portanto fica evidente que ele é uma seta, um indicativo de uma realidade maior e mais bela! Essa época natalina é marcada por simbolismos, mas justamente o perigo está em não “ouvirmos” o que eles querem nos dizer.

Sabemos que o capitalismo tenta e, com muito êxito, transformar essa festa num momento de lucro; sua missão é justamente nos convencer que basta o símbolo e não a realidade que ele evoca.

Sem muito rodeio, o Natal é única e exclusivamente a celebração de algo inusitado que contraria totalmente a lógica humana. Celebra a loucura de um Deus que assume a vida humana e nasce como nós, na singeleza de uma criança. É uma festa genuinamente cristã. Se qualquer simbolismo não nos remeter a isso perdeu o seu sentido!

Se eu vir uma praça tão belamente iluminada e não me recordar que esse Menino-Deus é a luz do mundo, de nada valeu a iluminação! Se virmos uma Árvore de Natal e ignorarmos que Jesus é o tronco e nós os seus ramos, para quê árvore? E qual a missão daquelas bolas de enfeites se não nos lembrar que Jesus espera de nós frutos de amor e misericórdia?

De que adianta a contemplação dos presépios se a palavra humildade não ecoar em nossos corações, incutindo-nos a certeza de que o orgulho não serve para nada? Tantos presentes trocados com o único objetivo de relembrar que Jesus é o grande presente que o Pai nos deu! Os símbolos são ótimos se cumprirem seu papel!

Esse Nascimento dá sentido ao nosso nascimento. Essa Vida deve dar sentido à nossa! A grande mensagem que esse Bebê dá ao mundo é que somos família, que a humanidade precisa ser mais simples e aprender a amar sem distinção de pessoas! Assusta-me muito em ainda ver a força do preconceito nos nossos dias, ver que ainda há pessoas que se consideram melhores que as outras por causa da cor, do dinheiro, da religião ou sei lá de que!

Impressiona-me de forma especial a intolerância entre os cristãos. Ninguém “tem mais” esse Santo Menino que o outro! Ao contrário, acredito que a primeira palavra que ele deve ter dito foi: amor! Amem-se e vivam como irmãos! Ele é a chave de unidade! Por que as religiões perdem tanto tempo com brigas? Por que cristãos perdem tanto tempo se espetando? Por que igrejas se acham melhores que as outras, enumerando suas virtudes e as possíveis falhas das demais?

Desculpem-me a franqueza, mas uma pessoa, sobremaneira um cristão que não viva esse amor concreto, que semeia a divisão, a discórdia, que cultiva o orgulho dentro de si a ponto de se achar melhor que alguém, que faça da sua igreja um altar de intransigência e intolerância, não entendeu o que é e não vive o Natal!

De nada adianta Jesus ter nascido há tanto tempo atrás se não nascer a cada dia em nossos corações! Até mesmo essa passageira solidariedade dessa época não será um símbolo do Natal, caso não nos remeta a um Deus que nos pede esse amor ao próximo sempre, justamente por ter nos feito irmãos.

Natal nada mais é que crer em Jesus e, não obstante nossa miséria, buscar continuamente sermos um promotor do amor no mundo!

Caro leitor, o meu desejo é que esse Natal seja repleto de significado para nós e que tenhamos um novo ano com mais amor em nossos corações!

*Leonardo Peclat Marins é professor

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