sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pág. 12 - Delegado explica liberação de homem que foi preso com ½ quilo de maconha

Flávio Azevedo

Augusto Correa foi preso com cerca de ½ kg de maconha
No último dia 5 de maio (quinta-feira), policiais militares da 3ª CIA de Rio Bonito prenderam Augusto Ferreira Correa (25), com cerca de ½ quilo de maconha, uma mini-balança digital, um revólver de ar comprimido, dois celulares e R$ 50,00. Na segunda-feira seguinte, Augusto foi posto em liberdade sob o argumento de que ele não seria traficante, mas usuário da droga. O caso gerou indignação, sobretudo por conta do boato de que o delegado teria recebido pressão política para liberar o rapaz.

Em entrevista a nossa reportagem, no último sábado (21), o delegado Paulo Henrique da Silva Pinto confirmou a liberação de Augusto, desmentiu a história de que teria sido pressionado para tomar essa decisão e disse que “o rapaz tem documentos que comprovam a sua dependência química”.
– A lei não diz com que quantidade é tráfico ou uso de maconha. Um cigarrinho pode ser tráfico e ½ quilo pode não ser. Todo flagrante é encaminhado a Justiça, ao Ministério Público e no nosso entender, não houve tráfico nessa situação, porque ele não vendia, nem oferecia, ele portava a droga – disse o delegado.

Sobre a arma de brinquedo, o delegado disse que ela foi encontrada na casa de Augusto e ressaltou que ele “é doente”.
– Existe uma farta documentação médica que comprova essa história, inclusive, com internações. Ele está morando em Rio Bonito, exatamente, para se afastar das amizades indesejadas. O rapaz tem um quadro de síndrome de abstinência que se passar um dia sem fumar, ele passa mal e documentos comprovam isso – frisou o delegado, acrescentando que “na casa de Augusto, não foi encontrado material de endolação, agenda de prováveis clientes e produtos químicos que caracterizam a existência do tráfico”.

O material que foi apreendido com Augusto foi apresentado pela polícia 
O delegado afirmou ainda, que a decisão que ele tomou não foi aleatória, mas junto com o Ministério Público e com o Judiciário. “O problema é que como nós estamos trabalhando, prendendo e alcançando os nossos objetivos, que é zerar a criminalidade, estamos incomodando, e isso gera comentários maldosos”, ponderou o delegado, que concluiu a sua fala dizendo que está investigando os roubos de hidrômetros e está empenhado em combater a agiotagem.  

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