quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pág. 7 - Prefeito Marcello Zelão defende crescimento e desenvolvimento igual para os municípios da região

Flávio Azevedo
O prefeito Marcello Zelão
Com elevados índices de aprovação (70%) em Silva Jardim, em pesquisa feita pela empresa Cosmopolita, em abril deste ano, o prefeito Marcello Cabreira Xavier, o Marcello Zelão (PT), agora, está preocupado com o crescimento e o desenvolvimento dos demais municípios da região, “principalmente as cidades que estão mais próximas do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj)”. Ele externou a sua preocupação em entrevista ao programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, da rádio Sambê FM (98,7), do último dia 12 de dezembro, quando falou sobre o tema.
– Não quero que Silva Jardim seja o primo rico da região! Os municípios devem ter um crescimento uniforme, porque se Silva Jardim estiver em melhor condição que as cidades vizinhas, eu vou acabar absolvendo os moradores dos outros municípios e isso vai gerar dificuldade para o silvajardinense – ponderou Zelão 
 O prefeito também abordou temas como a necessidade de qualificação profissional para os jovens que moram nos municípios próximos ao Comperj, a importância de a região ter boa representatividade no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), classificou o cenário econômico do país como “favorável para o desenvolvimento e crescimento das cidades que estiverem se preparando para isso”, apontou a urgência de se investir em Educação e Meio Ambiente, entre outros temas.
– Não podemos cometer os erros que aconteceram em Duque de Caxias e Macaé. Sabemos que a demanda econômica e social na região, por conta do Comperj, será muito grande, mas um dos grandes desafios dos prefeitos da região é mostrar essa necessidade aos governos federal e estadual – disse o prefeito.
A falta de recursos para poder encarar os impactos do empreendimento da Petrobras, segundo o prefeito, é outra dificuldade, “porque o nosso orçamento continua sendo igual ao que nós tínhamos quando não existia o Comperj”. De acordo com Zelão, “os gestores municipais sabem que é importante investir em infraestrutura, mas sem dinheiro isso não é possível”. Ainda segundo o chefe do Executivo silvajardinense, “embora o governo federal já tenha sido convencido que a região precisa de investimentos, a carência de equipes técnicas para preparar projetos é uma realidade.
– Não adianta buscar recursos, em Brasília, sem projetos. Por outro lado, não temos capacidade de projetar, porque não temos equipe técnica. Engenheiros e topógrafos, por exemplo, são profissionais raros. Os municípios não têm equipe de projetos em seus quadros. Precisamos negociar com a Petrobras, a contratação desta equipe de projetos, para que nós tenhamos condições de absolver os impactos que ela vai causar a região, porque isso também é uma responsabilidade dela – disse.

Impactos

Zelão se preocupa com a pouca representatividade da regiãoem Brasília
A pujança econômica do Comperj, segundo o prefeito, a princípio trás muitas vantagens, porque os empregos na área da construção civil são muitos e esses empregos são direcionados a população que tem menor capacitação, “mas quando essa primeira parte da obra for concluída, começa a especulação imobiliária, o custo dos terrenos e imóveis fica muito alto e começa um grande processo de favelização, porque o custo de vida sobe bastante”, comentou Zelão, frisando que esse conjunto de situações favorece o surgimento de uma classe de excluídos. “Essa deve ser a nossa grande preocupação”, disse.

Parceria dos municípios

A implantação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Rio Bonito, no último mês de setembro, foi fruto da boa relação dos municípios e do esforço dos secretários municipais de Saúde das cidades vizinhas, sobretudo Tanguá e Silva Jardim, que em conjunto se empenharam para viabilizar a chegada da unidade de Saúde, que no primeiro mês de funcionamento atendeu cerca de 5 mil pessoas.
Um dos questionamentos respondidos pelo prefeito foi “porque isso não se repete com outros setores (Indústria e Comércio, Esporte, Meio Ambiente, Transporte, Segurança etc.)?”. O petista concorda que a “ausência de vaidade foi fundamental e quando esse modelo de gestão não acontece em outros setores, a culpa é nossa, ou seja, dos prefeitos”.
– Se foi possível fazer isso na área de Saúde, também poderia ser possível em outros setores, mas creio que falta vontade política e planejamento aos municípios, que dão mais atenção às políticas de curto prazo e acabam esquecendo de planejar ações que dêem resultados em longo prazo. Quando assumimos a prefeitura de Silva Jardim, por exemplo, não encontramos nenhum planejamento para os próximos anos – revelou.

Representatividade da região

De acordo com o prefeito Zelão, “a pouca representatividade da região na Alerj e no Congresso Nacional tem prejudicado o desenvolvimento e o crescimento regional”. Ele acredita que os eleitores que moram nos municípios que circundam o Comperj deveriam ser mais “bairristas” e votar em políticos locais para fortalecer os municípios da região. Para o prefeito, os políticos da região também deveriam agir dessa maneira. A falta desse entendimento se refletiu, segundo Zelão, nos resultados da eleição desse ano, quando os municípios da região ficaram menos representados, com as derrotas da deputada federal Solange Almeida (PMDB) e do estadual Aldir Santana.
O prefeito afirmou que além dos nomes que já transitam na política da região, “não existem novas lideranças. Vamos nos colocar no lugar do eleitor: ele tem que votar num candidato da região, mas em qual? Porque os que estão já são conhecidos, e, às vezes, não agradam! Como convencer este eleitor?”, pondera o petista, para quem a região, além de ser carente de novas lideranças, não abre espaço para as novas lideranças. “Às vezes, os políticos não têm coragem de assumir essa liderança, destacou o prefeito, que para concluir comentou que falta espaço para os mais jovens na política da região. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário