domingo, 11 de agosto de 2013

Pág. 17 - “Os problemas causados pelo nosso Trânsito prejudicam o comerciante riobonitense”

Flávio Azevedo

Numa série de entrevistas com representantes de entidades de classe de Rio Bonito, onde a nossa reportagem pede aos entrevistados uma análise da atual gestão municipal e também pergunta sobre as expectativas para os próximos anos, o Trânsito foi o principal problema apresentado pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), André Felício Goettert. Para ele, coisas pequenas como a sinalização da cidade, a colocação de placas, a readequação dos pontos de ônibus, o respeito às vagas diante das farmácias, “são ações importantes e com custo quase zero”.
– Sabemos que o início é para arrumar a casa, mas passados seis meses, para o segmento do comércio pouco foi feito. Acreditamos que poderia ter sido feita alguma coisa e sem gastar dinheiro, como a sinalização e o ordenamento do Trânsito. Algumas mãos de rua foram invertidas, mas parou por aí. Nós esperamos que a Prefeitura haja com rapidez porque está difícil – afirmou o Goettert, acrescentando que no início do ano ele participou de uma reunião com a prefeita Solange Almeida, sugestões foram dadas, “mas... Eu não sei por que, não foram colocadas em prática, embora as propostas tenham agradado”.

Outro ponto apontado como alvo da ação do poder público municipal é o Trânsito de ônibus. “Esses veículos não tem parada certa. Eles param onde querem. Isso não pode ser assim. No Centro da cidade eles sequer param no ponto. Param no meio da rua e isso ajuda a tumultuar o Trânsito”, destacou Goettert, comentando que o ponto da Rua da Conceição deveria ser colocado mais adiante.
– Aquele ponto próximo ao Supermercado Tinoco deveria ser apenas para coletivos que vão seguir pela subida do Boqueirão. Os demais poderiam parar adiante. Também sugerimos que o ponto que existe em frente ao Cemitério Central, que é muito próximo da rodoviária e força o ônibus parar no meio da rua, fosse mais adiante para ajudar o Trânsito fluir – analisou.

Ainda segundo o presidente da CDL, “outra coisa que não é mais admissível é que as autoridades não tenham autoridade”. Segundo ele, não há quem não fique com “vergonha” quando a Prefeitura coloca uma placa de proibido estacionar, “mas alguém vai lá e coloca o carro como se não existisse a proibição”.
– No Centro da cidade têm 4, 5, 6 carros em fila dupla. As calçadas estão cheias de carros... Uma mulher com o carrinho de bebê, por exemplo, tem que passar pelo meio da rua. Fizeram um estacionamento de motos, mas muitas motos param fora do lugar. O poder público precisa agir, inclusive, para que o guarda municipal não seja achincalhado por não ter autoridade. Enquanto em outras cidades, o número de guardas aumenta na hora do rush, em Rio Bonito eles somem, mas somem pela falta de autoridade – criticou.

Para o presidente dos lojistas, embora a Prefeitura conte desde abril com uma Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, “até agora nós não fomos procurados”. Para ele, o comércio clandestino já está enraizado e embora exista um lugar próprio para os camelôs, eles estão nas calçadas e isso prejudica o lojista. “outra coisa que também contribui para a desordem são as motos sobre as calçadas e as placas de publicidade, porque o provável cliente, para desviar dos empecilhos, caminha pela rua e isso impede a sua entrada na loja”.

A questão da qualificação profissional do riobonitense é outra dificuldade que, segundo o presidente da CDL, precisa ser pensada com mais atenção pelo poder público. O dirigente lojista, entretanto, comenta que “os lojistas precisa se preocupar mais com essa questão”.
– Em Rio Bonito não existe curso profissionalizante há anos. Perdemos o Senac e não tivemos outra opção como Senai ou Sesi. Por outro lado, o lojista não demonstra interesse. Por exemplo: a CDL oferece vários cursos para o comerciário, mas o lojista acha desnecessário. Ele acredita que vai pegar qualquer um, vai colocar na função e dará certo. Cursos de venda, pós-venda, são importantes, mas poucos têm essa preocupação – concluiu Goettert, que espera ver essas preocupações nos governantes municipais.

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