Flávio Azevedo
O vereador Humberto Belgues. |
Depois de um início de ano conturbado, onde esteve em litígio com o colega Marcus Botelho (PR) na luta pela presidência da Câmara Municipal de Rio Bonito, o vereador Humberto Belgues (PSDB) afirma que essa questão é uma página virada e garante que está vivendo um novo momento na sua carreira política. “Na verdade, eu revi alguns conceitos, refleti sobre algumas das minhas atitudes e percebi que em alguns momentos é preciso mudar e buscar novos objetivos”, disse Humberto que faz um balanço positivo da sua atuação parlamentar em 2011.
– Estive a frente do poder Legislativo em janeiro, fevereiro e ao contrário do que dizem por aí, eu não cometi nenhuma ilegalidade. A Justiça entendeu que o colega Marcus Botelho estava com a razão e eu acatei a decisão porque sempre respeitei a Justiça. Para mim esse assunto está superado e tenho certeza que todos nós amadurecemos muito com tudo isso – ponderou o vereador.
De acordo com o parlamentar, caminhando pelas ruas da cidade ele percebeu o quanto as disputas internas prejudicam o município, principalmente a imagem dos vereadores, “que hoje é extremamente desgastada diante da opinião pública”. Para o vereador, ao contrário do que pensam os políticos, não é todo cidadão que está em busca de favores e benefícios pessoais. “Percebi que tem um grupo grande de pessoas que querem apenas ser ouvidas. Estou falando do cidadão que tem o seu emprego garantido, não depende de política ou de políticos e, por conta disso, eles têm outro olhar diante dos problemas da cidade”.
O cidadão mudou
O vereador acredita que a chegada do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) está mudando a região em todos os aspectos, sobretudo a mentalidade da população.
– Embora Rio Bonito seja uma cidade periférica ao empreendimento da Petrobras, ela se destaca pela qualidade de vida, localização geográfica e isso têm atraído um volume importante de pessoas. Geralmente, esses novos moradores são indivíduos politizados e que preferem apostar nos políticos que tenham perfil técnico. Diante desse cenário, eu decidi mudar a minha forma de desenvolver as minhas atividades parlamentares e confesso que, dessa maneira, eu tenho sido muito mais respeitado – analisou.
Diante dessa nova situação, que o parlamentar afirma não ser identificada por todos os políticos, “é preciso se ter nova postura, novo discurso, porque as necessidades mudaram”. Ainda segundo Humberto, quando ele estava pensando na bandeira que iria assumir, aconteceu no dia 23 de maio, o assassinato do empresário Américo Branco, que foi alvejado com tiros no Centro da cidade.
– Nós sentimos o golpe e eu não tenho dúvidas que os movimentos populares e políticos que se seguiram foram motivados pelo fato de Américo ser da nossa classe social. Não houve quem não pensasse: “podia ter sido eu!”. A população, sobretudo os empresários e os formadores de opinião, se mobilizou em busca de respostas e eu percebi que para dar uma satisfação à sociedade que eu represento, assuntos como ordenamento urbano, Segurança, Trânsito deveriam ser a minha bandeira – revelou.
Segurança e ordenamento
Há quem acuse a preocupação do vereador de oportunista. Outras correntes afirmam que Humberto está aproveitando para fazer oposição a administração do prefeito José Luiz Antunes (DEM). O vereador rejeita esse rótulo e classifica essas acusações de “maldosas”. “Não é segredo para ninguém que eu faço parte do grupo da ex-prefeita Solange Almeida (PMDB), mas não é essa a questão. Aliás, esses temas que eu venho abordando também eram problemáticos na época que da ex-prefeita, mas esses assuntos pedem urgentemente um debate apartidário, inclusive com a participação maciça da sociedade civil organizada.
O vereador comemora o fato de o prefeito ter sancionado a Lei, da sua autoria, que obriga as agências bancárias a instalarem instrumentos que dê segurança e proteção aos usuários e clientes. “Vamos aguardar os 90 dias que os bancos terão de prazo para instalar os biombos e vamos começar a fiscalizar.
Outro assunto classificado pelo parlamentar como ponto nevrálgico (parte mais importante de uma questão qualquer) é a fiscalização sobre prestação de determinados serviços que são oferecidos à população riobonitense: o TAX, o transporte escolar e o transporte público. “Tem taxista chateado comigo, mas o que eu quero é que o serviço tenha um ordenamento, porque o município está perdendo dinheiro, o bom taxista está sendo prejudicado e o cidadão está desprotegido”.
Sobre o transporte coletivo, o vereador aponta falhas nos pontos, de embarque e desembarque; afirma que determinados pontos precisam ser revistos, porque estão atrapalhando o trânsito, e destaca que já cobrou do poder Executivo, a realização de licitação para novas linhas e a liberação do transporte alternativo (vans) para localidades apontadas como deficitárias pela empresa que explora o setor.
A aprovação, na Câmara, da lei que obriga a Prefeitura Municipal dar ao contribuinte, uma Certidão de Quitação de Débitos do IPTU após o pagamento do imposto também foi comemorada pelo vereador. O servidor também é um tema que está dentro do raio de ação do parlamentar. “Eles não receberam o Abono de Natal, são mal remunerados, mas a Câmara até agora não recebeu, até agora, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração e o Estatuto do Servidor para ser apreciado”.
Um dos críticos dos recursos destinados a ornamentação natalina, que giram, segundo Humberto, em cerca de R$ 1 milhão, ele afirma que “esse dinheiro poderia ser utilizado na promoção de setores como Segurança, Saúde, Educação e valorização do servidor”.
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