Carlos Henrique Farias Pessanha, o Carlinhos Gordo |
Evangélico, pai de um casal de filhos, Carla e Carlos Henrique Júnior, casado com Valdinéia Farias há 37 anos, avô de seis netos, Carlinhos, que era natural de São Fidélis, norte do estado, chegou a Casimiro na década de 1980. Um de seus ofícios era o de consertador de máquina de escrever. Autodidata, carismático, ficou famoso ao realizar a “Festa do Cavalo Pangaré”, na década de 1990 da qual muito se orgulhava.
Por ser muito querido no município, especialmente nos bairros Santa Ely e BNH, logo teve seu nome requerido para disputar as eleições como vereador, no ano de 1992. Ganhou e foi um dos que mais se destacaram na defesa do então prefeito Paulo Dames. Neste período teve embates célebres com o oposicionista Alfredo Mangifeste. Certa vez depois de uma acirrada discussão, chamou Alfredo após a sessão. “A gente não pode brigar”, disse rindo.
Esta postura logo foi reconhecida no outro governo, o de Ramon Gidalte (1997/2000), ao qual foi presidente de Câmara no biênio 1997/1998. O duelo mais acirrado foi com Naildo Macabu. À eloqüência do adversário, ele respondia com o conhecimento na ponta da língua de todo o regimento interno e lei orgânica, sem falar nas pitadas de ironia que rolavam de parte a parte.
Homem de visão, Carlinhos foi um dos responsáveis para que Casimiro de Abreu não perdesse futuramente Barra de São João. Para isso, ele aprovou um projeto que simplesmente criava o distrito de Rio Dourado, antes agregado a Barra, sepultando de vez, qualquer hipótese de emancipação.
Quando tudo indicava que voltaria a concorrer para mais um mandato entre 2000/2004, eis que surpreende a todos com sua renúncia. Em 1999, um ferimento nas nádegas evoluiu para um quadro infeccioso e se agravou devido às diabetes, a qual o ex-vereador sofria. Internado primeiramente em Campos, onde semanas atrás fora para implantar uma ponte de safena, Carlinhos pouco a pouco tinha um pedaço de seu corpo extraído. Para não morrer, a Câmara votou extraordinariamente uma ajuda de custo, liberada pela prefeitura com o aval do então presidente da Câmara, José Alexandre. Fato que desagradou adversários políticos que questionaram este tipo de postura.
O sofrimento em longas sessões na câmara hiperbárica do Hospital 9 de julho, em São Paulo durou cerca de 80 dias. Em agosto de 1999, numa emocionante sessão legislativa retornava ao cargo. Meses depois, num culto que lotou o Pavilhão de Esportes anunciou que não concorreria mais a vida pública. Mas a política, de fato nunca deixou. Era formidável cabo eleitoral, daqueles que convenciam o eleitor e bom “puxador de votos”.
Ao lado de outros companheiros, rompeu com o grupo do ex-prefeito Paulo Dames e apoiou o vereador Antonio Marcos nas eleições de 2008. Um de seus orgulhos era a coluna Pangaré, que Carlinhos publicou semanalmente na Folha dos Municípios por quatro anos. No espaço, revelava um talento inato para as crônicas. Falava de tudo, mas seu alvo, invariavelmente era um ou outro adversário político, ao qual nunca deixava de alfinetar. Também tinha vocação para excentricidade. Certa vez exibiu com orgulho um velho Mercedez Benz, verde, década de 1980.
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