sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pág. 5 - Vereadores de Rio Bonito declaram guerra à imprensa local

Flávio Azevedo

Os vereadores Maninho (no tanque de guerra) e Marcus Botelho (com a espada), criticaram a mídia local.
Na sessão da Câmara Municipal de Rio Bonito, do dia 14 de abril, aconteceu mais um duelo entre Comunicação Social e políticos. Na verdade, trata-se de uma guerra antiga, que começou antes de Cristo, num espaço chamado “Ágora Grega”. Certamente, como forma de justificar os seus sofríveis mandatos, os vereadores Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS) e Marcus Botelho (PR) abriram fogo contra a mídia local.
O parlamentar do PPS, velho conhecido da população riobonitense – ele foi o personagem principal do filme “Manda mais Mandiocão”, de 2008 – além de reclamar a falta de publicidade para supostos atos indevidos da antiga Mesa Diretora da Casa, disse que “o meu pai, uma pessoa humilde, nunca esteve preso. Ele sempre foi trabalhador, soube educar os seus filhos, mas nunca foi preso e eu me orgulho disso”. O vereador esqueceu que, por tabela, ele cutucou uma ferida ainda não cicatrizada do colega Marcus Botelho – integrante do seu grupo – que já conviveu com a desagradável experiência de ser preso, por motivos que no momento não nos interessa explorar.
O vereador voltou a mencionar a contratação do Instituto Sorrindo Para Vida (ISPV), que celebrou um contrato de R$ 187 mil com a Câmara Municipal de Rio Bonito, em 2009. O instituto seria responsável pela digitalização de todas as leis da Casa, que seriam disponibilizadas num site que também seria criado pelo ISPV. Na época, segundo fontes, a contratação do instituto seria uma suposta ação entre amigos, que tinha o objetivo de beneficiar o extinto G6, fato negado pelo então presidente da Câmara, Fernando Soares (PMN), que confirma a contratação do instituto, a prestação do serviço, mas garante que não houve nenhum ilícito.
Vociferando não ter medo da imprensa, Maninho elogiou (que milagre!) o jornalista de um veículo de fora da cidade, dando a entender que a mídia é boa quando diz o que ele quer. O vereador lembrou que denunciou a contratação do Sorrindo Para a Vida ao Ministério Público (MP), mas parece ter esquecido que nesse tempo, três dos seus atuais companheiros, eram integrantes do G6, que era formado por Fernando Soares, Saulo Borges (PTB), Humberto Belgues (PSDB), Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR), Marcus Botelho (PR) e Abner Alvernaz Júnior, o Neném de Boa Esperança (PTN). O grupo ainda seria reforçado por Aliézio Mendonça (PP) e passado de G6 para G7.

“Sem conteúdo”

O vereador Marcus Botelho, embarcou nos devaneios de Maninho e também virou a sua artilharia contra a mídia local, dizendo, inclusive, que a entrevista que ele concedeu a alguns jornais riobonitenses, com exceção do Informativo Ascirb, “foram entrevistas sem conteúdo e que não deram ênfase a minha verdade”. A impressão que temos é que o vereador atribui à imprensa, o fato de ter um discurso enfadonho, estilo enceradeira e sem objetivo.
O parlamentar explicou que os problemas entre os vereadores do antigo G6 começaram ainda em 2009. “Quiseram impor a eleição de Humberto. Quem não votar nele vai perder tudo!”. Também veio à tona o assunto “assessorias”, tema que quase sempre é o pivô dos desenlaces políticos. Botelho confessou que tinha assessorias consideráveis e reconheceu que “eles (Rita de Cássia, Marcinho e Maninho), tinham muito pouco. “Até que as minhas assessorias foram minguando e nos aproximar dos demais parlamentares (descontentes) para formar um novo grupo”.
Aqui nesse trecho do discurso do vereador, nós somos forçados a entender que caso as assessorias não tivessem minguado, ele não se importaria se o sorriso era para a vida ou para morte, ele continuaria no grupo (?).
– Como fomos massacrados pela imprensa local! Não fomos taxados de bandidos, mas nas entrelinhas era como se fossemos. Suplentes votaram e ninguém disse nada. Todos os jornais de fora ouviram as duas partes, os locais não. Como dizia Garotinho, “é o PT da boquinha” – provocou o vereador, que havia acabado de falar que o seu desencanto com o G6 aconteceu porque ele perdeu assessorias (é o PT da boquinha!).
Num lapso de memória, o parlamentar esquece que no programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, do dia 12 de dezembro, os vereadores Caneco e Humberto foram recebidos para uma entrevista. No domingo seguinte, o programa recebeu o próprio Marcus Botelho e o vereador Humberto para falar sobre o mesmo assunto: a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara, para o biênio 2011/2012. A foto desse encontro foi, inclusive, publicada na primeira página do jornal Folha da Terra, no sábado seguinte.

Nota da redação: em um ano de existência, o jornal “O TEMPO EM RIO BONITO” fez amigos, conquistou admiradores, mas também colecionou desafetos. Estamos falando de gente que classifica o nosso jornalismo como agressivo e fora dos padrões da “Cidade Risonha”, porém, “provinciana”. A eles nós dedicamos uma frase de Rui Barbosa: “a existência do elemento servil é a maior das abominações”. Se você é nosso amigo ou admirador, obrigado! Se você é um dos desafetos, obrigado também!

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