domingo, 11 de agosto de 2013

Pág. 14 e 15 - Conheça a história do sonhador operário da “Arte” que se tornou Secretário de Cultura

Flávio Azevedo

Essa é historia do menino que tinha um sonho... Do sonho que virou um projeto... Do projeto que virou empreendimento cultural... Do empreendimento cultural que gabaritou esse menino para um cargo público... A Secretaria Municipal de Cultura de Rio Bonito. Esse, talvez, seja o prefácio dum livro recheado de encantamentos e desencantamentos... Altos e baixos... Voltas e reviravoltas... Mas é nesse cenário que nasce o, hoje, respeitado “Espaço Cultural Lona na Lua”, ideia concebida na cabeça “lunática” de um garoto que sonhou e, sonha, com os “jovens riobonitenses sendo protagonistas das suas próprias histórias”.

Filho do comerciante José Carlos Gomes Novais, o Mineiro; e da funcionária pública, aposentada, e companheira de todas as horas, Maria de Fátima Aguiar Novais, o ator José Carlos Gomes Novais Júnior, nasceu na cidade de Porteirinha, em Minas Gerais, em 8 de janeiro de 1986. Dois anos depois ele chegava a Rio Bonito, junto com os pais e a irmã, Laryssa. Sempre muito ativo, muito vivo e criativo, era possível perceber que Zeca Novais, codinome que adotou desde muito cedo, iria chegar a algum lugar.

A veia artística começou a ser descoberta e trabalhada em 1998, aos 12 anos. Ele era aluno do Colégio Cenecista Monsenhor Antônio de Souza Gens e ingressou nas aulas de teatro do professor Raimundo Ribeiro, a quem Zeca tem em grande estima e consideração por ser o descobridor do seu talento. Iniciado na vida teatral, Zeca começa, a partir de 2003, aos 17 anos, participar de festivais de teatro. O talento do adolescente é logo reconhecido por onde passa, sobretudo por sempre conquistar algum prêmio.

Estimulado pela brincadeira com amigos e os folguedos da adolescência, ele cria o Bloco do Pinto Louco, que mais tarde seria uma marca conhecida em toda a região e um fenômeno de público, arrastando multidões de foliões nos carnavais riobonitenses. Nesse tempo, o perfil de liderança e o carisma que demonstra no trato com os jovens começam a se tornar evidentes e o menino sonhador passa a ser observado com outros olhos, enfrentar as primeiras decepções e lidar com os primeiros testes da vida adulta.

Muito cedo Zeca se distinguiu como alguém que não tinha dificuldade para enfrentar desafios, demonstrava ser um adolescente obstinado quando se tratava de alcançar os seus sonhos e essa determinação levou o ator a oferecer, a partir de 2006, oficinas de Teatro em escolas de Rio Bonito. Se o ator e artista já eram conhecidos, nasce nesse tempo o descobridor de talentos e o diretor de espetáculos.

Uma das experiências mais inesquecíveis e também mais enriquecedoras da carreira de Zeca Novais, sobretudo no quesito bastidores, se deu em 2007, quando entre 21 mil candidatos de todo o Brasil ele conseguiu ser semifinalista do concurso “Casal Malhação 2008”, no programa Caldeirão do Huck. Os minutos de “fama global” não foram em vão. Zeca pega uma carona na notoriedade que alcançou e investe as suas fichas num projeto audacioso – impossível, para alguns – que ele chamou simplesmente de “Lona na Lua”, inicialmente apoiado exclusivamente pelo comércio local.

Em 17 de Maio de 2009, a localidade de Lavras é o Local escolhido para o ponta pé inicial do “Projeto Lona na Lua”. A estrutura inicial era uma tenda de 3/4 m doada pelo amigo e ex-vereador Fernando Soares, um padrinho do projeto. Em 2010, com apoio de Furnas Centrais Elétricas, Zeca consegue materializar o sonho de criar em Rio Bonito o “Espaço Cultural Lona na Lua”. Uma lona azul, estrelada, que oferece arte para cerca de 200 jovens. O primeiro endereço é a Mangueirinha, num terreno emprestado pelo empresário Bebeto, do posto de combustíveis.

Em 2011, Zeca não é mais conhecido como ator, porque a vida de diretor e administrador do “Espaço Cultural Lona na Lua” rouba a cena. Uma série de espetáculos como “O Auto da Compadecida”, “Dona Flor e seus Dois Maridos”, entre outros chamam atenção do público que toma gosto pelos espetáculos. Nesse tempo, Zeca chama atenção e, desperta a ira de alguns, ao se tornar colunista do jornal “O Tempo em Rio Bonito”, posteriormente “O TEMPO”, onde desfiava crônicas e textos acompanhados de uma pitada de humor.

Três surpresas marcaram o ano seguinte. A positiva foi a ida do “Espaço Cultural Lona na Lua” para o Centro de Rio Bonito, mais precisamente na Av. Sete de Maio, uma das áreas mais nobres da cidade, num terreno emprestado pelos empresários Gibran Elias Mansur e Guiga. A negativa ocorreu no dia 1º de Maio de 2012, com a morte da atriz e produtora, Raphaela Dias. O setor cultural perde um dos seus maiores talentos. Apesar da tristeza, Zeca e os “loneiros” conseguiram surpreender a todos com conquista do selo “Prêmio Rio Sociocultural”, concedido pela Secretaria Estadual de Cultura às 10 ações culturais de destaque, naquele ano.

Marcando presença com a sua trupe em vários Festivais e Mostras de Teatro, o agora diretor Zeca ganha o prêmio de “Melhor Espetáculo” com “Quem Casa Quer Casa” uma das marcas do grupo, no Festival Nacional de Teatro de Governador Valadares-MG. Toda essa exposição e sucesso convence a prefeita Solange Almeida (PMDB) a convidar Zeca Novais para comandar a recém-criada Secretaria Municipal de Cultura de Rio Bonito, setor em que os esforços deverão ser redobrados na busca pelo grande objetivo que é fomentar a Cultura riobonitense.

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