segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pág. 25 - A indústria da morte

*Moysés Dário Alves

Desde os primórdios do cinema, o cigarro foi utilizado como símbolo de glamour, tendo como ápice, o período que compreende os anos 1930 e 1960. Nessa época, as produções hollywoodianas associavam o fumo ao sucesso e ao dinheiro. Não apenas nos filmes, mas também em propagandas e fotos promocionais, as celebridades normalmente surgiam segurando um cigarro. Atualmente raramente se vê uma celebridade fumando nos filmes, novelas ou propaganda.

Embora o número de fumantes tenha caído no Brasil nos últimos anos – passando de 16,2% da população adulta em 2006 para 15,1% no ano passado –, a indústria do fumo continua muito bem. O consumo em queda não teve impacto no faturamento do setor, que inclusive cresceu em 2010 frente a 2009: R$ 16,992 bilhões ante 16,944 bilhões, segundo estimativa da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afulra).

É uma indústria que também paga muito imposto, com 78,74% de carga tributária. Só em 2010, o desembolso com tributos chegou a R$ 9,3 bilhões. As leis de restrição ao fumo parecem não impactar na produção de tabaco no país, o segundo maior produtor de tabaco do mundo, atrás apenas da China.

Com o avanço da medicina, dos estudos e pesquisas sobre a saúde, os efeitos do tabagismo e os riscos que ele oferece foram amplamente divulgados, com campanhas intensivas contra o cigarro. O Estado do Rio de Janeiro deu um grande passo rumo à preservação da vida e da saúde pública. Sancionada pelo Governador Sérgio Cabral, a Lei Estadual 5517/2009 visa resguardar a sociedade dos malefícios do fumo passivo, preservando a saúde do cidadão.

Não resta dúvida de que fumar não está mais na moda, não é mais bonito e muito menos agradável. A juventude chamada de “geração saúde”, da qual eu faço parte, está mais preocupada em manter a forma e levar um estilo de vida saudável, praticando esportes e com uma alimentação balanceada.

A tendência é que o hábito de fumar seja cada vez menos adotado entre os jovens, devido as campanhas contra o cigarro e ao próprio estilo de vida da geração atual. Outro fator que contribui para a rejeição ao fumo desde cedo são as experiências de fumantes que morreram por doenças provocadas pelo tabagismo, cujas conseqüências não são sentidas na juventude, mas somente a partir dos 30 anos de idade.

Atualmente, existe informação suficiente para que as pessoas, principalmente os mais jovens, possam decidir com consciência se querem ou não fumar, sabendo das conseqüências desse hábito terrível para a saúde, no curto e longo prazo, e assim decidir se querem fazer parte dessa indústria da morte ou se preferem fazer como a geração saúde: ter hábitos mais saudáveis e aproveitar os bons momentos da vida com saúde e energia.

Aproveito para desejar a todos os leitores do Jornal O TEMPO EM RIO BONITO um Natal repleto de amor e um 2012 abençoado!

*Moysés Dário Alves é Contador e Consultor de Negócios

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