Waldeck Carneiro foi o palestrante da tarde |
A palestra foi instigante, provocou a categoria e trouxe conceitos que em muitos momentos não são enxergados na relação patrão/empregado. O professor Waldeck Carneiro abordou os efeitos “perversos” das premiações, os problemas que acarretam os “pendurucaios” e classificou como inadequada a avaliação da Educação através de “ranqueamentos” de escolas e professores. De acordo com ele, esses métodos de avaliação e valorização desqualificam o educador e não permitem que o profissional seja “realmente valorizado”.
O palestrante contextualizou historicamente, os embates e lutas inseridos na Educação e destacou que a construção do PCCR é “consagrada” sob a lógica do direito do servidor.
– Apesar dos anos 80 terem sido marcados pela construção dos direitos, numa época onde o Regime Militar estava em declínio, a década seguinte foi de desconstrução do que havia sido conquistado. A conseqüência disso foi que os profissionais da Educação perderam de vista a ideia de carreira, e o objetivo de almejar e vislumbrar, uma trajetória de progressão dentro da área – analisou.
Sobre o PCCR, Waldeck Carneiro fez algumas reflexões onde ficou claro que o objetivo do plano deve contemplar a “perspectiva de fixação integral dos vencimentos da categoria” e permita o profissional se consagrar na carreira que escolheu para seguir. “O plano deve estar acentado na ideia da formação continuada de uma carreira que dura entre 30 e 35 anos. Isso é muito problemático, mas é preciso saber, que não existe escola pública de qualidade sem valorização profissional”.
O professor classifica os acréscimos adicionais que não são salários como "pendurucaios". |
– Essa mudança gera um impacto catastrófico na vida dessa pessoa, que está habituado a um padrão de vida e, repentinamente, se vê obrigado a mudar porque o salário diminuiu. Na verdade, a sua remuneração não era real, e, às vezes, isso só é percebido na aposentadoria – alertou.
Concluindo, Wladeck disse que não se pode correr da luta, porque o PCCR não valoriza e qualifica apenas o profissional de Educação, mas também a escola pública. “A luta é intensa, crítica, receptiva, coletiva, e que possamos construir esse marco, que tem o objetivo de trazer crescimento para os profissionais, para o setor, para o município, o estado, enfim, para o nosso país”.
“Muito obrigado!”
A diretora de Assuntos Educacionais do Sepe, Lucy Teixeira. |
Relembrando
Em abril de 2010, a diretora de Assuntos Educacionais do Sepe, Lucy Teixeira, substituindo o professor Gilson Leite, iniciou a sua participação na comissão que estava analisando e estudando a criação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) para os servidores municipais. Na primeira reunião ela foi avisada pelos demais integrantes da comissão, que o PCCR já estava fechado, porque há cerca de um ano ele estava sendo debatido e precisava ser aprovado.
A representante do Sepe fez alguns questionamentos, mostrou que a Lei 1188/2004 tem muitos embates, “não é transparente”, e a comissão decidiu marcar outra reunião. No novo encontro ela apresentou argumentos que ganharam a simpatia dos demais integrantes da comissão, ela acabou conquistando mais espaço para mostrar novas ideias, e, “hoje, o PCCR não ficará perfeito, mas reúne propostas bem satisfatórias”, disse Lucy.
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