Pág. 19.2 - O retrocesso de um povo!

*Francisco Azevedo

Quatro anos com ela novamente...

Talvez oito! Alguém deu esse grito...

E de muitos que virão avidamente

Eis o destino do meu pobre Rio Bonito!

Olhe a cidade dividida, eu vos peço...

O povão não está na mesma linha...

Enquanto choram os amantes do progresso

Estão sorrindo, os fregueses das boquinhas!

O meu povo, eu estive analisando...

Palmilhando escura trilha a todos vejo...

Pois retrocedem e para o nada vem voltando

E quem anda para trás é caranguejo!

Tribulação produz experiência...

Eu li esta frase um certo dia...

Mas nem sempre...! Por aqui causou demência...

Dependência, surdez e miopia!

Como pode alguém não ver o progresso?

A limpeza e o sucesso conquistado?

E cegamente caminhar em retrocesso

Abrindo as portas das ruínas do passado!

Rio Bonito ganhou um patrimônio...

Que o enriqueceu, nessa última gestão...

Em prédios, belas obras como um sonho

Na Saúde, no Lazer, na Educação!

Quinze mil que não visam bons princípios...

Que correm atrás do interesse pessoal...

Turvam o destino do nosso município

E o encabrestam para a ruína total!

Os que votaram nesta senhora eleita...

Não foi por causa do progresso, amiguinho...

Mas por ajuda pessoal que lhe foi feita

Ou a esperança de um favor... Um dinheirinho...

Que mal é este que corrompe o brasileiro?

Que o inspira a quase sempre agir assim?

Também fiquei boquiaberto o dia inteiro

Com o resultado no vizinho Silva Jardim!

Silva Jardim foi por Zelão transformado...

Que nas mídias colocou esta cidade...

Mas apesar do progresso alcançado

Foi descartado sem dó nem piedade!

Jovem prefeito volva os olhos ao passado...

Nem sempre o povo quer o progresso e a paz...

Lá está Cristo numa cruz crucificado

Porque o povo escolheu a Barrabás!

O Ficha Limpa do Brasil está banido...

É uma triste verdade nua e crua...

Milhões preferem um candidato corrompido

Para poder realizar as falcatruas!

Dificilmente alguém se elege por ser sério...

Mas duas coisas o transformam em bem votado...

Tem que excluir o escrúpulo e o bom critério

Ou ter de grana o seu bolso recheado!

Eu compus esta real poesia...

Esperando que ainda exista um jeito...

De perfumar a vindoura maresia

De um oceano incorreto e imperfeito!

Por favor, não abominem este fado!

Considerando-o cruel e contundente...

Oh meu Deus! Quem me dera estar errado

E do que falo que aconteça diferente!

Que os eleitos sejam por Deus protegidos...

Que realizem um trabalho abençoado...

E que no fim dos quatro anos decorridos

Eu reconheça que estava enganado!

Que os eleitos valorizem a terra amada...

Que o lucro, o ganho, fique em segundo lugar...

Que não estorvem a progressiva arrancada

Que invadia Rio Bonito sem parar!

Você que é filho nascido nesta terra...

Que um cargo público teve o prazer de ganhar...

Por favor, realize justa guerra

E em prol do bem, queiras sem tréguas lutar!

Que eu esteja vivo e sem melancolia...

Que aconteça um progresso inesperado...

Para que eu possa compor linda poesia

Em homenagem ao sucesso alcançado!

Eu espero se alguém ler este poema...

Se foi eleito e se enquadra em algum delito...

Vista o capuz e mude o seu esquema

E honre a história da querida Rio Bonito!

Francisco Azevedo é poeta, músico, escritor, letrista e verdadeiramente apaixonado por Rio Bonito.